26 de fev. de 2013

Físicos mais próximos da Quinta Força Fundamental da natureza


Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/02/2013

Quinta Força Fundamental da natureza

As interações spin-spin de longo alcance (linhas azuis) permitem que os elétrons na superfície "sintam" seus parentes no interior da Terra, a milhares de quilômetros de profundidade.[Imagem: Marc Airhart (UTexas-Austin)/Steve Jacobsen (Northwestern University)]


Quinta Força da natureza

Cientistas estão usando a própria Terra como laboratório para detectar partículas elusivas que podem comprovar a existência de uma quinta força fundamental no Universo.

O Modelo Padrão da Física é baseado em quatro forças fundamentais - gravidade, eletromagnetismo, força fraca e força forte, estas duas últimas atuando em escala atômica.

Mas teorias sugerem que pode haver uma quinta força, que permitiria que partículas subatômicas "sintam" umas às outras em distâncias extremamente grandes.

São as chamadas interações spin-spin de longo alcance, que seriam uma propriedade fundamental dessas partículas - partículas virtuais que seriam tão estranhas que os próprios físicos costumam chamá-las de "não-partículas" (unparticles).

Se elas de fato existirem, essa exótica quinta força da natureza conectaria a matéria na superfície da Terra com a matéria a centenas, ou mesmo milhares, de quilômetros abaixo da superfície.

Isso significaria que as partículas fundamentais constituintes dos átomos - elétrons, prótons e nêutrons - poderiam "sentir" umas às outras mesmo separadas por distâncias muito grandes.

Além de uma nova peça no quebra-cabeças da física, essa nova partícula traria uma ferramenta totalmente nova para estudar o inacessível interior da Terra, dando informações sobre as características e a composição do manto.

Não-partícula

O momento angular intrínseco, ou spin, uma propriedade dos elétrons, é normalmente explicada por uma analogia com a interação magnética entre dois ímãs.

Dependendo de como você posiciona os pólos magnéticos de um ímã, as interações dipolo podem criar uma atração ou uma repulsão entre os ímãs.

Os físicos interpretam a interação magnética entre os spins de duas partículas como sendo uma consequência da troca de "fótons virtuais".

Alguns deles têm sugerido que pode haver outros tipos de partículas, além dos fótons, que podem ser trocadas virtualmente entre dois spins.

Embora um pico detectado no acelerador Tevratron, nos EUA, em 2010, tenha deixado os pesquisadores entusiasmados com a identificação dessa não-partícula, os resultados até agora não têm sido conclusivos.

Interações spin-spin de longo alcance

Quinta Força Fundamental da natureza

Larry Hunter e seus colegas, da Universidade Amherst, deram um impulso totalmente novo à busca pela não-partícula.

Eles projetaram um equipamento para tentar detectar interações entre os "geoelétrons" no manto e partículas subatômicas na superfície da Terra.

Eles essencialmente estudaram se os spins de elétrons, nêutrons e prótons medidos em vários laboratórios ao redor da Terra podem ter uma energia diferente dependendo de sua orientação em relação à Terra - com uma analogia muito próxima ao mecanismo de funcionamento de uma bússola.

Os spins polarizados se originam principalmente de elétrons de minerais ricos em ferro no manto da Terra, que se alinham com o campo magnético do planeta.

"Nossos experimentos eliminaram [a possibilidade] dessa interação magnética, então procuramos por alguma outra interação em nossos spins experimentais. Uma das interpretações dessa 'outra interação' é que pode ser uma interação de longo alcance entre os spins em nosso equipamento e os spins dos elétrons no interior da Terra, que estão alinhados pelo campo geomagnético," disse Hunter.

Encantoando a quinta força

Embora os dados não tenham sido conclusivos, eles serviram para estipular limites muito mais precisos para a faixa de valores que a quinta força pode ter.

Graças ao grande número de elétrons polarizados, a equipe foi capaz de limitar a magnitude da interação spin-spin entre dois elétrons muito distantes um do outro para um valor cerca de um milhão de vezes menor do que a sua atração gravitacional.

O estudo resultou em um mapa da magnitude e direção dos spins dos elétrons através da Terra, criado a partir de um modelo do interior da Terra e de medições precisas das linhas do campo geomagnético.

Os resultados deverão ajudar na elaboração de novos experimentos mais precisos, que possam finalmente detectar a quinta força fundamental - se ela de fato existir.

Segundo os físicos, os resultados poderão ser positivos mudando a posição geográfica e a orientação de dois aparelhos de medição, que possam detectar diferenças entre os valores dos spins com maior precisão.

Bibliografia:

Using the Earth as a Polarized Electron Source to Search for Long-Range Spin-Spin Interactions
Larry Hunter, Joel Gordon, Stephen Peck, Daniel Ang, Jung-Fu Lin
Science
Vol.: 339 - 6122
DOI: 10.1126/science.1227460







Menor exoplaneta já descoberto é do tamanho da Lua



Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/02/2013

Menor exoplaneta já descoberto é do tamanho da Lua

O diminuto exoplaneta, chamado Kepler-37b, é um pouco maior do que a nossa Lua, medindo cerca de um terço do tamanho da Terra. [Imagem: NASA/Ames/JPL-Caltech]



Planetas anões?
O telescópio espacial Keplerdescobriu um novo sistema planetário que é o lar do menor planeta já encontrado ao redor de uma estrela similar ao nosso Sol.

A estrela, por enquanto conhecida como Kepler-37, está aproximadamente a 210 anos-luz de distância, na constelação da Lira.

A ilustração acima compara as dimensões do menor exoplaneta descoberto até agora com a Lua e com os planetas do Sistema Solar.

O diminuto exoplaneta, chamado Kepler-37b, é um pouco maior do que a nossa Lua, medindo cerca de um terço do tamanho da Terra.

O Kepler-37c, o segundo planeta, é um pouco menor do que Vênus, medindo quase três quartos do tamanho da Terra.

Já o Kepler-37d, o terceiro planeta do sistema, tem o dobro do tamanho da Terra.

Ano curto

Não são apenas os exoplanetas que são pequenos: um ano nesses planetas também é muito curto.

O Kepler-37b orbita sua estrela a cada 13 dias, a uma distância menos de um terço da distância de Mercúrio até o Sol. Os outros dois planetas, Kepler-37c e Kepler-37d, orbitam sua estrela a cada 21 dias e 40 dias, respectivamente.

Todos os três planetas têm órbitas menores do que a distância de Mercúrio ao Sol, sugerindo que eles são muito quentes.

A estrela hospedeira, Kepler-37, pertence à mesma classe do nosso Sol, embora seja um pouco menor e mais fria.

Astrossismologia

É necessário saber o tamanho da estrela a fim de medir o tamanho dos seus planetas com precisão.

Para ter esta e outras informações, os cientistas examinaram as ondas sonoras geradas pelo movimento de ebulição abaixo da superfície da estrela.

Eles investigaram a estrutura interior da Kepler-37 como os geólogos usam as ondas sísmicas geradas por terremotos para estudar a estrutura interior da Terra - esse ramo incipiente da ciência é chamado de astrossismologia.

As ondas sonoras viajam pela estrela, trazendo informações até a superfície.

As ondas causam oscilações que o telescópio captura como uma rápida oscilação no brilho da estrela. Como os sinos de um campanário, as estrelas menores "tocam" em tons mais altos, enquanto as estrelas maiores oscilam em tons mais baixos.

As oscilações de alta frequência, quase imperceptíveis, no brilho das estrelas pequenas são naturalmente as mais difíceis de medir. É por isso que a maioria doscorpos celestes submetidos à análise astrossísmica até agora é maior do que o Sol.




Nebulosa da Lagosta é uma maternidade de estrelas


Com informações do ESO

Nebulosa da Lagosta é uma maternidade de estrelas
Esta imagem obtida em infravermelho pelo telescópio VISTA do ESO capturou uma paisagem celeste de nuvens brilhantes de gás e filamentos de poeira que rodeiam estrelas quentes jovens.[Imagem: ESO/VVV Survey/D. Minniti/Ignacio Toledo]

Estrelas azuis

Esta nova imagem obtida pelo telescópio VISTA do ESO (Observatório Europeu do Sul) capturou uma paisagem celeste de nuvens brilhantes de gás e filamentos de poeira que rodeiam estrelas quentes jovens.
A imagem, feito no infravermelho, revela uma surpreendente a maternidade estelar.

Situada a cerca de 8000 anos-luz de distância na constelação do Escorpião, a NGC 6357 - mais conhecida como Nebulosa da Lagosta, devido à sua aparência em imagens no visível - é uma região repleta de enormes nuvens de gás e filamentos de poeira escura.

Apesar da escuridão, as nuvens estão formando estrelas, incluindo estrelas quentes de grande massa, que brilham em tons azuis-esbranquiçados no visível.

A imagem faz parte de um enorme rastreio chamado Variáveis VISTA na Via Láctea (VVV), que está mapeando as regiões centrais da nossa Galáxia.

Esta nova imagem mostra algo dramaticamente diferente do observado em imagens no visível, já que a radiação infravermelha consegue penetrar muita da poeira que envolve o objeto.

Maiores estrelas da Via Láctea

Uma das estrelas jovens brilhantes em NGC 6357, conhecida por Pismis 24-1, levou os astrônomos a pensar que se tratava da maior estrela conhecida - até que se descobriu que ela é, na realidade, composta por, pelo menos, três enormes estrelas muito brilhantes, cada uma com uma massa inferior a 100 massas solares.

Ainda assim, estas estrelas são pesos-pesados, estando entre as estrelas de maior massa existentes na Via Láctea.

A Pismis 24-1 é o objeto mais brilhante no aglomerado estelar Pismis 24, um grupo de estrelas que se acredita terem sido formadas todas ao mesmo tempo no seio da Nebulosa da Lagosta.

O rastreio VVV está mapeando o bojo central e parte do plano da nossa galáxia, de modo a criar uma enorme base de dados que ajudará os astrônomos a descobrir mais sobre a origem, a vida inicial e a estrutura da Via Láctea.

O nome informal de Nebulosa da Lagosta algumas vezes também é dado à região de formação estelar Messier 17, embora este último objeto seja mais frequentemente conhecido por Nebulosa Ômega.





Evolução química das galáxias é alvo de estudo



Pesquisa Fapesp

Além de hidrogênio e hélio, no Universo há um conjunto de outros elementos químicos, como oxigênio, carbono, ferro e lítio, chamados genericamente de “metais” pelos astrofísicos.

ELTON ALISSON | Edição Online 
© NASA/JPL

Pesquisadores do IAG da USP iniciam projeto para estudar os tipos e a quantidade de metais 
presentes nos gases que envolvem grupos de galáxias.

Agência FAPESP – Além de hidrogênio e hélio, no Universo há um conjunto de outros elementos químicos, como oxigênio, carbono, ferro e lítio, chamados genericamente de “metais” pelos astrofísicos.

Ao estudar o tipo e a quantidade (metalicidade) desses elementos presentes no gás que envolve as galáxias, por exemplo, é possível estimar a evolução delas.

Um grupo de pesquisadores do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP) iniciou um projeto de pesquisa, realizado com apoio da FAPESP, para estudar a metalicidade de aglomerados de galáxias (união de diversas galáxias).

“Ao compreender melhor os processos de produção e transferência de elementos químicos que ocorrem nesses objetos, que são os de mais larga escala em equilíbrio no Universo, será possível preencher uma peça de um grande quebra-cabeça que é entender a evolução química do espaço como um todo”, disse Gastão Cesar Bierrenbach Lima Neto, professor do IAG e coordenador do projeto, à Agência FAPESP.

De acordo com o pesquisador, à exceção do hidrogênio, hélio e lítio, todos os demais metais presentes no Universo são produzidos pelas estrelas (em um processo denominado nucleossíntese estelar), que, por sua vez, se formam em galáxias.

À medida que as estrelas evoluem, elas ejetam esses metais no meio galáctico interestelar – onde o material é reciclado e, eventualmente, pode dar origem a novas gerações de estrelas.

Como esses processos são altamente complexos, é preciso fazer simulações numéricas com computação de alto desempenho a fim de estudar a metalicidade das galáxias.

“Nós precisamos de computadores muito grandes, além de códigos complexos e o envolvimento de um grupo de pesquisadores”, explicou Lima Neto.

Além disso, são necessárias observações por raios X, como as que Lima Neto e a pesquisadora Tatiana Ferraz Laganá farão durante a pesquisa. Laganá realiza um projeto de pós-doutorado no Núcleo de Astrofísica Teórica (NAT) da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul), no âmbito do programa Jovens Pesquisadores, da FAPESP.

“Os raios X nos mostram a composição do gás situado entre as galáxias, que é enriquecido por elas”, explicou Lima Neto.

Novo cluster de computadores

A fim de realizar suas simulações numéricas, os pesquisadores do IAG utilizam um dos maiores e mais potentes clusters (aglomerados de computadores) voltado exclusivamente para pesquisas astronômicas, instalado no início de 2012 no Departamento de Astronomia.

Avaliado em mais de US$ 1 milhão, o equipamento foi adquirido com apoio da FAPESP por meio do Programa Equipamentos Multiusuários, no âmbito de um projeto realizado pelo IAG em parceria com o NAT, da Unicsul.

Composto por três torres, do tamanho de geladeiras domésticas que juntas pesam três toneladas, o conjunto de computadores possui 2,3 mil núcleos de processamento.

O sistema possibilitou um aumento de 60 vezes na escala de processamento do Departamento de Astronomia da USP. O cluster utilizado anteriormente pela instituição possuía 40 núcleos de processamento.
“O novo cluster de computadores agregou um poder de cálculo brutal às nossas simulações numéricas”, avaliou Lima Neto. “Simulações que antes levariam meses, agora nós fazemos em alguns dias”, comparou.
O pesquisador Rubens Eduardo Garcia Machado, que realiza pós-doutorado no IAG com Bolsa da FAPESP, começou a rodar as primeiras simulações numéricas de colisões de aglomerados de galáxias, que também provocam mudanças em suas composições químicas.

Colaboração sul-americana

Por meio de colaborações com colegas de outros países da América do Sul, os pesquisadores do IAG também pretendem adaptar códigos de simulações numéricas de evolução química.

Nos últimos anos, os pesquisadores brasileiros iniciaram conversas com colegas do Instituto de Astronomia e Física do Espaço (Iafe) do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (Conicet) e da Universidade de Buenos Aires (UBA) da Argentina para começar uma colaboração formal de pesquisa.
No início de fevereiro, uma das pesquisadoras do Iafe, a astrofísica argentina Patricia Tissera, esteve no Brasil, por meio de um Auxílio Pesquisador Visitante, concedido pela FAPESP, para discutir com os pesquisadores brasileiros sobre a colaboração.

Na ocasião, Tissera deu uma palestra na Conferência USP sobre Cosmologia, Estruturas de Larga Escala e Primeiros Objetos , realizada nos dias 4 a 7 de fevereiro, em São Paulo, sobre como os padrões químicos e dinâmicos representam uma rota de pesquisa desafiadora para entender a formação das galáxias.

A pesquisadora desenvolveu um código de simulação numérica de evolução química e formação estelar, além de outros processos astrofísicos que os pesquisadores brasileiros pretendem começar a estudar.

“Nós temos interesse em colaborar com colegas de países como a Argentina e o Chile há bastante tempo”, afirmou Lima Neto.

“A ideia é montarmos uma rede de pesquisa sobre astronomia extragaláctica no Cone Sul, a exemplo das existentes nos Estados Unidos e Europa”, contou.




A partícula profeta do apocalipse


Folha de S.Paulo
MARCELO GLEISER

O bóson de Higgs, às vezes chamado de 'partícula de Deus', tem o destino do Universo em suas mãos

Como se já não bastasse a confusão causada quando chamam o bóson de Higgs de "partícula de Deus", eis que, recentemente, a mesmíssima partícula voltou à berlinda, agora como profeta do fim.

Isso mesmo, leitores, o destino do Universo está nas mãos dessa partícula ou, mais precisamente, no valor de sua massa.

Tudo começa na cozinha, que é um excelente laboratório. Como sabemos, as propriedades de uma substância, como a água, dependem de sua temperatura: muito frio, a água congela; muito quente, evapora. Essas mudanças são conhecidas como transições de fase.

Surpreendentemente, o próprio Universo -ou a matéria nele-passou por ao menos uma ou duas transições de fase. E talvez possa passar por mais uma.

A história cósmica começa no Big Bang, que marca o início do tempo. Logo após o "bang", o espaço começou a crescer feito um balão, e a matéria nele se resfriou.

Voltando à cozinha, vemos que a expansão do Universo funciona como uma geladeira, fazendo a temperatura baixar. Será que a matéria cósmica também pode passar por uma transição de fase?

Sabemos que sim. Logo no início, a temperatura era tal que as partículas não tinham massa. A única que tinha era o Higgs, mas ele não interagia com as outras partículas.

Quando a temperatura foi baixando, o Higgs passou a interagir com as partículas com maior intensidade, dando-lhes massa. Esse processo é uma transição de fase que ocorreu quando o Cosmo tinha um trilionésimo de segundo.

Em julho do ano passado, cientistas do laboratório europeu de partículas Cern (onde estarei durante toda a semana -podem esperar algo para domingo que vem) descobriram uma partícula com toda a cara do Higgs. Ainda não temos certeza se é o mesmo Higgs que dá massa para todo mundo, mas tudo indica que sim. O problema é a massa dele, que é entre 124 e 126 vezes maior do que a do próton.

Dependendo da massa do Higgs, o Universo pode passar por outra transição de fase, como a água, que pode ir do estado gasoso ao líquido e do líquido ao sólido.

Se isso for verdade, estaríamos na fase líquida e poderíamos cair na fase sólida. Quando muda a fase -por meio do surgimento de bolhas da fase nova na fase antiga-, muda toda a física e não sobra ninguém para contar essa história. Seria o fim do Universo, ao menos como o conhecemos hoje.

Antes de causar pânico total, algumas boas novas. Os cálculos indicando que a massa do Higgs é próxima da que causa a instabilidade baseiam-se na suposição de que nenhuma nova física (outras partículas ou forças) aparece até as energias vigentes perto do Big Bang. Possível, mas pouco provável. Também dependem de valores muito precisos das massas de certas partículas, que ainda contêm erros. Os mesmos cálculos indicam que o tempo para que o Universo mude para a nova fase é de bilhões de anos.

Resumindo, a possibilidade de transição existe, mas nada é conclusivo e, se ocorrer, deve demorar.

Na semana que vem, falarei com os físicos responsáveis pelo cálculo para ver se têm algo novo. Talvez eu mesmo adicione algo à conta, quem sabe ajudando a salvar o Universo.

MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor de "Criação Imperfeita". Facebook: goo.gl/93dHI

15 de fev. de 2013

Horário de verão termina à zero hora deste domingo, 17 de fevereiro




Observatório Nacional

O horário de verão termina à zero hora deste domingo, dia 17 de fevereiro, quando deverão ser atrasados em uma hora os relógios dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e também do Distrito Federal. Com isso, o domingo terá uma hora a mais nessas áreas.

Criado com a finalidade de economizar energia durante os meses mais quentes do ano e cujos dias são mais longos, o horário de verão tem início no terceiro domingo de outubro e termina no terceiro de fevereiro.

O Observatório Nacional é responsável pela geração, distribuição e conservação da Hora Legal Brasileira (HLB), desde 1850, quando essa atividade teve início no país. É da sua sede, no bairro São Cristóvão, zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, que sai o famoso “horário de Brasília”. Para saber a hora certa, basta acessar a página http://www.horalegalbrasil.mct.on.br/ e clicar no link “acerte seu relógio”.



Meteoro que caiu na Rússia não tem relação com asteroide 2012 DA14

Observatório Nacional
15/02/2013

Na madrugada desta sexta-feira, dia 15, horário de Brasília, um meteoro rompeu o céu da Rússia. Coincidentemente, nas próximas horas, passará próximo da Terra o asteroide 2012 DA14. Em princípio, os dois objetos não tem relação, como explica a astrônoma Daniela Lazzaro, do Observatório Nacional: “Ao que tudo indica, não existe qualquer relação entre eles, pois as duas órbitas são bastante distintas”.

O meteoro que caiu na Rússia não foi previsto, provavelmente, devido ao seu tamanho pequeno e sua cor escura, características que dificultam sua identificação pelos instrumentos de monitoramento que, como em qualquer ciência, tem suas limitações tecnológicas. Ocorrências como esta não são tão raras, mas em boa parte das vezes acontece em áreas não urbanas e desabitadas, como nos oceanos, desertos e florestas, não causando qualquer problema.

Já o asteroide 2012 DA14 foi descoberto no ano passado, por astrônomos do observatório de La Sagra, no sul da Espanha. Desde então a trajetória do objeto vem sendo monitorada e estudada. Nesta noite, ele estará bastante próximo da Terra, a 28 mil quilômetros. “Essa distância parece grande, mas em termos astronômicos, é bastante próximo”, informa Daniela.

De acordo com a pesquisadora, este asteroide já teve várias aproximações com o planeta, mas nenhuma tão grande quanto a de agora, a maior registrada entre objetos de tamanhos similares. Devido ao seu brilho, o asteroide, apesar de pequeno, poderá ser visto com binóculos e pequenos telescópios, mas não no Brasil. Os melhores lugares para observá-lo são a Indonésia e Ásia. A maior aproximação do astro será entre 17 e 18 horas, horário de Brasília. “Mas o objeto só será visto por um intervalo de tempo muito curto, já que passará próximo da Terra a uma velocidade de cerca de 8 quilômetros por segundo”, explica a pesquisadora. O site da Agência Espacial Norte-Americana, a NASA, fará a transmissão ao vivo, no endereço www.nasa.gov/.

Existem muitos asteroides nas proximidades da Terra, sendo a maior parte ainda desconhecida, em particular os com até 150 metros de tamanho. Por esse motivo, no mundo todo estão em andamento programas que visam descobrir e estudar as características físicas desta população denominada como “objetos potencialmente perigosos”. No Brasil, o Observatório Nacional lidera as pesquisas nesta área com o projeto IMPACTON (Iniciativa de Mapeamento e Pesquisa de Asteroides nas Cercanias da Terra no Observatório Nacional). Sediado no Observatório do Sertão de Itaparica, em Itacuruba, PE, o projeto conta com um telescópio com espelho de um metro e tem como objetivo exatamente o monitoramento e estudo das propriedades físicas desses objetos.


O que é um asteroide

Asteroides são pequenos corpos rochosos e metálicos espalhados na região interna do Sistema Solar, situados entre 1 e 5 Unidades Astronômicas – cada UA equivale a 150 milhões de quilômetros, que representa a distância média entre a Terra e o Sol. São chamados de objetos primordiais porque preservam materiais dos estágios finais de formação do Sistema Solar. Atualmente estão catalogados mais de 500 mil deles, mas há um elevado número de asteroides que ainda não foram descobertos, inclusive em órbitas que chegam a cruzar ou se aproximar muito da Terra.

O que é um meteoro

É um pequeno corpo celeste que entra na atmosfera da Terra e queima completamente, ou não. Essa queima resulta do atrito com a atmosfera terrestre e do contato com o oxigênio. Em geral o meteoro deixa um rápido rastro (ou fino traço) de luz que é visto no céu. A sua origem pode ser de fragmentos de asteroides ou de restos de cometas. Os meteoros são conhecidos popularmente como estrelas cadentes, embora não tenham, absolutamente, qualquer tipo de relação com as estrelas. A grande maioria dos meteoros é destruída antes de atingirem a superfície da Terra. Quando não é completamente destruído e chega à superfície terrestre, é denominado meteorito.


Saiba mais sobre o assunto na Revista Asteroide,
do Observatório Nacional. 










O astrônomo Fernando Roig fala sobre a queda do meteorito na Russia

BandNews
15/02/2013 10:53

Meteoro deixa mais de 500 feridos na RússiaA queda de um meteorito deixa mais de 500 feridos – 22 em estado grave - na Rússia. A maioria foi hospitalizada após ser atingida por estilhaços de vidro que caíram das janelas de edifícios na capital de “Satiki”. O astrônomo Fernando Roig do Observatório Nacional afirma que o objeto era provavelmente formado de ferro e teria cerca de dois metros.




Meteorito cai na Rússia e deixa 500 feridos


INFO Online



São Paulo - Um meteorito de pelo menos 50 metros e várias toneladas caiu na região de Tcheliabinsk, nos montes Urais, na Rússia, nesta sexta-feira (14). Cerca de 500 pessoas ficaram feridas, segundo os últimos dados do Ministério do Interior da Rússia.

Segundo um porta-voz do ministério, ao menos 474 pessoas precisam de atendimento médico, das quais 14 estão hospitalizadas. Vladimir Stepánov, chefe do Centro Nacional de Situações de Crise do Ministério de Emergências russo, também anunciou que pelo menos cinco pessoas foram hospitalizadas com cortes profundos de vidro. Até o momento, não foram relatadas mortes em consequência do meteorito.


O meteorito caiu a cerca de 80 quilômetros da cidade de Satka, por volta das 09h20 pelo horário local (01h20 de Brasília). Mas os fragmentos do corpo celeste causaram danos em pelo menos em seis cidades da região onde o asteroide caiu.

O corpo celeste atravessou o céu e lançou bolas de fogo em direção à Terra, deixando um longo rastro branco em seu caminho, que podia ser visto a até 200 quilômetros de distância. Como consequência, alarmes de carros soaram, janelas quebraram e telefones celulares tiveram o funcionamento afetado pelo incidente.


Segundo depoimentos de testemunhas citadas pela rádio "Eco" de Moscou, a queda do meteorito foi acompanhada de fortes explosões. Elas foram acompanhadas de uma luz intensa e de uma onda de tremor. Inclusive, muitas pessoas acreditaram que, na verdade, um avião havia explodido durante o voo.

A polícia começou uma avaliação para determinar se outros núcleos de população foram afetados pela queda. Além disso, patrulhas vigiam os edifícios que tiveram danos e perderam portas e janelas de vidro.

O Ministério de Emergência da Rússia pediu aos moradores para manter a calma. Todos foram orientados a voltar para casa e a buscar as crianças nas escolas, que foram fechadas por orientação do governo.

O meteorito - As proporções exatas do asteroide ainda são desconhecidas. Cientistas acreditam que ele pesava muitas toneladas e poderia ter várias dezenas de metros de comprimento. Isso porque corpos de menos de 50 metros se desintegram quando entram na atmosfera. Então, chegam à Terra apenas pequenos fragmentos, disse Nikolai Zheleznov, especialista do Instituto de Astronomia Aplicada.

Sergei Smirnov, cientista do Observatório astronômico de Pulkovo, afirmou que o objeto tem uma massa de várias dezenas de toneladas, que se pôde ver com clareza no céu. Ele se desintegrou nas camadas baixas da atmosfera.

A porta-voz do Ministério para Situações de Emergência da Rússia, Elena Smirnij disse à agência "Interfax" que a queda do meteorito não influiu nos níveis de radiação, que se mantêm dentro dos parâmetros de normalidade para a região. Além disso, a Rosatom, agência russa para a energia atômica, informou que suas instalações nos Urais não foram atingidas pela queda do meteorito.

Vale lembrar que incidentes desse tipo são raros. Um dos casos mais conhecidos aconteceu quando um meteorito devastou uma área de mais de 2.000 quilômetros quadrados na Sibéria em 1908.

Em sua conta no Twitter, a Agência Espacial Europeia (ESA) disse que até o momento não há qualquer relação do incidente com a passagem de um asteroide de 45 metros pela Terra nesta sexta.

*Com agências EFE e Reuters