10 de nov. de 2016

Observatório Nacional de portas abertas atraiu 2.308 pessoas na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

Entre os dias 18 e 23 de outubro de 2016 o Observatório Nacional abriu as suas portas e promoveu atividades de divulgação científica com a participação de 2.308 pessoas, das quais 93,76% composta por jovens estudantes e crianças e o restante formada por adultos interessados em ciência.
A SNCT foi organizada pela parceria ON/MAST, com a participação dos institutos convidados: Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Comissão de Energia Nuclear (CNEN), o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), a Coordenação dos programas de pós-graduação em engenharia da UFRJ (COPPE), o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), o Jardim Botânico e o Museu de Ciência da Terra (McTer).





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Jovens estudantes participando das atividades da SNCT 2016.

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Espaço "Antares Kleber Grijó de Oliveira", com uma área útil de 60m2, será reservado às exposições.







Dentro das atividades desta semana, o Observatório Nacional inaugurou o espaço "Antares Kleber Grijó de Oliveira”, cuja função é a de manter exposições permanentes que atendam, principalmente, o público infanto-juvenil e professores da rede escolar com experimentos e materiais que levem, com uma linguagem simples, o pensamento científico à toda população.
O diferencial deste espaço é que ele estará aberto para que outras instituições, que desenvolvem igualmente um trabalho de difusão da ciência, possam utilizar este local, por um determinado tempo, para expor os seus trabalhos.
Este espaço tem grande relevância para a história da ciência e tecnologia brasileira, pois faz parte da centenária Sala da Hora, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que no passado abrigava as pêndulas utilizadas para medir intervalos de tempo e distribuir sinais horários. Com o tempo, este espaço passou a hospedar osciladores de quartzo e finalmente os padrões atômicos que continuaram a disseminar, com maior precisão, a Hora Legal Brasileira.
O espaço é uma homenagem a "Antares Kleber Grijó de Oliveira”, astrônomo cuja trajetória de 33 anos no Observatório Nacional foi marcada pela extrema dedicação à divulgação da ciência.

30 de ago. de 2016

Segundo estudo, placas tectônicas podem se mover 20 vezes mais rápido


Pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, publicaram um estudo na revista Nature mostrando que as placas litosféricas (tectônicas) podem se deslocar 20 vezes mais rápido do que se acreditava.

Os cientistas afirmam que, as placas podem se mover na mesma velocidade em que as unhas crescem
, o que é considerado extremamente rápido.

Até então acreditava-se que a Pangeia tinha demorado milhões de anos para se dividir, movendo pouco a pouco no mesmo ritmo. No entanto, a pesquisa indica que o continente, na verdade, foi gradativamente acelerando.

"É o equivalente a comparar um pedestre e uma BMW bem rápida", explica o geofísico Dietmar Muller, que conduziu o estudo, em entrevista ao jornal The New York Times.

Muller e sua equipe analisaram dados sísmicos de regiões que pareceram ter sido esticadas no momento da separação dos continentes. Nas simulações eles viram que existiram duas fases na movimentação dos continentes: primeiro por meio de rachaduras na superfície dos continentes; depois, já separados, para diferentes partes do globo terrestre, em uma velocidade maior.
                                                                                  
Assista ao vídeo ilustrativo.



Vídeo: EarthByte

25 de ago. de 2016

Planeta parecido com a Terra é encontrado na zona de habitabilidade

Com o ajuda dos telescópios do ESO (Observatório Europeu do Sul), astrônomos encontraram um planeta orbitando a estrela mais próxima da Terra, Proxima Centauri. Este planeta denominado Proxima b, orbita, a cada 11 dias, a sua estrela progenitora, vermelha e fria. O mais recente planeta descoberto possui uma temperatura que permite a existência de água líquida em sua superfície. Este mundo é rochoso e um pouco mais massivo que a Terra, trata-se do exoplaneta mais próximo de nós — podendo também ser o mais próximo a ter vida fora do Sistema Solar. Um artigo científico descrevendo esta marcante descoberta será publicado na revista Nature hoje, 25 de agosto de 2016.
Ontem (24/8/2016) o Observatório Europeu do Sul (ESO) anunciou a descoberta de um planeta orbitando Proxima Centauri, a estrela mais próxima do Sol.
Até então, o exoplaneta possivelmente mais parecido com a Terra era o Wolf 1061c, que orbita a estrela anã 1061 à aproximadamente 14 anos-luz do Sistema Solar. Já o novo corpo descoberto pelo ESO fica a um pouco mais de quatro anos-luz do nosso Sol.
Desde 2013 já haviam indícios de que um exoplaneta poderia estar orbitando a estrela Proxima Centauri. "As primeiras pistas surgiram naquele ano, mas não eram o suficiente. Desde então temos investigado a fundo com a ajuda do ESO e outros observatórios", disse Anglada-Escudé na divulgação da descoberta. 
Os astrônomos o chamam de Proxima b. A órbita do corpo é de 11 dias terrestres e a boa notícia é que, além de tudo, o planeta tem uma temperatura que permite a existência de água líquida na sua superfície.
A Nature postou um vídeo simulando o que pode ser a Proxima b.
Assista no abaixo:


Fonte: ESO

8 de ago. de 2016

NASA lançará uma Sonda para estudar asteroide que pode colidir com Terra



Os Astrônomos e cientistas já o conhecem desde 1999 e temem sua colisão com a Terra.
Isso mesmo! Estamos falando sobre o Asteroide Bennu, a Agência Espacial dos Estados Unidos (NASA) já está estudando esse asteroide a anos. A NASA vai lançar a Sonda Osiris-Rex para poder coletar amostras de sua superfície, disse Dante Lauretta, professor da Universidade de Tucson, no Arizona, é o principal investigador desta missão. A sonda irá procurar elementos orgânicos de grande importância para os cientistas, assim vão poder entender a sua composição química e a trajetória do Asteroide Bennu.
O Asteroide Bennu tem aproximadamente 493 metros de diâmetro com uma composição química formada por ferro, níquel e outros elementos pesados. A colisão do Asteroide com a Terra teria um efeito similar a explosão de 3 bilhões de toneladas de explosivos e seria devastador para a área de colisão, porém não teria capacidade de destruir a civilização ou causar extinção em massa.
Estima-se que o asteroide vai colidir com a Terra por volta do século XXII, lá pelo ano de 2135, quando sua aproximação com a Terra e a lua pode alterar sua órbita. A sonda tem data prevista para lançamento no mês de setembro, com uma previsão de chegada no asteroide somente em 2018. O retorno da sonda à Terra está previsto para o ano de 2023.
Se a missão obtiver êxito, ela será a primeira sonda a visitar um Asteroide e retornar com amostras para pesquisa.



26 de fev. de 2016

O eclipse que confirmou Einstein

Astrônomo Teófilo H. Lee, membro da equipe brasileira em Sobral, faz observações espectroscópicas da coroa solar. Créditos: Observatório Nacional
O dia 29 de maio de 1919 amanheceu nublado em Sobral, no Ceará. Aos poucos, porém, as nuvens se dissiparam e um clarão entre elas se abriu. A movimentação de pessoas e equipamentos era intensa em torno do Jockey Clube da cidade, onde astrônomos vindos do Rio de Janeiro e de Londres se preparavam para observar e registrar um fenômeno que trocaria por alguns minutos o dia pela noite. Pouco antes das 9 horas da manhã, o disco da Lua começou a sobrepor-se ao do Sol, encobrindo-o por completo minutos depois. O eclipse total do Sol em Sobral entrou para a história da ciência por ajudar a comprovar experimentalmente um pressuposto científico previsto na teoria da relatividade geral, publicada quatro anos antes pelo físico alemão Albert Einstein (1879-1955): matéria e energia distorcem a malha do espaço-tempo, podendo também desviar a trajetória da luz que viaja por ele.
Cientistas das expedições vindas do Rio de Janeiro (em pé) e de Londres (sentados)… Créditos: Observatório Nacional

Para registrar o eclipse e verificar se o campo gravitacional do Sol entortava a luz das estrelas, os astrônomos das expedições brasileira e inglesa usaram placas fotográficas de vidro, agora resgatadas e restauradas por pesquisadores do Observatório Nacional (ON), no Rio de Janeiro. Foram encontradas 900 delas em caixas guardadas na biblioteca, das quais 61 registram o fenômeno e os momentos que o antecederam na pacata cidade cearense. As placas, que medem 24 centímetros (cm) por 18 e 9 cm por 12, são cobertas por uma emulsão com sais de prata sensíveis à luz. Elas estavam em uma área de obras raras da biblioteca do ON e ainda não haviam sido melhor examinadas. A maioria está bem preservada e mostra com nitidez a imagem da Lua encobrindo o Sol e o telescópio refrator astrográfico — usado para observar o eclipse. O astrônomo Henrique Charles Morize, então diretor do Observatório Nacional, por meio de um artigo publicado dias antes em um jornal local, havia pedido às pessoas que acompanhassem o fenômeno em silêncio, sem soltar fogos de artifício, para não prejudicar a observação do eclipse e a qualidade das fotografias.
…para observar e registrar o eclipse total do Sol de 1919 em Sobral. Créditos: Observatório Nacional

Morize coordenou os trabalhos da expedição inglesa e chefiou a equipe brasileira em Sobral. Um dos objetivos da missão era fazer observações espectroscópicas da coroa solar. Durante o fenômeno, várias chapas fotográficas foram tiradas sucessivamente a partir de câmeras acopladas a telescópios, registrando a posição das estrelas próximas à borda do Sol. O eclipse durou exatamente 5 minutos e 13 segundos.“A análise das imagens registradas nas placas ajudou, mais tarde, a esclarecer melhor as leis físicas que regem o movimento dos corpos celestes”, diz o astrônomo Carlos Veiga, pesquisador da Coordenação de Astronomia e Astrofísica e chefe da Divisão de Atividades Educacionais do ON. Durante um mês, o astrônomo e outros bibliotecários trabalharam na recuperação das placas fotográficas de vidro, em que estão registradas as imagens do eclipse. Um trabalho lento, segundo ele, dada a fragilidade das placas — algumas têm as pontas quebradas.“As placas agora estão em caixas especiais e embaladas em um papel próprio para esse tipo de material, evitando reações químicas que possam danificá-las”, explica. Veiga e sua equipe pretendem digitalizar o material e disponibilizá-lo para consulta no site do Observatório Nacional.
Astrônomo Henrique Charles Morize, então diretor do Observatório Nacional e chefe da equipe brasileira em Sobral. Créditos: Observatório Nacional
O eclipse de 1919 foi observado ao mesmo tempo na ilha de Príncipe, na África Ocidental, por outra equipe de astrônomos ingleses. O mau tempo, contudo, prejudicou a qualidade das imagens. Em algumas placas, as estrelas apareciam de forma mais clara, em outras, sumiam em meio ao céu encoberto. Em Sobral, considerada uma das melhores regiões para a observação do fenômeno, o céu estava limpo durante o eclipse e as placas registraram 12 estrelas, usadas mais tarde como referência para medir o ângulo de desvio da trajetória de seus feixes de luz. Esse efeito, chamado deflexão da luz, havia sido previsto pela relatividade geral de Einstein: um feixe de luz vindo de uma estrela teria sua trajetória encurvada, ou desviada, ao passar em regiões com campo gravitacional muito forte. Esse desvio na trajetória da luz, segundo os astrônomos, faria com que as estrelas observadas fossem vistas em uma posição aparentemente diferente de sua posição real; sua luz, ao passar próximo ao Sol, seria desviada 1,75 segundo de arco, de acordo com a teoria de Einstein.
Telescópio refrator astrográfico usado para registrar a imagem do eclipse total do Sol sobre as placas fotográficas. Créditos: Observatório Nacional
Os astrônomos em Sobral pretendiam medir um pequeno ângulo formado por essas duas posições. Era uma oportunidade única, uma vez que o eclipse permitiria, por alguns poucos minutos, fotografar as estrelas no fundo do céu mais próximas da borda do Sol, a uma distância de 150 anos-luz da Terra —cada ano-luz equivale a cerca de 9,5 trilhões de quilômetros. Uma das estrelas analisadas, a Hip 20712, era forte candidata para confirmar as previsões do físico alemão. A medição do ângulo de desvio da trajetória da luz não foi uma tarefa simples. As imagens de muitas estrelas estavam imersas no halo difuso causado pela luz do Sol ou encobertas pelo disco da Lua, ao mesmo tempo que a turbulência atmosférica prejudicava um pouco a qualidade das fotografias. A equipe inglesa ficou em Sobral até julho daquele ano para fotografar o mesmo campo estelar à noite, sem a influência gravitacional do Sol. A ideia era comparar nas duas imagens as posições das estrelas mais próximas de sua borda.
Imagem do disco da Lua sobre o do Sol registrada por uma das placas fotográficas. Créditos: Observatório Nacional
A confirmação das ideias de Einstein veio meses depois. Astrônomos reunidos na Royal Astronomical Society, em Londres, no dia 6 de novembro de 1919, após avaliarem os resultados obtidos a partir da análise das placas fotográficas feitas em Sobral e na ilha de Príncipe, concluíram que a teoria da relatividade geral estava correta. O resultado final das observações feitas na ilha de Príncipe apresentava um desvio médio de 1,6 segundo de arco, enquanto nas de Sobral tinham um desvio de 1,9 segundo de arco, quase duas vezes o valor estimado na teoria gravitacional do físico inglês Isaac Newton (1643-1727), elaborada e apresentada dois séculos e meio antes. Consideradas as margens de erro, Einstein estava certo. “Com isso, a teoria da gravitação universal de Newton passou a ser um caso particular da relatividade geral de Einstein”, explica Veiga.

“Podemos entender as chapas fotográficas produzidas em Sobral e na ilha de Príncipe como um momento fundamental na história da ciência no século XX, quando as ideias propostas na teoria da relatividade ainda eram encaradas com desconfiança”, diz o físico e historiador da ciência José Luiz Goldfarb, do Centro Simão Mathias da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). “Desafiar as ideias da mecânica clássica, desenvolvidas a partir de Newton, enfrentava fortíssima oposição, uma vez que as proposições de Einstein e de outros cientistas faziam com que nossa compreensão do mundo fosse completamente redesenhada.” Para ele, preservar as placas fotográficas é manter viva a memória das transformações que se deram na ciência no início do século XX e que ainda influenciam a maneira como vemos o mundo atual.