21 de mai. de 2012

Centauro A: a galáxia que não parece, mas é

Redação do Site Inovação Tecnológica


A peculiar galáxia Centauro A (NGC 5128) aparece nesta imagem,
feita com um tempo total de exposição de mais de 50 horas.[Imagem: ESO] 


Rádio galáxia 

Esta nova imagem feita pelo Observatório Europeu do Sul mostra a estranha galáxia Centauro A (ou Centaurus), com seu jeitão difícil de identificar como uma galáxia elíptica. 

Com um tempo total de exposição de mais de 50 horas, esta é provavelmente a imagem mais profunda já criada deste espetacular e incomum objeto celeste. 

A Centauro A, também conhecida como NGC 5128, é uma galáxia elíptica muito estranha, cheia de características incomuns. 

Ele é enorme, com grande massa e um buraco negro supermassivo no seu centro e distingue-se por ser a rádio galáxia mais forte do céu. 

Os astrônomos acreditam que o núcleo brilhante, a forte emissão de rádio e os jatos da Centauro A são produzidos por um buraco negro central com uma massa de cerca de 100 milhões de vezes a massa do Sol. 

A matéria situada na regiões centrais densas da galáxia liberta enormes quantidades de energia à medida que cai em direção ao buraco negro. 

Remendo 

O brilho que enche a maior parte da imagem vem de centenas de bilhões de estrelas velhas e frias. 

Contrariamente à maioria das galáxias elípticas, a forma homogênea da Centauro A é perturbada por uma faixa larga e "remendada" de material escuro, que obscurece o centro da galáxia. 

A faixa escura contém grandes quantidades de gás, poeira e estrelas jovens. 

Aglomerados de estrelas jovens brilhantes situados nas extremidades superior direita e inferior esquerda da faixa apresentam o brilho vermelho característico de nuvens de hidrogênio onde se formam estrelas, enquanto algumas nuvens de poeira isoladas podem ser vistas contrastando com o fundo de estrelas. 

Estas características, juntamente com a emissão rádio intensa, apontam para o fato provável da Centauro A ter resultado da fusão entre duas galáxias. A faixa de poeira é provavelmente resultado dos restos desfeitos de uma galáxia espiral destroçada pela atração gravitacional da galáxia elíptica gigante. 

Estrelas variáveis 

Centauro A foi já extensivamente estudada em comprimentos de onda que vão desde o rádio até os raios gama. 

Em particular, observações em rádio e raios X foram cruciais no estudo das interações entre a emissão altamente energética vinda do buraco negro de grande massa e os seus arredores. 

Muitas das observações de Centauro A utilizadas na criação desta imagem foram obtidas no intuito de ver se era possível usar rastreios terrestres para detectar e estudar estrelas variáveis em galáxias fora do nosso Grupo Local, tais como Centauro A. Foram descobertas mais de 200 novas estrelas variáveis em Centauro A. 

O telescópio móvel ALMA também já começou a estudar a estranha Centauro A.



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