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Com informações do MCT - 14/06/2010
Uma delegação italiana de especialistas em Astrofísica está no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP), para discutir os instrumentos científicos do Mirax (Monitor e Imageador de Raios X).
Primeira missão astronômica espacial brasileira a bordo de um satélite, o Mirax é destinado ao estudo do centro da galáxia e seus objetos, como buracos negros e estrelas de nêutrons.
Fontes de raios X
Além da câmara imageadora de raios X, desenvolvida no Brasil pelo Inpe, o Mirax poderá receber mais dois instrumentos, estes italianos.
O Mirax estará a bordo do Lattes, um satélite científico desenvolvido pelo Inpe e com lançamento previsto para 2014, que atenderá não só aos objetivos astronômicos como também a missão Equars, esta voltada para estudos na baixa, média e alta atmosfera e ionosfera na região equatorial.
No caso da missão Mirax, o objetivo é realizar um levantamento sem precedentes do comportamento espectral e temporal de um grande número de fontes transientes de raios X em escalas de tempo de horas a meses.
"Essas fontes de raios X apresentam comportamento variável no tempo e precisam de instrumentos que observem um grande número de fontes pelo máximo de tempo possível. Os emissores de raios X estão geralmente associados à presença de objetos compactos remanescentes de estrelas - buracos negros, estrelas de nêutrons e anãs brancas - e, em muitos casos, manifestam-se através de gigantescas explosões cósmicas", explica João Braga, vice-diretor do Inpe e coordenador do Mirax.
Conhecimento do universo
Os instrumentos do Mirax estão sendo desenvolvidos no Inpe, em cooperação com outras instituições do Brasil, como USP, UFRN e UFRS, e do exterior, como Universidade da Califórnia e MIT - Instituto de Tecnologia de Massachusetts, dos Estados Unidos, e Universidade de Tuebingen, da Alemanha, entre outras.
Com o lançamento do Mirax, o Brasil obterá dados sobre importantes classes de objetos astrofísicos e poderá dar significativa contribuição ao conhecimento humano acerca do universo.
Intercâmbio científico
Segundo João Braga, a parceria ítalo-brasileira pode envolver ainda a formação de recursos humanos, com o intercâmbio científico entre o Instituto e as instituições italianas.
"O projeto já conta com o apoio da ICRANet, uma rede internacional de grupos de pesquisa nas áreas de Relatividade, Cosmologia e Astrofísica. Os dados gerados pela missão MIRAX serão utilizados pelos pesquisadores brasileiros e também serão importantes em termos de cooperação científica internacional".
Participam das reuniões com os astrofísicos e engenheiros espaciais do Inpe especialistas do INAF (Istituto Nazionale di Astrofisica), do IASF (Istituto di Astrofisica Spaziale e Fisica Cosmica) e da Universidade de Ferrara.
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