27 de abr. de 2012

Participe e receba seu kit

Observatório Nacional


O I Programa ON Imagens e Palavras criado pela Divisão de Atividades Educacionais do Observatório Nacional - DAED/ON pretende despertar em todos os participantes o interesse pela história de um instituto que há 185 anos, de acordo com sua missão, realiza pesquisa e desenvolvimento em Astronomia, Geofísica e Metrologia em Tempo e Frequência, forma pesquisadores em seus cursos de pós-graduação, capacita profissionais, coordena projetos e atividades nestas áreas, gera, mantém e dissemina a Hora Legal Brasileira.

Esta atividade faz parte de uma série de iniciativas em comemoração aos 185 anos do Observatório Nacional e através deste programa gostaríamos de conhecer a sua visão sobre o instituto.

Os trabalhos inscritos no programa deverão tratar do tema "O Observatório Nacional e sua visão sobre os 185 anos de história", ser individual, inédito, original e identificado em formulário próprio, fornecido no site. Os participantes podem consultar informações contidas no site do instituto (www.on.br) para produzirem seus trabalhos.


Participe!








Brasil sediará Olimpíada Internacional de Astronomia pela primeira vez

Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/04/2012


Brasil sediará Olimpíada Internacional de Astronomia pela primeira vez
Todos os estudantes farão as três modalidades de prova: observacional, teórica e prática.
[Imagem: IOAA]

Competição astronômica

Em agosto, estudantes dos cinco continentes desembarcarão no Rio de Janeiro para participar de uma olimpíada diferente.
Em vez de quadras e aparelhos esportivos, os equipamentos serão telescópios, calculadoras, criatividade e aplicação.
Trata-se da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA).
Reconhecida pela União Astronômica Internacional (IAU), a associação mundial dos astrônomos profissionais, a IOAA envolve estudantes de ensino médio de todo o mundo.
No Brasil, os estudantes são selecionados a partir da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), que existe desde 1998.

Patrocínio total

Uma especificidade da organização da Olimpíada de Astronomia é que cada país participante deve se comprometer com a realização de uma edição da competição, arcando com todas as despesas relativas à estadia dos participantes e organização geral do evento.
Para tal, é necessário o apoio de diferentes setores da sociedade.
A missão de apoiar o espírito olímpico e acolher equipes de 30 países, na primeira olimpíada científica de alcance mundial em solo brasileiro, tem o envolvimento o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e de seus institutos de pesquisa e divulgação em astronomia: o Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), o Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA) e o Observatório Nacional (ON).
Da mesma forma, participam o Ministério da Educação, o governo do estado do Rio e as prefeituras do Rio de Janeiro e de Vassouras (RJ), por meio das respectivas instituições.

Modalidades astronômicas

Como país-sede, o Brasil tem direito este ano a duas equipes.
Todos os estudantes farão, como todos os anos, as três modalidades de prova: observacional, na qual demonstram seus conhecimentos sobre o céu que podemos ver; teórica, na qual resolvem problemas de astronomia e astrofísica; e, finalmente, a prova prática, em que utilizam e interpretam dados como um astrônomo profissional.
Mais informações podem ser obtidas no site do evento, no endereço http://www.ioaa2012.ufrj.br/




Empresa lança projeto para fazer mineração em asteroides

Redação do Site Inovação Tecnológica

Empresa lança projeto para fazer mineração em asteroides
Por mais entusiasmante que possa parecer, é fácil concluir que dificilmente uma empresa se viabilizará economicamente neste século fazendo mineração espacial. [Imagem: Bryan Versteg/Spacehabs.com]

Mineração de asteroides

Um time de bilionários norte-americanos apresentou planos para iniciar a era da mineração espacial, explorando água e metais de asteroides.
A proposta é ousada porque, apesar dos primeiros esforços da iniciativa privada rumo à exploração espacial, o único negócio espacial propriamente dito hoje são os satélites artificiais.
Tudo o mais é ciência espacial, bancada por governos e por algumas entidades sem fins lucrativos.
A era das naves espaciais privadas já está em andamento, mas mesmo o turismo espacial está com sua agenda bastante atrasada em relação ao previsto - a construção do primeiro hotel espacial deveria ter começado em 2006, e os turistas já deveriam estar admirando as paisagens terrestres desde 2008, ou voando em um avião-foguete desde 2010.
Isto faz com que os planos da recém-lançada Planetary Resources sejam vistos com enorme interesse, mas sem dar muita atenção à agenda proposta.
A empresa fala em prospecção mineral no espaço em um prazo de cinco a 10 anos - a prospecção é a etapa que antecede a mineração, consistindo na identificação dos depósitos minerais e na verificação de sua viabilidade econômica.
Prospecção mineral espacial
A prospecção mineral espacial começará pelos asteroides.
O plano consiste em lançar um telescópio espacial, pequeno, mas muito versátil, capaz de observar com precisão os chamados NEOs (Near Earth Objects, objetos próximos à Terra), os mesmos asteroides que vez por outra passam raspando pela Terra, e mais raramente se chocam com nosso planeta.
O "mineral" de interesse mais imediato é a água, que poderia ser eletrolisada usando energia solar para criar oxigênio e hidrogênio - combustíveis para as etapas seguintes da mineração e da exploração espacial em geral.
Finalmente, uma vez encontrados, seriam explorados outros minerais, embora a empresa não tenha ainda planos precisos de como extrair ouro e platina, ou qualquer outro metal de um asteroide, e trazer tudo para a Terra.
Falar em ouro e platina atrai a atenção, devido ao elevado valor desses metais. Mas a Planetary Resources terá que se preocupar com recursos aqui na Terra mesmo, se quiser viabilizar um projeto de longo prazo em busca de recursos minerais espaciais.

Empresa lança projeto para fazer mineração em asteroides
Os entraves econômicos do projeto darão tempo para que uma negociação internacional estabeleça um tratado determinando a quem pertencem os asteroides. [Imagem: Planetary Resources]


"Inovações" em custo

A empresa afirma estar ciente disso, mas que está contando com "inovações em custo".
"Nós estamos incorporando inovações recentes na microeletrônica, dispositivos médicos e tecnologia da informação de uma forma que não é usada tradicionalmente por espaçonaves robóticas," diz a empresa.
"A Planetary Resources está trabalhando ativamente nestas áreas por conta própria, assim como para a NASA e para o benefício de toda a comunidade científica espacial."
Isto parece dar uma pista muito clara, não apenas do primeiro grande cliente da empresa, como também da "carteira de tecnologias" à sua disposição, dispensando os custos de desenvolvimento - eventualmente uma das "inovações" para diminuição dos custos.
A Planetary Resources afirma que usará os estudos da NASA para seleção dos alvos mais promissores. Em troca, os levantamentos de suas sondas robóticas poderão ajudar a agência espacial a selecionar alvos para futuras missões tripuladas.

Empresa lança projeto para fazer mineração em asteroides
O telescópio espacial Leo será a primeira e fundamental etapa no projeto da empresa, permitindo a observação precisa dos asteroides nas proximidades da Terra a partir de uma órbita baixa. [Imagem: Planetary Resources]


Mineração espacial

O primeiro mineral de interesse será a água, que pode fornecer suprimentos para voos espaciais mais ousados, incluindo, além de água potável e ar, proteção contra radiação espacial e combustível.
A empresa afirma ter mapeado pelo menos 1.500 asteroides que seriam "tão fáceis de alcançar quanto a Lua". Considerando a viagem de volta, esse número sobe para mais de 4.000.
Na verdade, é mais fácil aproximar, pousar e decolar de um asteroide do que da Lua porque a gravidade desses corpos é muitíssimo menor - praticamente toda a operação pode ser feita com os micropropulsores usados para manobras de satélites artificiais.
O próximo passo serão os metais, sobretudo os do grupo da platina, usados em catalisadores e em outras aplicações de alta tecnologia.
"Além de trazê-los de volta para a Terra, os metais dos asteroides também poderão ser usados diretamente no espaço. Metais como ferro e alumínio podem ser levados para pontos de coleta no espaço para serem usados como material de construção, fabricação de escudos para espaçonaves e como matéria-prima para processos industriais, por exemplo, em uma futura estação espacial da NASA em L2," disse a empresa, referindo ao ponto de Lagrange, onde a gravidade da Terra e da Lua se anulam.

Empresa lança projeto para fazer mineração em asteroides
O Interceptor é um telescópio Leo com propulsão e instrumentação científica adicional. Ele ficará baseado em uma órbita geoestacionária e disparado assim que um asteroide for flagrado aproximando-se da Terra, indo até ele para coletar mais informações. [Imagem: Planetary Resources]


Custos dos minerais espaciais

Encontrar depósitos minerais na Terra já não é fácil, e minerá-los também não é algo tão simples quanto possa parecer porque os elementos químicos geralmente vêm em compostos que precisam ser quebrados - cada mina precisa adaptar o processo à composição química do seu próprio minério.
Junte-se a isso o fato de que missões espaciais podem ser tudo, menos baratas, e é fácil concluir que dificilmente uma empresa se viabilizará economicamente neste século fazendo mineração espacial.
A russa Phobos-Grunt planejava trazer 200 gramas de amostras da lua Fobos de Marte a um custo incrivelmente baixo, de US$160 milhões, mas falhou na tentativa.
Mesmo assim, a "poeira" espacial, com valor científico inestimável, teria um "valor de mercado" de US$800 milhões o quilograma.
A próxima opção é a Osiris-Rex, da NASA, que pretende trazer 60 gramas do asteroide RQ36, a um custo de US$800 milhões, sem contar o foguete, que ainda não foi definido - o que vai inflacionar o preço da poeira espacial para US$13,3 bilhões o quilograma, no mínimo.
A ainda incerta ExoMars vai custar US$1,6 bilhão, mas ainda não está definido quantos gramas ela poderá trazer da poeira de Marte.
Por outro lado, em um esquema "industrial", em que diversas naves gêmeas sejam lançadas, o custo pode cair rapidamente: é o que acontecerá com a sonda japonesa Hayabusa, que teve sucesso limitado na primeira tentativa, mas que será seguida por uma irmã-gêmea nos próximos anos, sem que a JAXA precise arcar com novos custos de desenvolvimento.
O lado positivo é que esses entraves econômicos darão tempo para que uma negociação internacional estabeleça um tratado determinando a quem pertencem os asteroides, como eles deverão ser explorados e a quem caberá os benefícios dessa exploração - eventualmente fundando a era do ambientalismo espacial.

Empresa lança projeto para fazer mineração em asteroides
O Rendezvous Prospector será um Interceptor com comunicação a laser e maior autonomia, permitindo alcançar asteroides mais distantes. [Imagem: Planetary Resources]


Espaço privado


A Planetary Resources tem a seu favor o fato de que os custos elevados da exploração espacial derivam de empreendimentos estatais.
"O objetivo de curto prazo da Planetary Resources é reduzir dramaticamente o custo da exploração de um asteroide," afirma a empresa.
"Nós vamos combinar as melhores práticas de inovação aeroespacial comercial, adaptabilidade operacional e manufatura rápida para criar exploradores robotizados que custarão uma ordem de magnitude menos do que os sistemas atuais." - isto significa 10 vezes menos.
É fato que, se o homem planeja explorar o espaço, é necessário começar de alguma forma.
Mas também é fato que, sem previsão de lucrar com a empreitada, tudo indica que o projeto é mais um que gravitará em torno da cada vez mais privatizada NASA.
As naves provavelmente sairão mais baratas do que se fossem fabricadas pelo governo. Contudo, levando em conta o lucro privado que passa a entrar na equação, o contribuinte não pagará menos pela mesma exploração.
A Planetary Resources foi fundada em 2009 pelos pioneiros do turismo espacial Eric Anderson e Peter Diamandis. Para este projeto, eles receberam o apoio e os recursos financeiros, entre outros, do cineasta James Cameron, Larry Page, um dos fundadores do Google, e do presidente atual da empresa, Eric Schmidt.









Homem encontra meteoritos recém-caídos nos Estados Unidos

G1

No último fim de semana, uma chuva de meteoros foi vista na região.
Robert Ward achou duas pedras, possivelmente partes do mesmo meteoro.


Robert Ward encontrou dois meteoritos na Califórnia (Foto: AP Photo/Rich Pedroncelli)

Um caçador de meteoros encontrou no estado norte-americano da Califórnia duas rochas que vieram do espaço – a origem destas pedras foi confirmada por cientistas.

No último fim de semana, uma chuva de meteoros atingiu a Terra, e foi vista na região oeste dos Estados Unidos.

Robert Ward acredita que as duas pedrinhas que encontrou – cada uma com cerca de 10 gramas – sejam parte do mesmo meteoro. Segundo os especialistas, este meteoro teria o tamanho de uma minivan antes de se desintegrar devido ao atrito com a atmosfera.

A análise mostrou que os meteoritos são “condritos carbonáceos”, como os cientistas classificam. São rochas da época da formação do Sistema Solar, cerca de 5 bilhões de anos atrás.

“É uma das coisas mais antigas conhecidas pelo homem e um dos tipos mais raros de meteoritos que existem”, apontou Ward. “Contém aminoácidos e compostos orgânicos que são extremamente importantes para a ciência”, completou.

Em mais de 20 anos com o hobby, Ward diz que já encontrou meteoritos em todos os continentes, com exceção da Antártica.


No domingo (22), a Nasa registrou a chuva de meteoros no estado de Nevada 
(Foto: AP Photo/Lisa Warren, NASA/JPL)G1




19 de abr. de 2012

Observatório Nacional realiza seminário dia 25/04


Seminários da Astronomia

SECRET LIFE OF THE SPACETIME

com o Prof. T. Padmanabhan (IUCAA - Índia) 


Data: 25/04/2012 (Quarta-feira)

Horário: 16:00h

Local: Auditório do Observatório Nacional

Rua General José Cristino,77 - São Cristóvão

13 de abr. de 2012

ON e UFS promovem Escola de Astrofísica em Sergipe

Observatório Nacional


De 18 a 20 de abril, acontece na Universidade Federal de Sergipe (UFS) a Escola UFS/ON de Astrofísica, resultado de uma parceria entre a UFS e o Observatório Nacional. O evento é voltado a graduandos e pós-graduandos, preferencialmente de cursos de Física.

O evento conta com quatro minicursos, com 65 vagas cada e duração de 4h30, ministrados por pesquisadores do ON: Marcela Campista (Introdução à Cosmologia); Simone Daflon (Evolução Química da Galáxia); Emmanuel Galliano (Introdução à Astrofísica das galáxias); e Jorge Márcio Carvano (Introdução às Ciências Planetárias). Os participantes inscritos que registrarem 100% de frequência nos minicursos receberão certificado de participação.

Outras informações podem ser obtidas no site do Departamento de Física da UFS: http://www.fisica.ufs.br/

Vulcão Etna tem erupção na Itália

G1
Da AP

Mais ativo vulcão da Europa teve 24 erupções desde janeiro de 2011.

Autoridades sicilianas não emitiram alertas.

O Etna, vulcão mais ativo da Europa, entrou novamente em erupção nesta quinta-feira (12).

A erupção, que jogou lava vermelha e cinzas brancas no ar, é a 24ª em uma série iniciada em janeiro de 2011.

Só no mês passado, foram três erupções, com pausas de 12 dias entre elas.

A principal erupção foi na cratera sudeste, próximo à vila de Zafferana Etnea.

Até agora, as autoridades italianas da ilha da Sicília não emitiram alertas nem fecharam o aeroporto de Catania.






Observatório ALMA confirma exoplanetas e mostra anel estelar

Com informações do ESO - 12/04/2012 


Esta imagem mostra uma nova fotografia do anel de poeira em torno da estrela brilhante Fomalhaut, obtida com o ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array). A imagem sobreposta a azul mostra uma fotografia anterior obtida pelo Telescópio Espacial Hubble. A nova imagem do ALMA foi fundamental para a compreensão deste sistema planetário próximo e forneceu pistas importantes de como estes sistemas se formam e evoluem. O ALMA só observou uma parte do anel até agora.[Imagem: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)]


Anel estelar 

O observatório móvel ALMA, que ainda está em construção, deu aos astrônomos importantes pistas para a compreensão de um sistema planetário próximo de nós, no sentido de sabermos como é que estes sistemas se formam e evoluem. 

Os astrônomos descobriram que os planetas que orbitam a estrela Fomalhaut são muito menores do que o inicialmente suposto. 

Este é o primeiro resultado científico publicado correspondente ao primeiro período de observações científicas do ALMA, abertas aos astrônomos de todo o mundo. 

A descoberta foi possível graças às imagens extremamente nítidas que o ALMA fez de um disco, ou anel de poeira que orbita a estrela Fomalhaut, situada a cerca de 25 anos-luz da Terra, e ajuda a resolver uma controvérsia que se gerou entre os primeiros observadores deste sistema. 

Luas pastoras 

As imagens mostram que tanto as bordas interiores como as exteriores do disco de poeira fino estão muito bem delineadas. Este fato, combinado com simulações de computador, levou os cientistas a concluir que as partículas de poeira permanecem no interior do disco devido ao efeito gravitacional de dois planetas - um mais próximo da estrela do que o disco, e outro mais distante. 

O efeito de planetas ou luas em manter as bordas de um anel de poeira bem nítidos foi visto pela primeira vez quando a sonda espacial Voyager voou sobre Saturno e obteve imagens detalhadas do sistema de anéis deste planeta. 

Em outro exemplo do nosso Sistema Solar, um dos anéis do planeta Urano está claramente confinado pelas luas Cordélia e Ofélia, exatamente do mesmo modo que os observadores ALMA propõem para o anel em torno de Fomalhaut. 

As luas que confinam os anéis destes planetas são chamadas "luas pastoras". 

Detecção de exoplanetas 

Os cálculos também indicam o tamanho provável dos planetas - maiores do que Marte, mas não maiores que algumas vezes o tamanho da Terra. Estes valores são muito menores do que os astrônomos tinham inicialmente pensado. 

Em 2008, o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA revelou o planeta interior, quando se pensou ser ele maior do que Saturno, o segundo maior planeta do Sistema Solar. No entanto, observações posteriores com telescópios infravermelhos não conseguiram detectar o planeta. 

Esta não-detecção levou alguns astrônomos a duvidarem da presença do planeta na imagem do Hubble. Não ajudou também o fato da imagem visível do Hubble ter detectado muitos grãos de poeira pequenos empurrados para o exterior pela radiação estelar e, portanto, tornando pouco nítida a estrutura do disco de poeira. 

As observações do ALMA, em comprimentos de onda maiores que o visível, traçam os grãos de poeira maiores - com cerca de 1 milímetro de diâmetro - que não são deslocados pela radiação estelar. Estes grãos revelam de modo claro as bordas nítidas do disco e a sua estrutura anelar, indicadores do efeito gravitacional dos dois planetas. 

"Combinando as observações do ALMA da estrutura anelar com modelos computacionais, podemos impor limites estritos à massa e à órbita de qualquer planeta que se encontre próximo do anel", disse Aaron Boley, da Universidade da Flórida (EUA), que liderou este estudo. "As massas destes planetas devem ser pequenas; do contrário, os planetas destruiriam o anel". 

O tamanho pequeno dos planetas explica por que é que não foram detectados anteriormente pelas observações infravermelhas, disse o cientista. 


As partículas do anel de poeira são mantidas no seu interior por interações gravitacionais com os planetas. O planeta interior, que se move mais rapidamente, transfere energia às partículas de poeira, fazendo-as mover-se para fora, no sentido da borda interna do disco. O planeta exterior, que se move mais lentamente, retira energia das partículas, fazendo com que elas se desloquem mais para o interior. [Imagem: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/B. Saxton] 

Planetas frios 

O estudo mostra que a largura do anel é mais ou menos 16 vezes a distância entre o Sol e a Terra, e a sua espessura é apenas um sétimo dessa largura. "O anel é ainda mais estreito e fino do que o que se pensava anteriormente", disse Matthew Payne, também da Universidade da Flórida. 

O anel encontra-se a uma distância da estrela de cerca de 140 vezes a distância Terra-Sol. No nosso Sistema Solar, Plutão encontra-se cerca de 40 vezes mais afastado do Sol do que a Terra. 

"Devido ao pequeno tamanho dos planetas próximos do anel e à sua grande distância à estrela hospedeira, estes estão entre os planetas mais frios já encontrados orbitando uma estrela de tipo normal", acrescentou Aaron Boley. 

Alma completa 

Os cientistas observaram o sistema Fomalhaut em Setembro e Outubro de 2011, quando apenas um quarto das 66 antenas do ALMA estavam disponíveis. Quando a construção estiver completa, no próximo ano, o sistema total será muito mais poderoso. 

No entanto, ainda na sua fase científica inicial, o ALMA teve já capacidade suficiente para revelar uma estrutura que eludiu anteriores observadores em ondas milimétricas. 

"O ALMA pode estar ainda em construção, mas é já o telescópio mais poderoso do seu tipo. Este é apenas o início de uma nova e excitante era no estudo de discos e formação de planetas em torno de outras estrelas", conclui Bill Dent (ALMA, Chile), astrônomo do ESO e membro da equipe.



12 de abr. de 2012

Inscrições abertas para seleção do curso de Doutorado em Geofísica do Observatório Nacional

12/04/2012

O Programa de Pós-Graduação em Geofísica do Observatório Nacional está com inscrição aberta até 1º de junho de 2012 para o curso de Doutorado, com ingresso no segundo semestre deste ano. Para se candidatar, é preciso ter graduação em Física, Matemática, Geofísica ou áreas afins e ter título de mestre nessas áreas. Os documentos necessários à inscrição no processo seletivo estão disponíveis na página DPPG-GEO no site do ON 

O Doutorado em Geofísica está dividido em duas linhas: Geofísica da Terra Sólida e Geofísica Aplicada. Na primeira, podem ser realizadas pesquisas em geodinâmica, geomagnetismo, geotermia, gravimetria, instrumentação, sismologia e tectonofísica. Na área de Geofísica Aplicada, os estudos se concentram em água subterrânea, meio ambiente, petróleo e recursos minerais.

Este ano haverá ainda outro processo de seleção para o Doutorado, para ingresso em 2013, com inscrição entre 1º de outubro e 30 de novembro de 2012. No mesmo período será realizada a inscrição para a seleção do curso de Mestrado em Geofísica, para turma de 2013.

O Programa de Pós-Graduação em Geofísica tem perfil multidisciplinar e visa à formação de recursos humanos altamente qualificados em várias áreas da Geofísica, que possam se dedicar tanto à vida acadêmica quanto a atividades de exploração. 



Astrônomos descobrem tempestade de areia espacial

Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/04/2012

Os grãos de poeira saem da estrela a uma velocidade de 10 km/s - 36.000 km/h -, o que equivale à velocidade de um foguete. [Imagem: University of Manchester]


Supervento estelar

Uma equipe internacional de astrônomos conseguiu fazer observações da atmosfera de estrelas na fase final de suas vidas.

A extrema resolução alcançada nestas observações permitiu a observação de ventos de gás e poeira saindo de estrelas anãs vermelhas gigantes.

Quando chegam ao final de suas vidas, estrelas semelhantes ao Sol passam a emitir o que os astrônomos chamam de "supervento", uma verdadeira tempestade, 100 milhões de vezes mais forte do que o vento solar que atinge a Terra constantemente.

Esse supervento pode durar até 10.000 anos, removendo metade da massa da estrela. O Sol vai começar a emitir superventos dentro de 5 bilhões de anos.

Tempestade de areia espacial

Mas o mecanismo que cria esse supervento era um mistério.

Os astrônomos agora descobriram que a estrela gera grãos de poeira bastante grandes em relação ao que se considera nesses casos - partículas de até 1 micrômetro, o que é enorme em se tratando de vento solar.

Grãos de pó desse tamanho funcionam como espelhos, refletindo a luz da estrela, em vez de absorvê-la.

O grupo liderado pelo Dr. Barnaby Norris, da Universidade de Sidnei, na Austrália, defende que a luz da estrela exerce uma força suficiente para empurrar esses grãos de poeira para o espaço, criando o supervento.

Provavelmente outros elementos estão envolvidos nesse processo, uma vez que os grãos de poeira saem da estrela a uma velocidade de 10 km/s - 36.000 km/h -, o que equivale à velocidade de um foguete.

Segundo a equipe, o fenômeno seria literalmente uma tempestade de areia no espaço.


Bibliografia:

A close halo of large transparent grains around extreme red giant stars
Barnaby R. M. Norris, Peter G. Tuthill, Michael J. Ireland, Sylvestre Lacour, Albert A. Zijlstra, Foteini Lykou, Thomas M. Evans, Paul Stewart, Timothy R. Bedding
Nature
Vol.: 484, 220-222
DOI: 10.1038/nature10935






11 de abr. de 2012

Conheça estudantes beneficiados pelo 'Ciência sem Fronteiras' nos EUA

Luís Guilherme Barrucho
Da BBC Brasil em São Paulo



Grupo de estudantes brasileiros vai fazer estágio em centro de formação da NASA

Selecionados pelo programa 'Ciência sem Fronteiras', lançado em julho do ano passado pelo governo federal, sete estudantes brasileiros, vindos de diferentes regiões do país, terão uma oportunidade única nos próximos meses nos Estados Unidos.

Paralelamente aos estudos na Catholic University of America (CUA), em Washington D.C., eles vão estagiar no centro de formação da agência espacial americana, o NASA Goddard Space Flight Center, na cidade de Greenbelt, no estado de Maryland, a uma hora de distância da universidade.

O pequeno grupo faz parte de um contingente maior, de 650 estudantes brasileiros, que chegou aos Estados Unidos em janeiro desse ano para uma graduação-sanduíche que termina em dezembro.

De diferentes formações ligadas às ciências exatas, os sete estudantes têm em comum o fato de terem se submetido a um rigoroso processo de seleção, que incluiu, além de uma redação em inglês, a aprovação em um exame de proeficiência, para comprovar o nível de fluência no idioma.

Atualmente, eles moram no alojamento da universidade, recebem alimentação gratuita e ganham uma bolsa de US$ 300 mensais.

"Trata-se de uma rara oportunidade para o amadurecimento pessoal e profissional desses jovens, que voltarão ao Brasil com o conhecimento necessário para desenvolver áreas da ciência carentes de mão de obra especializada", afirmou à BBC, Duília de Mello, astrônoma brasileira de projeção internacional, que dá aulas na CUA e foi responsável pelo programa de estágio na NASA, onde faz pesquisas.

Ciências exatas como prioridade

O programa 'Ciência Sem Fronteiras' prevê distribuir 100 mil bolsas de intercâmbio para estudantes de universidades brasileiras, da graduação ao pós-doutorado, até 2015.

O objetivo é, principalmente, suprir o déficit de profissionais ligados às áreas de ciências exatas.

Embora tenha recentemente conquistado o posto de sexta maior economia do mundo, o Brasil ainda está na 47ª posição entre 125 países em termos de produção de inovações científicas e tecnológicas, segundo um levantamento elaborado pela Confederação da Indústria da Índia, em parceria com o Instituto de Administração Europeu Insead e a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI).






Terremoto de magnitude 8,7 gera alerta de tsunami no Oceano Índico

BBC Brasil -11/04/2012

Um terremoto de magnitude 8,7 foi registrado nesta quarta-feira na costa da Indonésia, próximo à província de Aceh.


O tremor, inicialmente registrado com magnitude 8,9, gerou um alerta de tsunami em toda a região do Oceano Índico.

O Centro de Alerta de Tsunamis no Pacífico disse que ainda não se sabe se houve a geração de um tsunami, mas pediu que as autoridades da região "tomem ações apropriadas".
A região registra terremotos regularmente. Em 2004, um tsunami no Oceano Índico matou 170 mil pessoas em Aceh.
Segundo a agência geológica dos Estados Unidos (USGS), que registra tremores em todo o mundo, o terremoto teve epicentro a 495 quilômetros de Banda Aceh, a capital da província, com uma profundidade de 33 quilômetros abaixo do nível do mar.
O Centro de Alerta de Tsunamis disse que terremotos dessa magnitude "têm o potencial de gerar um tsunami destruidor que pode afetar as regiões costeiras de toda a bacia do Oceano Índico".


Mas o sismólogo Bruce Presgrave, da USGS, afirmou à BBC que a natureza do tremor na Indonésia torna menos provável a geração de um tsunami, já que a terra se moveu horizontalmente, não verticalmente, sem movimentar um grande volume de água.
"Não podemos descartar a possibilidade, mas com o movimento horizontal é menos provável a geração de um tsunami destrutivo", afirmou.
Segundo relatos locais, muitas pessoas já estariam procurando refúgios em áreas mais altas.
O tremor foi sentido até em Cingapura, na Tailândia e na Índia.
Karishma Vaswani, correspondente da BBC na capital indonésia, Jacarta, disse que o tremor pôde ser sentido por até cinco minutos.




10 de abr. de 2012

Relógio das Culturas

Scientific American Brasil
edição 119 - Abril 2012 

Pelos editores  

O que é o tempo? A resposta varia, dependendo da sociedade 


Gavin Hellier Corbis; Bart omeu Amengual age Fotostock; Johnny Stockshooter Aurora Photos; Oscar Okapi Aurora Photos 


Atrase uma hora no Brasil e ninguém nem irá se importar muito. Mas, na Suíça, deixe alguém esperando mais que cinco ou dez minutos e terá muito a explicar. Em algumas culturas o tempo é elástico, em outras, monolítico. De fato, o modo como membros de uma cultura percebem e usam o tempo reflete as prioridades da sociedade e até sua visão do mundo. 

Cientistas sociais registraram grande diferença no ritmo de vida em vários países e em como as sociedades percebem o tempo: se como uma flecha penetrando o futuro ou como uma roda em movimento, onde passado, presente e futuro giram sem parar. Algumas culturas combinam tempo e espaço: o conceito dos aborígenes australianos do “tempo de sonhos” abrange não só o mito da criação, mas também o método de selocalizar no campo. Mas algumas visões de tempo interessantes, como o conceito de ser aceitável uma pessoa poderosa manter alguém de status inferior esperando, parecem desconhecer diferenças culturais. Elas são universais. 

O estudo de tempo e sociedade pode ser dividido em pragmático e cosmológico. Do ponto de vista prático, nos anos 50, o antropólogo Edward T. Hall escreveu que as regras de tempo social compõem uma “linguagem silenciosa” para determinada cultura. As regras nem sempre são explícitas, analisou ele, mas “subentendidas... Ou são cômodas e familiares, ou erradas e estranhas”. 

Em 1955, ele descreveu na Scientific American como percepções diferentes de tempo podem levar a mal-entendidos entre pessoas de culturas diversas. “Um embaixador que espera um visitante estrangeiro mais que meia hora deve entender que se este último ‘mal murmura uma desculpa’ isto não é necessariamente um insulto”, exemplifica. “O sistema de tempo no país estrangeiro pode ser composto de unidades básicas diferentes, então o visitante não está tão atrasado quanto parece. Deve-se conhecer o sistema de tempo do país, para saber a partir de que ponto as desculpas são realmente necessárias... Culturas diferentes atribuem valores diversos para as unidades de tempo.”

A maioria das culturas do mundo agora usa relógios e calendários, unindo a maior parte do globo no mesmo ritmo geral de tempo. Mas isso não significa que todos acertem o mesmo passo. Algumas pessoas se estressam com o ritmo da vida moderna e o combatem com o movimento “slow food” enquanto em outras sociedades as pessoas sentem pouca pressão no gerenciamento do tempo.

“Uma das curiosidades do estudo de tempo está no fato de ele ser uma janela para a cultura”, avalia Robert V. Levine, psicólogo social na California State University em Fresno. “É possível obter respostas sobre valores e crenças culturais: uma boa ideia do que importa para as pessoas.”

Levine e seus colegas fizeram estudos do “ritmo de vida” em 31 países. Em A geography of time, publicado pela primeira vez em 1997, Levine descreve a classificação dos países usando três medidas: velocidade para andar nas calçadas urbanas, rapidez de um funcionário do correio em vender um simples selo e a precisão dos relógios públicos. Baseado nessas curiosas variáveis ele concluiu que os cinco países mais rápidos são Suíça, Irlanda, Alemanha, Japão e Itália e os cinco mais lentos, Síria, El Salvador, Brasil, Indonésia e México. Os Estados Unidos ocupam a 16º lugar, próximo ao mediano. 

Kevin K. Birth, antropólogo no Queens College, examinou a percepção de tempo em Trinidad. Seu livro, Any time is Trinidad time: social meanings and temporal consciousness, de 1999, se refere à desculpa comum dada para atrasos. Naquele país, observa Birth, “se você marcar um encontro para as 18h00, as pessoas aparecem às 18h45 ou 19h00 e dizem: ‘Qualquer hora é hora em Trinidad’”. Quando se trata de negócios, porém, esse enfoque informal do tempo só se aplica para os poderosos. Um chefe pode chegar tarde e usar o refrão, mas é esperado que subalternos sejam mais pontuais. Para eles, “horário é horário”. Birth acrescenta que a paridade tempo-poder existe em muitas outras culturas. 

A natureza obscura do tempo pode dificultar a tarefa dos antropólogos e psicólogos sociais. “Não se pode simplesmente chegar numa sociedade, se aproximar de alguém e perguntar: ‘Qual é a sua noção de tempo?’”, adverte Birth. “As pessoas não terão resposta. Então, tente outros meios para descobrir isso.”

Birth tentou descobrir o valor do tempo para os trinitinos, explorando a proximidade entre o tempo e o dinheiro na sociedade. Avaliou populações rurais e descobriu que fazendeiros, cujos dias eram ditados por eventos naturais, como o nascer do sol, não reconheciam o provérbio “tempo é dinheiro”, “economizar o tempo” ou “gerenciar o tempo”, embora tivessem TV por satélite e estivessem familiarizados com a cultura popular ocidental. Já os alfaiates das mesmas áreas tinham essa noção. Birth concluiu que o trabalho assalariado alterou o ponto de vista dos alfaiates. “As ideias de associar tempo a dinheiro não são globais”, esclareceu ele, “mas atreladas à profissão e à pessoa que a exerce.”

A forma de lidar com o tempo no cotidiano não está relacionada ao conceito de tempo como entidade abstrata. “Muitas vezes há uma separação entre como uma cultura encara a mitologia do tempo e como as pessoas pensam a respeito do tempo em suas vidas,” relata Birth. “Não pensamos sobre as teorias de Stephen Hawking do mesmo modo que sobre a rotina diária.” 

Algumas culturas não distinguem claramente passado do presente e do futuro. Os aborígenes australianos, por exemplo, acreditam que seus ancestrais rastejaram para fora da Terra na época do tempo dos sonhos. Os ancestrais “cantaram” o mundo para criá-lo, nomeando cada característica e ser vivo, o que os fez existir. Mesmo hoje uma entidade não existe a menos que um aborígene a “cante”.

Ziauddin Sardar, autor e crítico britânico muçulmano, escreveu sobre o tempo e culturas islâmicas, especialmente a seita fundamentalista wahhabista. Os muçulmanos “sempre carregam o passado consigo”, afirma Sardar, editor da revista Futures e professor convidado de estudos pós-coloniais da City University, em Londres. “No Islã o tempo é uma tapeçaria que incorpora o passado, o presente e o futuro. O passado é sempre presente.” Os seguidores do wahhabismo, muito difundido na Arábia Saudita e entre os membros da Al Qaeda, buscam recriar os dias idílicos da vida do profeta Maomé. “A dimensão mundana do futuro foi suprimida” por eles, segundo Sardar. “Eles romancearam uma visão particular do passado. Tudo o que fazem é tentar repetir o passado.”

Sardar afirma que o Ocidente “colonizou” o tempo ao divulgar a expectativa de que a vida deveria se tornar melhor conforme o tempo passa: “Ao colonizar o tempo, se coloniza o futuro. Acreditando- se que o tempo é uma flecha, então o futuro seria o progresso, seguindo uma direção. Mas pessoas diferentes podem desejar futuros diferentes.”




Galáxias espirais podem ajudar a entender a matéria escura

Site Inovação Tecnológica

Victor Francisco Ferreira - Agência USP - 04/04/2012


Estudo de galáxias espirais 

Um estudo realizado no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP analisou a luz emitida por galáxias espirais próximas observadas pelo Gassendi H Alpha survey of Spirals (GHASP), um programa francês de observação sistemática de galáxias espirais. 

"O meu trabalho foi apenas uma parte do projeto maior envolvendo pesquisadores brasileiros e franceses. A partir dos dados obtidos pelas observações do GHASP, que são feitas na França, fiz a análise fotométrica para entender as diferentes componentes das galáxias espirais e quanto cada uma delas emite de luz", conta o astrônomo Carlos Eduardo Barbosa, que fez o trabalho sob orientação da professora Cláudia Lucia Mendes de Oliveira. 

A pesquisa analisou a emissão de fótons na banda R, correspondente à região vermelha da luz visível, que é emitida principalmente pelas estrelas de baixa massa. Para se ter ideia do que é uma estrela considerada de baixa massa, o Sol é um exemplo. 

"O número de estrelas de baixa massa que emitem luz vermelha é muito maior que o de estrelas de alta massa, que emitem luz azul. Portanto, identificando apenas a emissão de luz vermelha, consigo obter informações sobre como a maior parte da massa está distribuída na galáxia", conta o astrônomo. 

O GHASP observou com grande detalhe as propriedades dinâmicas e cinemáticas de 203 galáxias espirais relativamente próximas. 

O trabalho de Carlos Eduardo mostra o estudo fotométrico de 173 destas galáxias. 

Disco galáctico 

Após as observações das imagens enviadas pelo observatório de Haute-Province, na França, Carlos Eduardo constatou que a maior parte da massa e da emissão de luz da galáxia está no disco. 

"Quando vemos uma galáxia espiral, temos a impressão de que os braços espirais concentram a maior parte das estrelas. Na verdade, estes braços são ondas mergulhadas em uma estrutura muito maior, o disco, que vai além da ponta dos braços. O que enxergamos é apenas onde as estrelas estão mais concentradas", explica. 

A análise das imagens obtidas pelo telescópio de 1,2 metro do Observatório de Haute-Provence levou dois anos para ser concluída. As imagens precisavam ser calibradas e combinadas para que se excluíssem ruídos causados por corpos celestes que estejam entre a Terra e a galáxia observada ou pela própria atmosfera terrestre. 

Também foi feita uma decomposição da luz, para identificar o que era emitido pelo bojo e pelo disco separadamente. 

Matéria escura 

Segundo Carlos Eduardo, o objetivo maior do projeto GHASP é uma melhor compreensão da matéria escura. 

"Tudo o que tem massa influencia o movimento dos corpos celestes. Com os dados obtidos pelo GHASP, é possível mapear as velocidades do gás contido nessas galáxias. Com isto, nota-se que deve haver muito mais massa nas galáxias do que a luz das estrelas e o gás podem explicar. A hipótese mais aceita na comunidade científica é que essa massa seja a matéria escura", conta. 

"Analisar a luz emitida pelas galáxias permite analisar a dinâmica da massa visível. E entendendo a dinâmica da massa visível, é possível compreender a dinâmica da matéria escura, ou seja, descobrir onde ela está localizada e como ela influencia a galáxia," completa. 

Tipos de galáxias 

Existem basicamente dois tipos de galáxias. As espirais, como as estudadas no trabalho de Carlos Eduardo, por exemplo, e as galáxias elípticas, que não possuem gás e, consequentemente, não formam mais estrelas. 

O estudo das galáxias espirais, portanto, pode ajudar a entender melhor o funcionamento da própria Via Láctea, que é uma galáxia espiral. 

Uma galáxia é formada a partir da compressão de uma esfera de gás. As galáxias espirais, ou galáxias disco, são formadas por duas partes principais. O bojo, ao centro, de forma arredondada, composto por estrelas formadas quando do colapso da esfera de gás, e o disco, composto por estrelas formadas após a compressão dos gases que formaram a galáxia. 

"As estrelas tendem a manter características de movimento, como velocidade e direção, semelhantes às encontradas quando foram formadas. Por isso, o bojo mantém uma forma arredondada, semelhante à forma da galáxia quando começou a se formar, e o disco é achatado, pois as estrelas nasceram quando o gás já estava achatado em forma de disco", explica Carlos Eduardo. 

O astrônomo ainda explica que mesmo as galáxias consideradas próximas, como as estudadas pelo projeto GHASP, estão tão distantes do planeta Terra que é impossível observar suas estrelas individualmente. 

"A luz de uma galáxia próxima típica da amostra estudada demora cerca de 50 milhões de anos para chegar aqui. Na astronomia as distâncias e dimensões são em escalas que não conseguimos imaginar na nossa vida prática," conta.



Satélite brasileiro estudará buracos negros

Folha de S.Paulo


Primeiro aparelho nacional do tipo deve ser lançado em janeiro de 2017 e 
terá equipamentos para missão dupla 

Dispositivo vai buscar emissões de raios X no céu e fazer 
monitoramento da atmosfera da Terra 

SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


O primeiro satélite astronômico brasileiro já teve sua configuração definida. A informação é do cientista responsável pela missão, que está sendo planejada para voar em janeiro de 2017. 

"Os instrumentos já estão completamente definidos", diz João Braga, pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Ciências Espaciais), em São José dos Campos. 

Batizada em homenagem ao físico brasileiro César Lattes (1924-2005), a espaçonave é o ponto culminante do primeiro esforço de desenvolvimento de satélites científicos conduzido pelo Brasil. 

Originalmente, o que veio a se tornar a configuração original do Lattes consistia em dois satélites diferentes, um voltado para astrofísica (Mirax) e outro para observação da Terra (Equars). 

O planejamento das duas missões, separadas, havia começado em 2000. Contudo, uma mudança estratégica do programa sugeriu a combinação das duas numa só, o que gera uma configuração curiosa: a parte de cima do satélite passará o tempo todo olhando para o céu, enquanto a de baixo estará sempre mirando a Terra. 

Os dispositivos das duas missões estarão embarcados na chamada Plataforma Multimissão (PMM), uma espécie de "carcaça de satélite genérica" que pode ser usada para propósitos diferentes. 

Não será a primeira missão da PMM (que deve ser usada inicialmente pelo satélite de monitoramento Amazônia-1), mas a ideia é que se torne a primeira a ter o sistema de controle de atitude (que determina a orientação da nave no espaço) desenvolvido totalmente no Brasil. 

O Lattes fará uma varredura do céu em busca de sinais de fontes de raios X. Essa radiação altamente energética costuma vir de objetos astrofísicos interessantes e misteriosos, como os buracos negros, e seu estudo pode ajudar a identificar a natureza de diversos fenômenos ainda pouco compreendidos. 

Um dos aspectos interessantes da missão é que ela fará um monitoramento constante de grande parte do céu em busca dessas fontes. "O fato é que o céu em raios X é supervariável e até hoje nenhuma missão fez um acompanhamento sistemático", diz Braga. "Vamos monitorar o comportamento transiente, em todas as escalas de tempo, de segundos a meses." 

Com isso, espera-se fazer descobertas na dinâmica de objetos como buracos negros, identificando, por exemplo, o processo de acreção. 

Buracos negros são objetos tão densos que nada consegue escapar de sua gravidade, nem mesmo a luz. Os raios X são emanados de suas imediações, onde costumam se formar discos de acreção -material prestes a ser engolido pelo objeto. Com o Lattes, será possível investigar a fundo esse processo. 

VERSATILIDADE 

Enquanto os detectores de raios X -desenvolvidos pelo Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica, nos Estados Unidos- ficam apontados para o céu, outros instrumentos, destinados a monitorar a atmosfera terrestre, ficam apontados para baixo. 

A disputa entre duas missões concorrentes num mesmo satélite poderia se tornar um problema, mas nesse caso tudo confluiu bem, segundo João Braga. 

"Tivemos de mudar nossa estratégia de observação. Antes, quando o Mirax era uma missão solo, a ideia era observar a região do centro da galáxia de forma fixa. Mas agora, para conciliar com as necessidades do Equars, que precisa estar apontado para a Terra, vamos fazer um monitoramento móvel de mais da metade do céu." 

Segundo o pesquisador, a mudança não ocasionou perda científica. "Embora, para um alvo específico, você tenha menos tempo ininterrupto de observação, você passa a ter uma região do céu muito maior." 

O Lattes deve ficar a cerca de 650 km de altitude, numa órbita com 15 graus de inclinação, com relação ao equador terrestre. 

O satélite, com seus 500 kg, deve ser lançado por um foguete estrangeiro, contratado comercialmente. 

Nenhum dos lançadores que poderiam partir do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, tem a configuração certa para fazer o serviço. Para o brasileiro VLS, o Lattes é pesado demais. Para o ucraniano Cyclone-4, é leve demais. 



A composição atual da matéria

Folha de São Paulo
MARCELO GLEISER 


As partículas conhecidas hoje são combinações de doze partes; seriam elas o menor pedaço da matéria? 

Os filósofos da Grécia Antiga foram os primeiros a refletir sobre a composição da matéria. Com incrível presciência, sugeriram que todas as formas de matéria são constituídas de pequenos tijolos indestrutíveis, que chamaram de átomos. 

Em grego, a palavra "átomo" significa "o que não pode ser cortado". Como os átomos eram supostamente eternos, constituíam a essência do ser. Das suas miríades combinações todas as formas da natureza emergiam, incluindo as transformações que vemos ocorrer no mundo e em nós mesmos. Com isso, os atomistas conseguiram unificar o ser e o devir, ou seja, as coisas que são e as coisas que se transformam. 

Mesmo que o conceito moderno de átomos seja bem diferente do dos gregos de 24 séculos atrás, até hoje consideramos que a matéria seja composta por partículas minúsculas. Essa é a física de altas energias ou das partículas elementares, que busca justamente pelos menores pedaços de matéria. 

Tudo começou com o inglês J. J. Thomson, em 1897. Em um experimento genial, Thomson demonstrou pela primeira vez que o átomo era divisível e que um de seus componentes era uma partícula cerca de 2.000 vezes mais leve do que a mais leve da época, o íon de hidrogênio. (O hidrogênio é o elemento mais simples e leve que existe. Seu átomo tem apenas um próton no núcleo, circundado por um elétron. O íon é o átomo menos o elétron o que, nesse caso, significa um próton). 

No século 20, a maior sofisticação dos experimentos levou à descoberta de centenas de partículas. Numa expressão clara da famosa equação de Einstein, E=mc2, quanto maior a energia das partículas nos experimentos de colisão entre elas, mais tipos de partículas podem ser criadas, com massas maiores. 

Essas transmutações materiais são controladas por uma série de "leis de conservação" que expressam a constância de uma grandeza durante uma colisão entre partículas. Por exemplo, a energia total e a carga elétrica total antes e depois de uma colisão é a mesma. Essas leis são a expressão do ser na física moderna, enquanto que as transmutações são a expressão do devir. 

Após muito esforço, nos anos 80 os físicos obtiveram um modelo capaz de descrever toda a matéria que vemos no Universo: o chamado Modelo Padrão. Nele, fica claro que as centenas de partículas descobertas até então são combinações de apenas doze. Esse grupo, com seis quar-ks (dois deles aparecem no próton e no nêutron) e seis léptons (o elétron e seu neutrino são dois deles), constitui as partículas elementares. 

Será que essas doze partículas são os menores pedaços de matéria? Ou será que essas doze são compostas por partículas ainda mais simples? Não temos indicação experimental de que existe esse outro nível. Por outro lado, o modelo padrão deixa em aberto muitas questões e é praticamente certo que novas partículas serão descobertas no futuro. Por exemplo, não conhecemos a composição da matéria escura, seis vezes mais abundante do que a matéria comum. 

Talvez o mais prudente seja chamar as partículas elementares de hoje como nossa versão atual da composição da matéria, certos de que a receita mudará no futuro. Questões científicas que buscam respostas finais são irrespondíveis. 

MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor de "Criação Imperfeita". Facebook:goo.gl/93dHI



Quando um asteroide vira uma ameaça?

Blog Observatório

Volta e meia aparece nas manchetes um asteroide que vai passar rasante à Terra. Os astrônomos se apressam em afirmar que, baseado nas informações disponíveis sobre sua órbita, o asteroide não trará nenhum perigo. Embora a gente saiba que o espaço tem muitos asteroides com potencial de colidir com a Terra – chamados de asteroides potencialmente perigosos (PHA, na sigla em inglês) –, as contas sempre demostram que as chances disto acontecer são muito pequenas. É claro que estas contas dependem de observações que forneçam dados precisos sobre o objeto. Por isto, existem vários projetos em andamento para detecção e monitoramento deles.


Uma vez conhecidos os elementos das órbitas, as equações que descrevem a trajetória do objeto levam em consideração interações gravitacionais complicadas, envolvendo a Terra, o Sol, a Lua e os planetas gigantes gasosos, principalmente. Dependendo da órbita, Marte e Vênus precisam ser considerados com muita atenção também. Não preciso dizer que até agora o método tem funcionado, mas é sempre bom ter em mente que as equações ou os métodos podem ter falhas. Mas como testá-los? 

Este teste deve acontecer em breve, daqui a 28 anos. O asteroide 2011 AG5 é um PHA descoberto pelo projeto de rastreio do céu Catalina, no estado norte-americano do Arizona. Atualmente, sua posição no céu o impede de ser observado – ele está “visível” de dia –, de modo que não há dados muito precisos para prever com alto nível de segurança sua trajetória nas próximas décadas. 

O AG5 deve passar a menos de 150 milhões de km de distância da Terra – mesma distância entre o nosso planeta e o Sol –, em setembro de 2013, depois, em 2028, ele deve passar mais próximo, a uns 17 milhões de km. Estas duas passagens servirão para refinar os elementos da órbita do objeto. Só que, de acordo com os dados atuais, que não são precisos o suficiente para prever seu comportamento com tanta antecedência, em 5 de fevereiro de 2040 o AG5 pode se chocar com a Terra. As chances são de 1 em 625 e mesmo assim, esse asteroide tem categoria 1, numa escala de 0 -10 de periculosidade, onde 10 significa um impacto que quase certamente liquidaria nossa civilização. Ou seja, ainda é considerado inofensivo 

A órbita do AG5 se estende desde Marte e chega à metade da distância Terra-Vênus. Assim, deve-se incorporar as perturbações gravitacionais destes dois planetas nas equações de órbita também. Isso torna os resultados fortemente dependentes da precisão dos dados do asteroide. Por isto, antes de fazer um financiamento de longo prazo, é melhor esperar até 2013. Ainda assim, em todas as situações parecidas com essa, a melhoria nos dados sempre apontou para um cenário mais favorável para nós. Realmente não é fácil acertar a Terra no espaço!



9 de abr. de 2012

SciELO disponibiliza livros eletrônicos gratuitamente

Com informações da Agência Fapesp - 05/04/2012 

Livros universitários gratuitos 

A SciELO Brasil lançou um portal para disponibilização gratuita de livros eletrônicos. 

O portal publica coleções de livros de caráter científico, editadas, prioritariamente, por universidades. 

A iniciativa pretende aumentar a visibilidade, o acesso, o uso e o impacto de pesquisas, ensaios e estudos realizados, principalmente, na área de ciências humanas, cuja maior parte da produção acadêmica é publicada na forma de livros. 

"Uma porcentagem significativa de citações que os periódicos SciELO fazem, principalmente na área de humanas, está em livros. E como um dos objetivos da coleção SciELO é interligar as citações entre periódicos, a ideia é também fazer isso com livros", disse Abel Packer, membro da coordenação do programa SciELO. 

Editoras universitárias 

De acordo com Packer, a ideia do projeto foi sugerida em 2007 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e foi iniciado em 2009 sob a liderança e financiamento de um grupo formado pelas editoras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Fiocruz. 

Inicialmente, o portal está disponibilizando cerca de 200 títulos, distribuídos mais ou menos igualmente entre as editoras das três universidades. A expectativa é que a coleção possa contar com a adesão de outras editoras universitárias. 

Além das obras com acesso aberto e gratuito, o portal SciELO Livros também possui uma área na qual será possível ao usuário comprar outras obras das editoras integrantes do projeto no formato e-book. 

Líder mundial 

Os livros poderão ser baixados no tradicional formato PDF, ou nos formatos adequados para leitura por meio leitores de livros eletrônicos, tablets, smartphones ou na tela de qualquer computador. 

A meta inicial é publicar entre 300 e 500 títulos por ano no portal. Entretanto, esse número de publicações dependerá da reação das editoras e do público. 

Criada em 2007, o SciELO Brasil é, segundo o Ranking Web of World Repositories, conhecido como Webometrics, o líder mundial entre os maiores portais de informação científica em acesso aberto e gratuito no mundo. 

O site SciELO Livros pode ser acessado no endereço http://books.scielo.org.




Rio+20 - Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável

Clique aqui para acessar o site do evento


A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, será realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 é assim conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e deverá contribuir para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.
A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembléia-Geral das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão, em 2009.
O objetivo da Conferência é a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.

A Conferência terá dois temas principais:
  • A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e
  • A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. 

A Rio+20 será composta por três momentos. Nos primeiros dias, de 13 a 15 de junho, está prevista a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reunirão representantes governamentais para negociações dos documentos a serem adotados na Conferência. Em seguida, entre 16 e 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil. De 20 a 22 de junho, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual é esperada a presença de diversos Chefes de Estado e de Governo dos países-membros das Nações Unidas.

Os preparativos para a Conferência

A Resolução 64/236 da Assembleia-Geral das Nações Unidas determinou a realização da Conferência, seu objetivo e seus temas, além de estabelecer a programação das reuniões do Comitê Preparatório (conhecidas como “PrepComs”). O Comitê vem realizando sessões anuais desde 2010, além de “reuniões intersessionais”, importantes para dar encaminhamento às negociações.

Além das“PrepComs”, diversos países têm realizado “encontros informais” para ampliar as oportunidades de discussão dos temas da Rio+20.

O processo preparatório é conduzido pelo Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais e Secretário-Geral da Conferência, Embaixador Sha Zukang, da China. O Secretariado da Conferência conta ainda com dois Coordenadores-Executivos, a Senhora Elizabeth Thompson, ex-Ministra de Energia e Meio Ambiente de Barbados, e o Senhor Brice Lalonde, ex-Ministro do Meio Ambiente da França. Os preparativos são complementados pela Mesa Diretora da Rio+20, que se reúne com regularidade em Nova York e decide sobre questões relativas à organização do evento. Fazem parte da Mesa Diretora representantes dos cinco grupos regionais da ONU, com a co-presidência do Embaixador Kim Sook, da Coréia do Sul, e do Embaixador John Ashe, de Antígua e Barbuda. O Brasil, na qualidade de país-sede da Conferência, também está representado na Mesa Diretora.

Os Estados-membros, representantes da sociedade civil e organizações internacionais tiveram até o dia 1º de novembro para enviar ao Secretariado da Conferência propostas por escrito. A partir dessas contribuições, o Secretariado preparará um texto-base para a Rio+20, chamado“zero draft” (“minuta zero” em inglês), o qual será negociado em reuniões ao longo do primeiro semestre de 2012.




2 de abr. de 2012

Observatório Nacional desenvolve equipamento de alta precisão para detectar minério e petróleo

Observatório Nacional


O Laboratório de Desenvolvimento de Sensores Magnéticos do Observatório Nacional (LDSM/ON) concluiu a construção de um magnetômetro fluxgate especialmente desenvolvido para uma empresa que realiza trabalhos de prospecção mineral. O equipamento tem como diferencial um sensor de alta precisão para realizar medidas do campo magnético e com uma relação sinal/ruído muito baixa. Destinado a fazer prospecção geofísica, este instrumento contribui para a localização de minério e petróleo por meio da análise das medidas realizadas do campo magnético da Terra em locais previamente determinados.

Graças ao elemento sensor – elaborado com uma liga de material magneticamente amorfo, composta de cobalto, ferro, silício e boro –, este magnetômetro é capaz de realizar medidas em campos de baixa intensidade de fluxo magnético com precisão semelhante a dos melhores instrumentos importados. Além da alta qualidade, tem a vantagem de eliminar as despesas de importação, reduzir custos de produção e permitir ao país ter domínio de uma tecnologia de ponta, abrindo as portas para a exportação.

O sistema sensor deste magnetômetro foi desenvolvido pelo geofísico Luiz Benyosef, coordenador do LSDM/ON, e o circuito eletrônico foi elaborado pelo pesquisador André Wiermann, com apoio do técnico José Roberto Carvalho. Em um magnetômetro fluxgate, o sensor capta o campo magnético, ou as suas variações, e o circuito eletrônico modifica o sinal do sensor, permitindo a avaliação precisa do campo que está sendo medido.

Os magnetômetros desenvolvidos no LDSM/ON consomem pouca energia, o que favorece sua utilização em trabalhos de longa duração e em condições especiais de operação. Outra vantagem destacada pelo coordenador do Laboratório, é que os equipamentos são desenvolvidos individualmente para atender necessidades específicas. “Dependendo da aplicação, nossos magnetômetros, incluindo sensor e eletrônica, são construídos com diferentes geometrias, dimensões, peso e precisão”, destaca Benyosef.

Saiba mais

O magnetômetro é um instrumento vetorial que, uma vez alinhado com a direção de uma fonte de campo magnético, permite avaliá-lo. Este tipo de instrumento tem uso também em diferentes áreas da vida civil como instrumento de navegação. Pela possibilidade de ser construído em pequenas dimensões e por ter baixo consumo de energia, é amplamente utilizado nos satélites científicos para medir o campo magnético da Terra ou de outros planetas. Na área militar, é usado nos mísseis teleguiados ou para detectar minas subterrâneas, por exemplo. Por suas características vetoriais, o magnetômetro fluxgate triaxial, como o modelo desenvolvido para a empresa de mineração, permite fazer uma avaliação espacial do campo magnético.