31 de ago. de 2011

Geofísico é uma das profissões do momento

O Fluminense
Por: Henrique Moraes 28/08/2011

Mercado de trabalho em alta valorização oferece salário inicial de R$ 6 mil

A crescente exploração do petróleo no Brasil, o aumento dos eventos climáticos e a maior consciente ambiental despertaram as autoridades do País a investirem mais nos estudos dos fenômenos naturais da estrutura terrestre e do aquecimento global. Para isso, a figura do geofísico se tornou mais relevante. Resultado: mercado de trabalho em alta e valorização profissional. Hoje, os salários para iniciantes variam entre R$ 4,5 mil e R$ 6 mil, mas podem passar dos R$ 30 mil dependendo da colocação do profissional.

Dados da Sociedade Brasileira de Geofísica (SBGF) mostram que o Brasil tem atualmente cerca de 2 mil geofísicos. Ana Cristina Chaves, presidente da SBGF, afirma que a inserção profissional do geofísico vem crescendo a cada ano. Ela destaca mais oportunidades no setor petrolífero, mas diz que há grande demanda também na área de mineração, meio ambiente e acadêmica.

“Há carência em todas as áreas, inclusive a acadêmica. Deles, o setor petrolífero é o que melhor paga. Os estudos ambientais também vêm tomando importância e volume aos poucos”, analisa.
“O campo de atuação do geofísico envolve ainda as investigações arqueológicas e de urbanismo, o auxílio em investigações policiais e na geotecnia (ou geofísica de engenharia)”, complementa a presidente da SBGF.

São apenas oito cursos de graduação no País na qual somente o da Universidade Federal Fluminense (UFF) está situado no Estado do Rio. Já o de pós-graduação são seis com um pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e outro pela UFF, sendo que em Geofísica Marinha.

Empregabilidade – A coordenadora do curso da UFF, Eliane da Costa Alves, reforça o que disse a presidente da SBGF sobre o mercado de trabalho aquecido. “É zero a taxa de desemprego na área. No curso da UFF, por exemplo, todos os alunos que se formaram estão empregados”, afirma a coordenadora.

Existente desde 2005 com duas turmas já formadas, o curso da UFF dobrou o número de vagas oferecidas este ano. Antes eram 20 e hoje são 40. Segundo Eliane da Costa, a UFF fez investimentos em infraestrutura, através do Programa do Governo Federal de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais do Brasil (Reuni), o que possibilitou o aumento de vagas.
“Foi construído um prédio para aumentar as dependências e o número de salas para o curso e a compra de mais equipamentos que são usados nas aulas. Aqui a taxa de evasão é zero”, comenta.

Destaque para o petróleo

Suzan Vasconcelos, de 28 anos, está no 3º ano de doutorado em Geofísica no IAG-USP. Ela conta que desde o ensino médio já pensava em entrar numa área que envolvesse exatas.

“A minha graduação foi em Matemática. Depois descobri a Geofísica, uma área que une matemática, computação e outros conhecimentos”, relata.

Suzan comenta a importância e a valorização do profissional dentro da área de petróleo e mineração.
“O geofísico é importante dentro dessas áreas, por exemplo, porque seu trabalho torna possível encontrar as reservas e prever o potencial exploratório em determinada região. Nossa função também é estudar a melhor maneira de extrair os recursos com menor prejuízo ao meio ambiente”, explica.
“A geofísica pode também servir de ferramenta para determinação de áreas de contaminação, bem como monitorar a evolução deste processo ”, complementa.

Igor Maurmann Guaragna, de 21, estudante do sexto período de Geofísica da UFF, diz que pretende seguir a área de petróleo ou de mineração.

“São áreas que estão em pleno vapor. As empresas estão contratando praticamente quase todos os que se formam por falta de pessoal. Na maioria das vezes as oportunidades aparecem bem cedo e as próprias empresas apostam em nossa qualificação fornecendo cursos e trabalhos de campo”, avalia Guaragna.

Estagiário de uma grande mineradora, ele afirma que no começo optou pela profissão por conta dos altos salários. “Vislumbrei a carreira inicialmente como uma oportunidade para ganhar dinheiro devido ao aquecimento nas áreas de petróleo e gás e da mineração. Contudo, me encontrei na profissão”, conclui.

Estudo de catástrofes

Eder Molina, coordenador do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP), argumenta que a figura do geofísico é muito lembrada em caso de catástrofes naturais.

“Nós somos muito solicitados nessas horas. A Defesa Civil, por exemplo, muitas vezes aciona o IAG em casos de tremores de terra no Brasil. A imprensa assedia os nossos geofísicos em busca de informações precisas a cada grande terremoto ocorrido na Terra. Nossa função é essa, relatar os fatos e esclarecer as dúvidas para a população em geral”, esclarece Molina.

Renata Constantino, de 24, está cursando mestrado em geofísica na IAG-USP e pretende ser professora universitária.

“O mercado de trabalho está muito bom, mas pretendo permanecer na área acadêmica. Sempre me interessei na área de Exatas e no ambiente marinho. Por isso me graduei em Oceanografia”, diz a mestrando.

Na opinião do geofísico da USP, Emilio Eduardo Moreira Barbosa, uma das áreas mais carente está relacionada a métodos potenciais. “Pois a maioria vai trabalhar com sísmica na indústria petrolífera”, afirma Barbosa.



O FLUMINENSE


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30 de ago. de 2011

Satélite da Nasa 'flagra' buraco negro engolindo estrela

25/08/2011
Do G1, em São Paulo


Fenômeno acontece a 3,9 bilhões de anos-luz de distância da Terra.
Estudos sobre o fenômeno foram publicados na revista 'Nature'.

Um buraco negro dentro de uma galáxia a 3,9 bilhões de anos-luz de distância da Terra foi "flagrado" por um telescópio da Nasa ao engolir uma estrela que se aproximou demais. Dois estudos sobre o fenômenro foram publicados na edição desta semana da revista "Nature".

O "acidente" cósmico tem causado o envio de raios X à Terra desde março de 2011. A galáxia está localizada na direção da constelação do Dragão. Os gases da estrela acabam sendo "engolidos" e ficam girando na região do buraco negro. Um feixe de partículas é formado no local e um dos lados do feixe está virado em direção da Terra, permitindo que o satélite Swift detecte o fenômeno.

Segundo os astrônomos, os centros da maioria das galáxias possuem buracos negros gigantes - com milhões de vezes a massa do Sol. No caso da Via Láctea, o buraco negro tem uma massa igual a de 4 milhões de sóis. Os dados do Swift mostram que o buraco negro pesquisado é duas vezes maior do que o da nossa galáxia.

Ilustrações mostram buraco negro devorando estrela. (Foto: Nasa)
Ilustrações mostram buraco negro devorando estrela. (Foto: Nasa)



25 de ago. de 2011

Atenção alunos da Escola de Inverno 2011

Encontra-se disponível, no site da escola, as apresentações das aulas.


Segue o link para verificação:

http://www.on.br/escola_inverno_astro_2011/



DAED - Divisão de Atividades Educacionais
Observatório Nacional-MCTI






 
 
 

24 de ago. de 2011

CONCURSO DIA MUNDIAL DA CIÊNCIA: NOSSA VIDA, NOSSO FUTURO


QUÍMICA: NOSSA VIDA, NOSSO FUTURO

...é o tema do Concurso de Trabalhos Escritos e Desenhos do Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento de 2011.O Concurso é promovido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em parceria com o MCTI, o MEC e instituições das áreas de educação e ciência. Essa é uma atividade realizada em comemoração a duas datas estabelecidas pelas Nações Unidas, o Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento (10 de novembro) e o Ano Internacional da Química (2011), além de aludir ao centenário do Prêmio Nobel de Química de Marie Curie.

Clique na imagem para acessar o site do concurso



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23 de ago. de 2011

Nobel israelense pode ser primeira cientista de excelência do Ciência sem Fronteiras

Ministério da Ciência e Tecnologia
17/08/2011

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Aloizio Mercadante, recebeu em Brasília a cientista israelense Ada Yonath, Prêmio Nobel de Química, em 2009. No encontro, nesta quarta-feira (17), ela foi convidada a ser a primeira cientista de excelência a fazer parte do Programa Ciência sem Fronteiras. Além disso, ficou definido que Yonath será a embaixadora do programa em Israel.

Mercadante anunciou que 360 pesquisadores de alto nível do exterior terão bolsas do Ciência Sem Fronteiras até 2014. “Queremos atrair pesquisadores de ponta para que façam estudos em temas de nosso interesse. Além disso, por meio do programa queremos repatriar nossos cientistas que estão lá fora [no exterior]”, destacou.

Para Ada Yonath, a oportunidade será muito importante para a relação dos dois países no desenvolvimento da ciência. Segundo ela, esta será a primeira experiência em que desenvolve pesquisas em outros países. “Minha primeira experiência será no Brasil e acho que será muito bom. Será tranquilo também morar aqui também por uns tempos”, disse. A respeito dos incentivos para a pesquisa, ela acrescentou que o mais importante é a paixão que tem pelo trabalho e, consequentemente, pela ciência.

Ada Yonath atua como cristalográfica no Weizmann Institute of Science, Rehovot, Israel. Formou-se em Química na Universidade Hebréia de Jerusalém, em 1962. Na mesma instituição cursou mestrado em Bioquímica, onde foi titulada em 1964.Quatro anos mais tarde se tornou Ph.D em Radiografia de Cristais no Instituto de Ciências Weizmann. O Prêmio Nobel de Química, em conjunto com Venkatraman Ramakrishnan e Thomas Steitz, foi obtido depois de seu sucesso nas pesquisas sobre um dos processos centrais da vida: a tradução, realizada pelo ribossomo, da informação contida no DNA. A pesquisadora, que tem 70 anos hoje, foi a quarta mulher a receber a premiação.

Também participaram do encontro o embaixador de Israel no Brasil, Giora Becher, e o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), Glaucius Oliva.

O Programa Ciência Sem Fronteiras, lançado pelo MCTI e pelo Ministério da Educação (MEC), disponibilizará 75 mil bolsas de estudo, em quatro anos, para promover o intercâmbio, de forma que alunos de graduação e pós-graduação façam estágio no exterior para manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação.

Olimpíada de matemática

Na reunião, Aloizio Mercadante comentou ainda a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), que aplica hoje as provas da primeira fase para 18,7 milhões de estudantes de 5,5 mil municípios de todos os estados. Os estudantes são de 44,6 mil escolas do ensino fundamental e médio. “É fundamental o incentivo do país para que estudantes desenvolvam suas competências no aprendizado da matemática, disciplina fundamental para todas as áreas. Considero o estudo de línguas também muito importante. E o Brasil precisa melhorar muito nessas áreas”, disse.

O ministro informou que todo medalhista na Obmep terá direito a uma bolsa pelo Programa Ciência Sem Fronteiras.




NASA mostra tempestade solar "engolindo" a Terra

Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/08/2011

A Ejeção de Massa Coronal sai do Sol e forma uma bolha que vai "engolindo" os planetas à medida que perde densidade.[Imagem: NASA]

Ejeção de massa coronal

Pela primeira vez, uma tempestade solar foi monitorada desde a sua origem, até envolver a Terra.
"O filme gelou minha espinha," disse Craig DeForest, da Universidade do Colorado. "Ele mostra uma ejeção de massa coronal inchando-se até se transformar em um muro de plasma e então recobrindo o pequeno ponto azul da Terra onde vivemos. Eu me senti muito pequeno."
Já as ejeções de massa coronal são muito grandes.
Uma ejeção de massa coronal, ou CME (Coronal Mass Ejection), na sigla em inglês, é uma nuvem de plasma solar, com bilhões de toneladas, lançada pelas mesmas explosões que formam as manchas solares.
Quando essa nuvem atinge nosso planeta, ela causa as auroras boreais e austrais.
Quando são muito fortes, podem causam tempestades de radiação capazes de afetar satélites e outros equipamentos de telecomunicações e até redes de energia.
Brilho ligeiro
Como as partículas dessa nuvem cósmica viajam mais lentamente do que a luz, os cientistas conseguem detectar a explosão solar e prever quando a ejeção atingirá a Terra.
O que acontece no caminho, contudo, só agora foi revelado pelas sondas espaciais STEREO, as mesmas que fizeram o primeiro filme do Sol em 3D.
A STEREO A estava localizada a mais de 100 milhões de quilômetros da Terra, o que lhe deu um ponto de vista privilegiado quando uma explosão solar gerou uma ejeção de massa coronal na direção da Terra.

As várias etapas da ejeção de massa coronal, desde sua saída do Sol (à direita) até sua chegada à Terra (o pequeno ponto azul à esquerda). [Imagem: NASA]
O grande problema é que as CMEs são brilhantes quando saem do Sol, mas perdem o brilho rapidamente, sobretudo quando se espalham pelo espaço e perdem densidade.
Quando chegam na órbita de Vênus, elas já são um bilhão de vezes mais escuras do que a Lua Cheia. Quando chegam na Terra, são virtualmente transparentes.
Foi por isso que os cientistas demoraram tanto para interpretar os dados - a "filmagem" foi feita em 2008, mas só agora eles aprimoraram uma técnica capaz de eliminar das imagens o brilho de fundo das estrelas.

Previsão do clima espacial

Agora que a técnica foi aprimorada, os cientistas planejam aplicá-la em uma base regular, assim que as sondas STEREO capturarem as imagens.
Com isto, eles esperam melhor a capacidade de previsão do clima espacial: a previsão da chegada de uma ejeção de massa coronal à Terra hoje é feita com uma incerteza de 4 horas, para mais ou para menos.
Além da hora de chegada da CME à Terra, a nova técnica revela sua massa. Com base em seu brilho, os cientistas conseguem calcular a densidade do gás com uma precisão muito elevada.



NASA anuncia descoberta de grafeno no espaço

Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/08/2011

Uma concepção artística do grafeno e das buckyballs C60 e C70, superpostas à imagem da nebulosa planetária da Hélice.[Imagem: IAC/NASA/NOAO/ESA/STScI/NRAO]

Bioquímica do carbono

O Telescópio espacial Spitzerencontrou assinaturas químicas de grafeno no espaço, folhas de carbono com apenas um átomo de espessura, parecidas com uma tela de galinheiro.
A descoberta do grafeno, realizada em 2004, levou o Prêmio Nobel de Física de 2010.
Já a descoberta do grafeno no espaço ainda precisará ser confirmada por observações mais detalhadas.
O grafeno é extremamente forte, conduz eletricidade tão bem quanto os metais e já está sendo utilizado experimentalmente em computadores, telas e monitores e painéis solares, além de uma infinidade de outras aplicações possíveis.
Já o grafeno espacial é mais importante pelas informações que ele pode dar aos cientistas sobre a origem da vida, na Terra e pelo espaço afora. Entender as reações químicas envolvendo o carbono no espaço pode dar novas informações sobre como pode ter surgido e evoluído nossa bioquímica baseada nesse elemento.

Grafeno no espaço

O grafeno foi identificado em duas pequenas galáxias vizinhas à nossa - as Nuvens de Magalhães - associado a um material expelido por estrelas no final da vida, que forma a chamada nebulosa planetária.
O telescópio Spitzer, que observa o Universo e Cosmologia em infravermelho, também encontrou sinais de outra molécula de carbono, chamada C70.
A C70, que tem um formato alongado, assim como o grafeno, pertencem à família dos fulerenos, também conhecidas pelo termo inglês buckyballs - esta é a maior molécula já identificada no espaço.
A mais famosa das moléculas dessa família é a C60, em formato esférico, que deu nome à família, uma homenagem aos domos arquitetônicos feitos por Buckminister Fuller.

Vida em uma esfera de carbono

Recentemente foram encontrados fulerenos incorporados em meteoritos, contendo gases extraterrestres em seu interior.
Como cientistas já conseguiram encapsular água nessas moléculas, em laboratório, surge agora a hipótese de que os fulerenos podem ter sido os carregadores de materiais importantes para o surgimento da vida na Terra, que teria chegado até aqui pelos meteoritos.


Segundo os astrônomos, o grafeno e os fulerenos formam-se no espaço quando as ondas de choque geradas pelas estrelas que morrem quebram grânulos de carbono.



Observatório de neutrinos quer resolver mistérios da matéria e da antimatéria

Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/08/2011


Os detectores são instalados em grandes profundidades para não sofrerem influência dos raios cósmicos e de outras interferências atmosféricas ou produzidas pelo homem. [Imagem: Berkeley]

Mistério dos neutrinos
O observatório de neutrinos Daya Bay começou a coletar seus primeiros dados científicos.
Fruto de uma colaboração entre os Estados Unidos e a China, o projeto inclui ainda instituições da Rússia, República Checa, Hong Kong e Taiwan.
Alguns dos maiores mistérios da física atual envolvem os neutrinos, partículas subatômicas com uma massa tão pequena que um deles é capaz de atravessar um cubo de chumbo sólido, com 1 ano-luz de aresta, sem se chocar com um só átomo.
Como surgiu a matéria
Existem três tipos de neutrinos: neutrino do elétron, neutrino do múon e neutrino do tau. Mas eles se misturam, mudando de um tipo para outro conforme viajam praticamente sem serem incomodados pela matéria.
Esse processo de mixagem, ou oscilação, é descrito por três termos matemáticos conhecidos como ângulos de mistura.
Os cientistas do Daya Bay estão à caça justamente do último e menos conhecido desses ângulos, chamado θ13 (lê-se "teta um três").
Ao desvendar o "mistério dos neutrinos oscilantes", os físicos acreditam que finalmente terão informações sobre como os elétrons e seus parentes próximos, múons e taus, nasceram logo depois do Big Bang.
Conhecer o θ13 com precisão também poderá explicar porque há mais matéria do que antimatéria no universo - na verdade, poderá explicar porque é que existe matéria no universo.

Uma das piscinas contendo os detectores, antes de receber sua cobertura anti-raios cósmicos. [Imagem: Berkeley]

Antineutrinos

Os dados são coletados por oito enormes detectores subterrâneos, construídos nas montanhas do sudeste da China, próximos a um conjunto de seis reatores nucleares. Os reatores nucleares produzem grandes quantidades de antineutrinos - que, para efeitos práticos, são quase idênticos aos neutrinos.
Os detectores ficam cheios com um líquido cintilador, repleto de tubos fotomultiplicadores e protegidos dos raios cósmicos e de outros ruídos de fundo. Eles detectam os antineutrinos pelos tênues flashes de luz azul que emitem ao interagirem.
Essas interações são extremamente raras: apesar dos bilhões de antineutrinos produzidos pelos reatores nucleares, os cientistas acreditam que vão detectar cerca de 1.000 por dia nos detectores mais próximos aos reatores e menos de 100 nos detectores mais distantes.

Brasil ganha acesso para buscar planetas 'gêmeos' da Terra

Folha de S.Paulo
15 de agosto de 2011


Pesquisa de astrônomo da USP vai monitorar estrelas similares ao Sol em aparelho de alta precisão no Chile

Composição dos astros será analisada porque suspeita-se que ela tenha relação com a formação de planetas

ESO/Divulgação
Telescópio em La Silla, na região sul do deserto do Atacama, no Chile

SALVADOR NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um grupo liderado por um astrônomo do Brasil pode desvendar o que leva certas estrelas, como o Sol, a abrigar planetas como o nosso, rochosos e pequenos.
Essa é a primeira grande investida brasileira na busca por mundos extrassolares com telescópios em solo.
O estudo se viabilizou graças ao acesso recém-obtido pelo Brasil para solicitar tempo de observação nos telescópios do ESO (Observatório Europeu do Sul).
Foi isso que a equipe de Jorge Meléndez, peruano que trabalha no IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP, conseguiu aprovação num projeto que pode revelar segredos sobre os planetas fora do sistema solar.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA

Antes de 1995, quando o primeiro planeta fora do Sistema Solar orbitando uma estrela parecida com o Sol foi encontrado, os astrônomos já desconfiavam que deveria haver muitos sistemas planetários lá fora.
Meléndez e seus colegas agora pretendem testar a hipótese de que a presença de planetas terrestres como o nosso pode estar correlacionada à composição química do Sol, que é incomum se comparada com estrelas similares, com quantidade inferior de elementos pesados como ferro e níquel.
Isso será feito com o Harps, espectrógrafo (ferramenta que decompõe a luz para analisá-la) de alta precisão do ESO que fica acoplado a um telescópio no Chile. Harps é o principal instrumento da mais bem-sucedida equipe de caçadores de planetas, liderada por Michel Mayor, do Observatório de Genebra.
O grupo conseguiu 88 noites de observação, distribuídas em quatro anos, para monitorar 66 gêmeas solares -estrelas que são praticamente iguais ao Sol, em termos de tamanho e temperatura.
E, com outro telescópio, a equipe obterá informações sobre a composição desses astros, para ver como a distribuição de elementos pesados se compara à do Sol.



O futuro da corrida espacial

São Paulo, domingo, 14 de agosto de 2011

MARCELO GLEISER

"Ficarmos presos na Terra, sem explorar o Universo pelas missões espaciais, é como negar o nosso destino."

Eu tinha dez anos quando, no dia 20 de Julho de 1969, Neil Armstrong pousou na Lua e declarou: "Um pequeno passo para um homem, um salto gigante para a humanidade".
Suas palavras marcavam uma nova era da exploração espacial, semelhante ao que ocorrera aqui na Terra alguns séculos antes, quando estendemos nossa presença aos confins do nosso planeta.

Avançando para 2011, muita coisa mudou. Ainda não temos uma base lunar e, de fato, não pousamos mais na Lua há quase 40 anos. Voos espaciais tripulados são caros e, claro, arriscados.

Entretanto, nos EUA, o presidente Obama permanece firme em sua determinação de enviar humanos ao espaço, conforme afirmou em discurso feito em abril deste ano:
"Em 2025, teremos novos tipos de espaçonaves para enviar humanos ao espaço distante. Enviaremos astronautas até um asteroide. Até meados de 2030 acredito que humanos entrarão em órbita de Marte. Espero ainda estar por aqui para ver".

Para as pessoas da minha geração, missões tripuladas são inevitáveis. Ficarmos presos na Terra é negar o nosso destino. Não sei o que a geração mais nova pensa sobre o assunto. Mas tenho certeza de que muitos dirão que é hora de irmos em frente, de realizarmos sonhos novos. Mas que sonhos são esses?

Nos EUA, o interesse de muitos políticos na corrida espacial é financeiro: manter milhares de empregos abertos para o seu eleitorado. Juntamos a essa motivação o sonho de ir aonde nunca fomos, de explorar os confins do Cosmos, talvez até semeando a vida em novos mundos. Será essa a nossa missão? Espalhar vida inteligente galáxia afora?

Temos também os cientistas, que tendem a preferir missões robóticas mais baratas e em maior número, feitas para cobrir a pesquisa nas mais diversas áreas da astronomia, da astrofísica e da planetologia. Finalmente, temos a privatização da exploração espacial (hotéis e turismo espacial) e a possibilidade de que várias nações e grupos privados tenham interesses econômicos além da Terra, o que já ocorre.

Se quisermos maximizar a relação custo-benefício da exploração espacial, missões robóticas são mais eficientes. Mesmo que seja verdade que um astronauta em Marte teria feito o que as sondas Spirit e Opportunity fizeram em um tempo muito mais curto, a verdade é que não temos o dinheiro ou a tecnologia para enviar humanos até lá.

Não sabemos como nos proteger da radiação letal que existe no espaço nem como evitar o declínio dos músculos por lá. Precisamos de mecanismos de propulsão mais fortes.

Mais importante ainda: precisamos de uma organização internacional dedicada à exploração.

O futuro da exploração espacial tem de ir além das fronteiras e da propaganda patriótica que marcou a sua história até aqui. Ao deixarmos nosso planeta, o faremos como uma espécie e não como indivíduos de um ou outro país.

MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "Criação Imperfeita"


22 de ago. de 2011

Observatório Nacional oferece curso sobre Magnetohidrodinãmica com o Prof. Oscar Matsuura

Observatório Nacional


Estão abertas as inscrições para o curso "Dínamo Magnetohidrodinâmico" que será realizado no Observatório Nacional, no perído de 29 de agosto a 16 de setembro. O curso será ministrado pelo Prof. Dr. Oscar Matsuura, as segundas, quartas e sextas, de 10h as 12h (possível mudança para 08h as 10h a partir do dia 12 de Setembro).

As inscrições (gratuitas) podem ser feitas pelo telefone 3504-9189 ou pelo e-mail walace@on.br.

Receberão certificados os alunos que tiverem frenquencia igual ou superior a 75% das aulas oferecidas.
O curso acontecerá no campus do Observatório Nacional, existindo dois endereços para acesso:
1) Rua General Bruce, 586 - Acesso somente para pedestres (escada/elevador).
2) Rua General José Cristino, 77 - Acesso restrito para veículos com permissão e pedestres.

Ementa do curso:

1. Equações fundamentais de MHD

Visão qualitativa da teoria MHD. Aplicações tecnológicas e na natureza. Derivação das equações sublinhando as aproximações. Lei de Ohm. Equação de estado. Tubos de fluxo magnético. Lâminas de corrente.

2. Prolegômenos matemáticos e conceituais

Fórmulas vetoriais. Coordenadas curvilíneas. Simetrias. Harmônicos esféricos vetoriais. Conversão de unidades. Quase-neutralidade do plasma. Distância de Debye. Principais parâmetros da MHD. Escoamento geostrófico. Aproximação de Boussinesq.

3. Instabilidades MHD

Linearização das equações. Modos normais. Instabilidade Rayleigh-Taylor. Método variacional. Instabilidade de bossa, intercâmbio e constricção. Instabilidade de escoamento, resistiva, térmica e convectiva.

4. Magnetismo Solar

Manchas solares: magnetoconvecção, análise da estabilidade, expulsão e concentração de fluxo magnético, boiamento magnético e sua instabilidade, emergência de tubos magnéticos, resfriamento radiativo, equilíbrio magnetostático, evolução, tubos de campos intensos e penumbra. Ciclo solar: rotação diferencial do Sol, diagrama da borboleta, inversões de polaridade.

5. Dínamo Solar

Dínamo de disco. Teorema de Cowling e de Taylor-Proudman. Lei da iso-rotação de Ferraro. Equação da indução magnética. Dínamo qualitativo e efeito α. Dínamo hidrodinâmico nos regimes de campo forte e fraco. Dínamo cinemático: quase-simétrico e turbulento (eletrodinâmica do campo médio). Efeitos α e ω. Dínamos α2 e α2 ω. Ondas na teoria de dínamo. Dínamo convectivo. Efeitos não lineares.

6. Magnetismo terrestre

Aula a ser ministrada pela Prof. Dra. Katia Pinheiro (ON).

7. Geodínamo

Dínamo cinemático com componentes toroidal e poloidal. Turbulência no núcleo. Ondas de dínamo. Dínamo do estado Taylor e do modelo Z. Modelos de campo fraco e forte. Papel do núcleo central. Teorias das variações seculares. Teoria para inversões de polaridade.

Referências bibliográficas:

Davidson, P. A.: An introduction to magnetohydrodynamics, Cambridge University Press, 2001.
Goedbloed, J. P.: Lectures notes on ideal magnetohydrodynamics, Instituto de Física, Unicamp,
1979.

Ferraro, V. C. A. and Plumpton, C.: An introduction to magneto-fluid-mechanics, Clarendon Press,
Oxford, 1966.

Merrill, R. T., McElhiny, M. W., McFadden, P. L.: The magnetic field of the Earth, Academic
Press, San Diego, 1998.

Priest, E. C.: Solar magneto-hydrodynamics, D. Reidel Publishing Company, Dordrecht, 1982.


CV do Prof. Dr. Oscar Matsuura (resumo):

Possui bacharelato em Filosofia (1962) e em Física (1967), mestrado em rádio-astronomia peloCentro de Radioastronomia e Astrofísica da Universidade Mackenzie (1972) e doutorado em astronomia cometária pelo Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (1976). Liderou o Grupo de Astrofísica do Sistema Solar do Departamento de Astronomia do IAG/USP, onde obteve o título de Professor Associado em 1990, até se aposentar em 1997. De 1997 a 2002 foi pesquisador do Museu deAstronomia e Ciências Afins (MAST/MCT). De 2003 a 2005 foi Diretor do Planetário e Escola Municipal de Astrofísica Prof. Aristóteles Orsini em São Paulo. Em 2006 colaborou na implantação da revista Astronomy Brasil da qual foi Editor Associado até a última edição em setembro de 2007. Tem experiência em astrofísica com ênfase em Física Solar e Cometária, atuando principalmente nos seguintes temas: rádio-astronomia solar em microondas, magneto-hidrodinâmica da coroa solar e de caudas gasosas de cometas. Atua em história, ensino e divulgação da astronomia. Desde 2006 é o representante latino-americano junto ao Grupo de Trabalho "Arquivos" da Comissão 41 da União Astronôica Internacional e em 2009 foi eleito seu vice-presidente. Desde agosto de 2010 é pesquisador colaborador do MAST/MCT e professor colaborador do Programa HCTE/UFRJ.





16 de ago. de 2011

Congresso Internacional de Geofísica começa no RJ



Geofísica Brasil - 16/08/2011


Num espaço novo e aprovado pela maioria dos participantes, teve início ontem, no Rio de Janeiro, o 12º Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Geofísica (12º CISBGf) & Expogef 2011.


Com 45 minutos de atraso, a solenidade de abertura praticamente lotou o auditório do Centro de Convenções SulAmérica no final da tarde desta segunda-feira (15/8). A mesa contou com a participação do presidente da SBGf, Eduardo Lopes de Faria, do diretor-presidente da CPRM - Serviço Geológico do Brasil, Manoel Barretto, do gerente-executivo de Exploração da Petrobras, Mario Carminatti, e da presidente do 12º CISBGf, Ana Cristina Chaves.

A palestra inaugural "As demandas de Exploração e Produção" coube a Mario Carminatti, que falou sobre conhecimento e tecnologia nas áreas de Geologia e Geofísica.
Ele apresentou um quadro comparativo da matriz energética brasileira e previu a necessidade de ampliar a oferta de petróleo em 40 milhões de barris por dia até 2020. Fundamentais para atingir essa meta, geólogos e geofísicos têm, segundo Carminatti, três pontos de atuação principais: 1) aumentar o fator de recuperação dos sistemas de produção; 2) otimizar os processos de produção; 3) promover novas descobertas, sejam por caminhos tradicionais ou não convencionais.


 
"Esse crescimento deve ser baseado no binônimo conhecimento/tecnologia e pode contar com a colaboração dos métodos sísmicos e não-sísmicos", acrescentou.

Segundo Carminatti, as demandas de E&P são muito desafiadoras. A concorrência é grande e os custos são muito elevados. Os riscos precisam ser minimizados e o grande desafio é centrar na compreensão das rochas.

"Trata-se de um enorme quebra-cabeças que a Geofísica e a Geologia, com seus conhecimentos e tecnologias, terão certamente a missão de desempenhar para termos um mundo melhor e um Brasil mais sustentável".

Balanço

Eduardo Lopes de Faria, em seu último dia de mandato como presidente da SBGf, fez um balanço das atividades da entidade, que conta atualmente com 5.000 associados. Por sua vez, a presidente do Congresso, Ana Cristina Chaves, saudou os participantes da solenidade e informou que até o início da tarde do primeiro dia, havia cerca de 2.500 inscrições registradas.

Em seu pronunciamento, Manoel Barretto, da CPRM, saudou os congressistas presentes e destacou o Programa Geologia do Brasil que realizou o maior levantamento aerogeofísico da história do país. De 2003 a 2011 foi coberta uma área de aproximadamente 80% do embasamento cristalino brasileiro. Barretto informou ainda que serão investidos cerca de R$ 188 milhões, de 2011 a 2014, em levantamentos aerogeofísicos da base cristalina, incluindo novos métodos além da gamaspectometria e magnetometria.

Prêmios

A solenidade prosseguiu com a tradicional entrega de prêmios aos homenageados pela contribuição à Geofísica.O prêmio Décio Oddone foi entregue a Jorge Marques de Toledo Camargo (Statoil), por sua contribuição à Geofísica do Petróleo. O prêmio Nero Passos foi concedido ao professor José Gouvêa Luiz (UFPA) por sua contribuição à Pesquisa e Eduação em Geofísica. O prêmio Irnack do Amaral foi entregue a Antonino Juarez Borges (CPRM) pela brilhante carreira em Geofísica para Mineração. E o prêmio Alcides Barbosa foi para Marco Aurélio Latgé (Petrobras).

Inauguração
O corte da fita inaugural da Expogef 2011 aconteceu às 18h50 e foi seguido pelo animado coquetel 'icebreaker' no área de exposição do Centro de Convenções SulAmérica.

Mario Carminatti, Ana Cristina Chaves, Manoel Barretto e Eduardo Faria inauguram a EXPOGEF 2011
O animado coquetel "icebreaker" se estendeu até as 22 horas


14 de ago. de 2011

ON REALIZA XVI CICLO DE CURSOS ESPECIAIS



Pelo décimo sexto ano consecutivo, a Divisão de Pós-Graduação do Observatório Nacional vem oferecer aos estudantes e pesquisadores das áreas de Astronomia, Astrofísica e Física o curso avançado denominado Ciclo de Cursos Especiais.

O XVI Ciclo será realizado na sede do ON no Rio de Janeiro, na semana de 07 a 11 de Novembro de 2011.

Como já foi feito em Ciclos anteriores, os cursos oferecidos abrangem diferentes temáticas como Astrofísica Extragaláctica, Astrofísica Estelar, Astronomia Galáctica e Ciências Planetárias.

A inscrição é gratuita e pode ser feita no site do curso.
Será fornecido certificado de participação no curso.


PegBr - Pool de Equipamentos Geofísicos do Brasil oferece curso

"Nossa missão é oferecer suporte instrumental à comunidade geocientífica brasileira, com o objetivo de contribuir para o conhecimento geológico do território nacional".

O Pool de Equipamentos de Geofísica do Brasil – PEGBr, oferece um curso - Treinamento Estações Sismográficas BB - específico e voltado apenas para os alunos inscritos do corpo técnico do Observatório Nacional e instituições associadas - para supervisionar a instalação de estações sismográficas de banda larga.

O treinamento será ministrado, em inglês, por Mathias Franke, Gerente de Sistemas da Kinemetrics, de 15 a 17 de agosto, das 9:00 às 16:00h. As aulas teóricas serão realizadas na Sala de Aula da Geofísica e a parte prática no Laboratório do PegBr, onde já estão preparadas três estações sismográficas.

O treinamento consistirá de apresentações, demonstrações e exercícios em sala de aula, como, configuração e teste de equipamentos. Serão utilizados manuais de sismógrafos Quanterra, sensores e cabos.

O evento está inserido nas facilidades propostas pelo projeto.

O Pool de Equipamentos de Geofísica do Brasil – PEGBr, é parte integrante da Rede Brasileira De Observatórios E Padrões Geofísicos – REBOG, projeto estruturante do Observatório Nacional.

 
 

8 de ago. de 2011

Nasa encontra indícios de água líquida e salgada em Marte, afirma estudo

O Estado de S.Paulo


Resultado ainda não é conclusivo, mas líquido escorrendo pelas encostas permanece como principal explicação para marcas no solo durante estação quente do ano; comprovação da hipótese traria esperança de se encontrar microrganismos no planeta vermelho.

A Nasa anunciou ontem o descobrimento de manchas superficiais na borda de crateras de Marte que poderiam ser causadas por água líquida salgada, abrindo assim novamente a possibilidade de encontrar vida no planeta vermelho.

Efe
Possibilidade. Manchas em cratera seriam causadas por água

A descoberta foi feita graças à análise de uma série de imagens obtidas pelo Experimento Científico de Imagens de Alta Resolução (HiRise, na sigla em inglês) do Orbitador de Reconhecimento de Marte (MRO), que explora o planeta desde 2006.

"Estamos muito contentes com a descoberta, mas é o princípio de um processo que apenas começou", afirmou o diretor de pesquisa científica do programa de exploração de marte, Michael Meyer, durante uma entrevista coletiva.

Em 2008, já se havia comprovado a presença de água congelada em Marte logo abaixo da superfície do solo, nas regiões próximas aos polos (mais informações nesta página).

As linhas escuras observadas nas fotos do HiRise poderiam ter sido formadas por um fluxo de água salgada, algo que, por enquanto, permanece apenas como hipótese. O estudo divulgado na última edição da Science com os resultados da Nasa não constitui uma prova definitiva. Mas é o primeiro indício de água líquida em Marte.

"Se comprovado, seria a primeira vez que identificam água líquida fora da Terra", afirma Fernando Roig, do Observatório Nacional, no Rio. Ele acredita que a confirmação renovaria as esperanças de uma missão tripulada e até de uma futura colonização do planeta vermelho.

A bioquímica e geóloga da Universidade de Indiana Lisa Pratt afirmou que a hipótese ainda é fruto de "pura especulação", mas, se for confirmada, reabrirá a possibilidade de encontrar microrganismos em Marte.
As imagens estudadas foram obtidas em diversas latitudes do planeta e abarcam um período de aproximadamente três anos marcianos. Cada ano marciano equivale a 687 dias terrestres.

Para identificar as manchas misteriosas, os pesquisadores da Nasa precisaram de um algoritmo de detecção especial, capaz de distinguir alterações sutis nas imagens. Alguns sulcos observados cresceram mais de 200 metros em apenas dois meses terrestres.

Os cientistas acompanharam as mudanças das marcas nas diversas estações do ano. Eles observaram principalmente os declives íngremes do hemisfério sul do planeta. Perceberam que as manchas se alargam e escurecem, na direção do equador marciano, entre o fim da primavera e o início do outono.

Salobra. A equipe de cientistas sugere que o fenômeno poderia ser causado por água salgada, pois a salinidade diminui a temperatura em que o líquido congela. Dessa forma, durante a estação quente marciana, a água salgada da superfície do planeta alcançaria a temperatura ideal para descongelar e escorrer.

Mesmo assim, algumas questões permanecem em aberto. A origem da água, por exemplo. "A melhor explicação que temos para essas observações até agora é de que estamos diante de um fluxo de água salgada, embora este estudo não comprove", afirma Alfred McEwen, da Universidade do Arizona, colaborador do trabalho da Nasa e um dos principais responsáveis pelo HiRise.

"É difícil imaginar que (as manchas) sejam criadas por outra coisa que não o líquido que escorre pelos declives marcianos", aponta Richard Zurek, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês). / ALEXANDRE GONÇALVES, com EFE

PARA LEMBRAR

Lua e Marte abrigam gelo

Em junho de 2008, cientistas anunciaram que a sonda Phoenix, da Nasa, havia encontrado água congelada em Marte. Migalhas de um material brilhante, fotografadas no 20.º dia da missão, já não estavam mais lá em fotos feitas quatro dias depois.
O desaparecimento indicaria que os fragmentos seriam compostos de água congelada que se converteram em vapor sem passar pelo estado líquido nos dias seguintes. Até então, imaginava-se que o material poderia ser sal.
No ano passado, um radar da Nasa, instalado no satélite indiano Chandrayyan 1, detectou depósitos de gelo no polo norte da Lua. O equipamento identificou mais de 40 crateras nas quais se comprovou a existência de gelo. Segundo a Nasa, há pelo menos 600 milhões de toneladas de água congelada no local.






2 de ago. de 2011

Workshop internacional de astronomia, na PUC-Rio , conta com a presença de pesquisadores do Observatório Nacional

Planeta Universitário
Ter, 02 de Agosto de 2011 13:35


De 15 a 19 de agosto, a cidade do Rio de Janeiro vai conhecer de perto muitos segredos e novidades sobre a origem e evolução do Universo. A capital vai abrigar, na PUC-Rio, o 1o workshop da série The Evolving Universe, organizado através de parceria entre o professor Enio Frota da Silveira, do Departamento de Física do Centro Técnico Científico da Universidade (CTC/PUC-Rio), e a astrônoma brasileira residente nos Estados Unidos, Duília de Mello, professora da Catholic University of America e pesquisadora associada da NASA Goddard Space Flight Center.

O evento tem o apoio da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro e dos comitês científico e local, responsáveis pela organização do evento, que reúnem profissionais das áreas de física e astronomia de países como Brasil, Chile e Estados Unidos. O workshop conta ainda com o patrocínio do Instituto Nacional de Tecnologia e Ciências do Espaço (INEspaço/CNPq), que incentiva o desenvolvimento de estudos espaciais no Brasil.

O evento coincide com a recente adesão do Brasil, em dezembro de 2010, ao Observatório Europeu do Sul (ESO), a mais importante e produtiva organização europeia intergovernamental em investigação em astronomia. Sendo o único país fora da Europa a fazer parte dessa comunidade, a adesão beneficia o Brasil com investimentos que proporcionam novos impulsos para o desenvolvimento tecnológico e científico nacional.

Durante os cinco dias do encontro, as palestras vão tratar das discussões mais relevantes do momento, como: evolução química, galáxias distantes, a Via Láctea, evolução das galáxias, evolução estrelar, buracos negros, radiação cósmica em galáxias distantes e a formação da Via Láctea.





1 de ago. de 2011

Brasil é ouro na Olimpíada Internacional de Física

Pesquisa FAPESP
Edição Online - 1º/08/2011

Maria Guimarães


Estudantes conquistam primeira medalha de ouro concedida a país ibero-americano e quatro de bronze.


© OBF - Olimpíada Brasileira de Física 

Ricardo Duarte Lima, José Guilherme Alves, Lucas Hernandes, Gustavo Haddad Braga e Ivan Tadeu

Como no ano passado, todos os cinco estudantes brasileiros que participaram da 42ª edição Olimpíada Internacional de Física este ano em Bangkok, na Tailândia, entre 10 a 18 de julho, trouxeram medalhas para casa. Com uma diferença importante: Gustavo Haddad Braga fez jus à primeira medalha de ouro concedida a um estudante ibero-americano. Os alunos do ensino médio Ivan Tadeu, do Colégio Objetivo São Paulo (mesma escola de Gustavo), José Guilherme Alves, do Colégio Ari de Sá, do Ceará, Lucas Hernandes, do Colégio Etapa de São Paulo e Ricardo Duarte Lima, do Colégio Farias Brito, do Ceará, ganharam medalhas de bronze.

Com 16 anos, ele é aluno do terceiro ano do ensino médio do Colégio Objetivo São Paulo. Junto com os outros integrantes da equipe, dos estados de São Paulo e Ceará, Gustavo foi selecionado pela Olimpíada Brasileira de Física entre os alunos de mais de 4.500 escolas brasileiras. Em seguida, por uma semana o grupo treinou física experimental no Instituto de Física do campus de São Carlos da Universidade de São Paulo.

Além do aspecto empolgante da experiência de trabalhar em uma instituição de pesquisa na área, a preparação foi mesmo crucial para a prova, que envolvia três perguntas teóricas e duas experimentais. As olimpíadas científicas são um estímulo importante para os jovens estudantes. “Eu mesmo comecei a me interessar mais pela disciplina por conta da Olimpíada Brasileira de Física”, contou Gustavo à assessoria de comunicação da Sociedade Brasileira de Física.




Cartografia no Novo MundoAstrônomos do século XVIII determinaram latitudes na Amazônia e escreveram sobre a região

Pesquisa FAPESP
Neldson Marcolin
Edição Impressa 185 - Julho 2011


© Biblioteca Nacional
Mapa das cortes, de 1749, feito para o Tratado de Madri. A linha vermelha mostra como era a divisão sob o Tratado de Tordesilhas
Quando a América do Sul era ainda um amontoado de colônias hispânicas e portuguesas, dom Fernando VI, da Espanha, e dom João V, de Portugal, firmaram o Tratado de Madri para definir limites territoriais e pôr fim às disputas corriqueiras, em 1750. Para tanto era necessário demarcar as terras com base na ocupação real dos colonos de ambas as nações na América do Sul, que haviam transformado em letra morta o velho Tratado de Tordesilhas assinado em 1494. Para fazer mapas e definir as fronteiras naturais das possessões ibéricas, o governo português criou a primeira Comissão Demarcadora de Limites com engenheiros, cartógrafos, astrônomos e um “riscador” (desenhista). Os astrônomos eram dois “padres matemáticos”, como eram chamados: o jesuíta croata Ignác Szentmártonyi e o presbítero secular italiano Giovanni Angelo Brunelli. 
Ambos trabalharam na comissão que percorreu a Amazônia brasileira e contribuíram não apenas com medições, mas também com relatos em que tentavam separar a fantasia da razão e explicar usos e costumes da terra.

Giovanni Brunelli (1722-1804) era oriundo do Observatório Astronômico da Academia de Ciência do Instituto de Bolonha e chegou a Belém em agosto de 1753 com os demais integrantes da comissão. Em 1754 a expedição partiu de Belém para fazer a demarcação em três tropas para voltar a se encontrar em Mariuá (atual Barcelos), no rio Negro. Eram liderados pelo governador do estado do Grão-Pará e Maranhão Francisco Xavier de Mendonça Furtado, meio-irmão de Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal, então secretário de Estado de dom José I. A viagem demorou 88 dias. Em Mariuá a comissão esperou em vão pela chegada dos espanhóis até 1758, quando retornou a Belém. O encontro havia sido combinado para acertar a demarcação do território das colônias dos dois reinos.

Brunelli ficou na Amazônia até 1761. Nos oito anos na região escreveu três relatos na forma epistolar. Em 2010, Nelson Papavero, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, Nelson Sanjad e William Leslie Overal, do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Abner Chiquieri, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e Riccardo Mugnai, da Fundação Oswaldo Cruz, traduziram pela primeira vez essas memórias para o português e as publicaram no Boletim de Ciências Humanas do MPEG (maio-agosto). “É de Brunelli a mais antiga citação conhecida sobre o candiru, um peixinho muito pequeno e temido na Amazônia porque, às vezes, acredita-se, penetra na uretra de quem se banha nos rios”, conta o zoólogo Papavero. O relato está em Sobre o rio Amazonas, publicado na Itália em 1791.

Os dois outros textos de Brunelli chamam a atenção pelo cuidado na descrição e tentativa de explicar algo que parecia misterioso. No primeiro caso, Sobre a mandioca, publicado em 1767, ele detalha como se dá o plantio, a manufatura e o consumo da mandioca pelos índios e pela população amazônica. “Ele tem o olhar da etnografia. O relato sobre o uso dessa raiz é inovador e muito preciso”, diz Nelson Sanjad, pesquisador de história da ciência do Museu Goeldi. “Ele não demonstra desdém nem preconceito e escreve várias vezes que a farinha de mandioca, por exemplo, é muito saborosa.” No segundo caso, Sobre a pororoca, que saiu também em 1767, o italiano mostra-se impressionado com o fenômeno que ocorre nas áreas da foz do Amazonas e do Tocantins algumas vezes por ano e não se conforma com as explicações fantasiosas da época. Por meio da observação, tenta interpretar o que acontece, mas também erra: para ele, a pororoca teria origem em canais subterrâneos por onde fluiria e refluiria a água em quantidade e com grande força. Foi uma das primeiras tentativas de explicar o fenômeno à luz da razão, quando ainda não se conhecia a complexa hidrografia da região.

O astrônomo e cartógrafo Szentmártonyi (1718-1793) teve uma vida muito mais acidentada do que o italiano por questões políticas. Quando Pombal decretou a expulsão dos jesuítas de todo o reino, em 1759, ele foi preso ainda em Belém e permaneceu encarcerado em Portugal por 18 anos. Em seu período na Amazônia determinou a longitude de Belém, fez as observações astronômicas para o mapa hidrográfico de parte dos rios Amazonas e Negro, trabalhou nas latitudes e longitudes para uma série de cartas tiradas das cidades e vilas ribeirinhas e escreveu um relato sobre as tribos do rio Negro e Orinoco.

O esforço em discernir a certeza do provável e do improvável desses astrônomos – que aparece em especial nos textos de Brunelli – é visto nos diversos relatos de naturalistas que descreveram a Amazônia até o século XIX. “Essa é uma das características da história da ciência e de história da literatura relacionada à região”, diz Nelson Sanjad.




Lua de Saturno faz chover no planeta dos anéis

Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/07/2011

Lua de Saturno faz chover no planeta dos anéis
Enceladus é, até agora, a única lua do Sistema Solar a influenciar a composição química do seu planeta.[Imagem: NASA/JPL/Space Science Institute]

O telescópio espacial Herschel mostrou que a água expelida pela lua Encélado (ou Enceladus) forma um enorme anel de vapor de água em volta de Saturno.
Esta descoberta vem resolver um mistério com 14 anos, ao identificar a fonte de água na alta atmosfera de Saturno.

Lua influente

Estes resultados significam que Encélado é, até agora, a única lua do Sistema Solar a influenciar a composição química do seu planeta.

A cada segundo, a Encélado expele 250 kg de vapor de água, em jactos a partir da região polar sul. Esta região é conhecida como Tiger Stripes - listas de tigre - à conta das marcas que ficam à superfície.
Estas cruciais observações revelam que a água cria um toro de vapor à volta do planeta dos anéis.
A largura total do toro é dez vezes superior ao raio de Saturno. No entanto, a sua espessura é apenas de um raio de Saturno. A Encélado gira em volta do planeta a uma distância de cerca de quatro raios, alimentando o toro com jatos de água.

Enigma

Apesar das suas dimensões, a formação vinha escapando à detecção porque o vapor de água é transparente à luz visível - mas não aos infravermelhos, a faixa na qual o Herschel enxerga.

Sabia-se que nas camadas mais profundas da atmosfera de Saturno existem vestígios de água no estado gasoso. Mas a presença de água nas camadas superiores da sua atmosfera tem permanecido um enigma.

Detectada pela primeira vez em 1997 pelo Infrared Space Observatory, da ESA, a fonte desta água permaneceu uma incógnita até agora. Modelos computacionais das últimas observações do Herschel mostram que cerca de 3 a 5% da água expelida pela lua Encélado acabam por cair em Saturno.

"Não há qualquer fenômeno semelhante a este na Terra," disse Paul Hartogh, do Instituto Max Planck, na Alemanha, que coordenou a análise dos resultados. "Na nossa atmosfera não entram quantidades significativas de vapor vindo do espaço. Isto é um fenômeno exclusivo de Saturno."

Compostos oxidados

Apesar de a maior parte da água de Encélado se perder no espaço, congelando-se nos anéis ou até caindo noutras luas de Saturno, a pequena fração que cai no planeta é suficiente para explicar a existência de água na alta atmosfera do planeta.

Esta água também é responsável pela existência de compostos oxidados, como o dióxido de carbono.

A água nas camadas superiores da atmosfera de Saturno é transportada para níveis mais baixos, onde condensa. Mas a quantidade é tão baixa que as nuvens resultantes não são observáveis.

"O Herschel mostrou mais uma vez a sua importância. Estas são observações que só o Herschel pode fazer," diz Göran Pilbratt, cientista de projeto da ESA para o Herschel.

"O Infrared Space Observatory encontrou vapor de água na atmosfera de Saturno. Depois, a missão Cassini/Huygens detectou os jatos de água de Encélado. Agora o Herschel mostrou como se encaixam todas estas observações."

Cientistas brasileiros acreditam que é possível haver vida na lua Encélado. Outros afirmam que a lua pode ter um oceano tão salgado quanto os da Terra. O mais marcante, contudo, talvez seja o fato de que os "ingredientes da vida" já foram encontrados em Encélado.




Super câmera astronômica capta de asteroides a galáxias

Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/07/2011


Super câmera astronômica capta de asteroides a galáxias
A imagem mostra também traços de vários asteroides do Sistema Solar, que se moveram ao longo da imagem durante as exposições. Estes objetos aparecem como riscos coloridos curtos - nesta imagem podemos observar pelo menos dez.[Imagem: ESO/INAF-VST/OmegaCAM]


Mudando o foco

Uma enorme imagem do VLT Survey Telescope (VST) e da sua câmara OmegaCAM, instalados no Observatório do Paranal, no Chile, mostra três galáxias brilhantes na constelação do Leão.

São, no entanto, os objetos tênues que aparecem no plano de fundo, em vez das galáxias em primeiro plano, que estão chamando a atenção dos astrônomos.

A imagem extremamente nítida destes objetos pouco luminosos obtida pelo VST atesta o poder do telescópio e da OmegaCAM para mapear o Universo distante.

Super câmera astronômica

O VST é a adição mais recente ao Observatório do Paranal. É um telescópio de última geração, de 2,6 metros, equipado com uma câmera gigante de 268 milhões de pixels, a OmegaCAM.



Como seu nome indica, o VST dedica-se a mapear o céu na radiação visível, sendo o maior telescópio do mundo concebido exclusivamente para este efeito.
Esta grande panorâmica do tripleto de Leão demonstra a excelente qualidade das imagens produzidas pelo VST e pela sua câmera.

Tripleto de Leão

O tripleto de Leão é um magnífico grupo de galáxias em interação, situado a cerca de 35 milhões de anos-luz da Terra.
Todas as galáxias são espirais, tal como a nossa própria Via Láctea, embora este fato possa não ser imediatamente óbvio a partir desta imagem, uma vez que os discos estão inclinados de diferentes ângulos relativamente à nossa linha de visão.

A NGC 3628, situada à esquerda na imagem, está de perfil, mostrando extensas zonas de poeira ao longo do plano da galáxia. Por outro lado, os objetos de Messier, M 65 (em cima à direita) e M 66 (embaixo à direita), estão suficientemente inclinados para que possamos observar seus braços em espiral.

Os grandes telescópios estudam normalmente uma destas galáxias de cada vez, mas o campo do VST - duas vezes o tamanho da Lua Cheia - é suficientemente grande para capturar os três membros do grupo numa única imagem.

A imagem também revela mostra um grande número de galáxias tênues mais distantes, observadas como manchas difusas no campo de fundo da imagem.

Asteroides

A imagem mostra também traços de vários asteroides do Sistema Solar, que se moveram ao longo da imagem durante as exposições. Estes objetos aparecem como riscos coloridos curtos - nesta imagem podemos observar pelo menos dez.

Como Leão é uma constelação do zodíaco, situada no plano do Sistema Solar, o número de asteroides é particularmente elevado.

Esta é uma imagem composta, criada pela combinação de exposições obtidas através de três filtros diferentes. A radiação que passou através de um filtro infravermelho é mostrada em vermelho, a que corresponde à parte vermelha do espectro está em verde e a que corresponde à radiação verde está em magenta.

Corpos celestes muito tênues

Observam-se igualmente em primeiro plano muitas estrelas com diferentes brilhos, situadas na nossa própria Galáxia.

Um dos objetivos científicos do VST é a busca por objetos pouco brilhantes na Via Láctea, tais como estrelas anãs marrons, planetas, estrelas de nêutrons e buracos negros.

Acredita-se que estes objetos permeiam o halo da nossa Galáxia mas que são, muitas vezes, fracos demais para poderem ser detectados de forma direta, mesmo com grandes telescópios.

O VST procurará eventos sutis produzidos por um fenômeno chamado microlente gravitacional, de modo a detectar indiretamente estes objetos tão elusivos e estudar o halo galáctico.

Com base nestes estudos, espera-se que o VST faça avançar o nosso conhecimento da matéria escura, que se acredita ser o maior constituinte do halo galáctico. Os astrônomos esperam encontrar pistas sobre a natureza desta substância, assim como sobre a natureza da energia escura, a partir dos rastreios do Universo longínquo feitos pelo VST.

O telescópio deverá descobrir aglomerados de galáxias distantes e quasares com grande desvio para o vermelho, que ajudarão os astrônomos a compreender o Universo primordial e a encontrar respostas para questões em aberto há muito tempo na cosmologia.




 

Viagem no tempo: fótons não ultrapassam velocidade da luz

Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/07/2011

Viagem no tempo: fótons não ultrapassam velocidade da luz
 
Cientistas demonstraram que o precursor óptico, a parte frontal e mais veloz do fóton, não supera a velocidade máxima da luz. [Imagem: Zhang et al./PRL]

Uma equipe de físicos da Universidade de Hong Kong afirma ter conseguido uma medição direta do precursor óptico de um único fóton, demonstrando que fótons individuais não podem viajar mais rápido do que a luz no vácuo.

O estudo reafirma a teoria de Einstein de que nada viaja mais rápido do que a velocidade máxima da luz e fecha um debate de uma década sobre a velocidade de um fóton individual.

Limite da velocidade da luz

Para Einstein, nada pode viajar mais rápido do que a velocidade máxima da luz.

Mas esta é a primeira demonstração experimental de que os chamados precursores ópticos - uma espécie de parte frontal da onda de luz, sua porção que viaja mais rapidamente - existem ao nível dos fótons individuais e que eles são, como se previa, a parte mais rápida do pacote de onda, mesmo em um meio superluminal.

Ou seja, se há alguém que realmente atinge a famosa velocidade máxima c - de 299.792.458 m/s - esse alguém é o precursor óptico.

"Os resultados ampliam nosso entendimento de como um fóton individual se move. Eles também confirmam o limite máximo de velocidade que uma informação pode ser transportada com luz," afirmou Shengwang Du, coordenador do estudo.

"Ao mostrar que os fótons individuais não podem viajar mais rápido do que a velocidade da luz, nossos resultados encerram o debate sobre a verdadeira velocidade da informação transportada por um único fóton. Nossas conclusões também poderão dar aos cientistas um quadro melhor sobre a transmissão da informação quântica," completou.

Quanto a "encerrar o debate", talvez seja melhor um pouco de prudência, uma vez que o experimento contém muitos pressupostos que podem ser discutidos. Para se ter uma ideia, em 2010, um grupo de pesquisadores alemães fez um experimento diferente e chegou à conclusão oposta.

Viagem no tempo: fótons não ultrapassam velocidade da luz

O prof. Shengwang Du propõe a impossibilidade daquela que era considerada a forma mais fácil de viagem no tempo. Mas há outras possibilidades. [Imagem: UST]

Viagem no tempo

Há cerca de 10 anos, a descoberta de uma propagação superluminal - acima da velocidade da luz - causou sensação ao levantar a possibilidade da viagem no tempo. Mas só até que a diferença entre a velocidade de fase e a velocidade de grupo fosse devidamente explicada.

O que ocorre é que a propagação daqueles pulsos ópticos em alguns meios específicos era apenas um efeito visual - a velocidade superluminal de um grupo de fótons não poderia ser usada para transmitir qualquer informação real.

As esperanças foram então para os fótons individuais, porque a partícula quântica fóton parece poder viajar mais rápido do que o limite da velocidade da luz no mundo clássico.

Foi isto o que o Dr. Shengwang Du quis checar, medindo a velocidade máxima de um fóton individual.

Sua conclusão é que os fótons individuais obedecem às regras de trânsito da relatividade, confirmando a causalidade de Einstein, ou seja, que um efeito não pode ocorrer antes de sua causa - e isto joga por terra a possibilidade teórica da viagem no tempo que havia sido levantada com base na velocidade superluminal.

Possibilidades da viagem no tempo

Isto não significa, porém, que o experimento "provou que a viagem no tempo é impossível" - ele demonstra que não é possível viajar no tempo superando o limite de velocidade do universo com uma nave para fazer o tempo encolher.

É verdade que esta seria a forma "mais fácil" de viajar no tempo - ao menos para fótons.

Mas ainda restam esperanças para os visionários e curiosos sobre o passado e o futuro.

A teoria da relatividade continua aceitando a possibilidade de uma dobradura no contínuo do espaço-tempo para chegar aonde você já esteve antes - bastará ter uma massa suficiente, e controlável, para fazer isso, criando os agora já famosos "buracos de minhoca".

Algo bastante difícil, mas tampouco seria fácil entrar em uma nave do tamanho de um fóton.

Há também sugestões menos ortodoxas, baseadas na Teoria M, com a vantagem de serem testáveis experimentalmente.