1 de ago. de 2011

Super câmera astronômica capta de asteroides a galáxias

Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/07/2011


Super câmera astronômica capta de asteroides a galáxias
A imagem mostra também traços de vários asteroides do Sistema Solar, que se moveram ao longo da imagem durante as exposições. Estes objetos aparecem como riscos coloridos curtos - nesta imagem podemos observar pelo menos dez.[Imagem: ESO/INAF-VST/OmegaCAM]


Mudando o foco

Uma enorme imagem do VLT Survey Telescope (VST) e da sua câmara OmegaCAM, instalados no Observatório do Paranal, no Chile, mostra três galáxias brilhantes na constelação do Leão.

São, no entanto, os objetos tênues que aparecem no plano de fundo, em vez das galáxias em primeiro plano, que estão chamando a atenção dos astrônomos.

A imagem extremamente nítida destes objetos pouco luminosos obtida pelo VST atesta o poder do telescópio e da OmegaCAM para mapear o Universo distante.

Super câmera astronômica

O VST é a adição mais recente ao Observatório do Paranal. É um telescópio de última geração, de 2,6 metros, equipado com uma câmera gigante de 268 milhões de pixels, a OmegaCAM.



Como seu nome indica, o VST dedica-se a mapear o céu na radiação visível, sendo o maior telescópio do mundo concebido exclusivamente para este efeito.
Esta grande panorâmica do tripleto de Leão demonstra a excelente qualidade das imagens produzidas pelo VST e pela sua câmera.

Tripleto de Leão

O tripleto de Leão é um magnífico grupo de galáxias em interação, situado a cerca de 35 milhões de anos-luz da Terra.
Todas as galáxias são espirais, tal como a nossa própria Via Láctea, embora este fato possa não ser imediatamente óbvio a partir desta imagem, uma vez que os discos estão inclinados de diferentes ângulos relativamente à nossa linha de visão.

A NGC 3628, situada à esquerda na imagem, está de perfil, mostrando extensas zonas de poeira ao longo do plano da galáxia. Por outro lado, os objetos de Messier, M 65 (em cima à direita) e M 66 (embaixo à direita), estão suficientemente inclinados para que possamos observar seus braços em espiral.

Os grandes telescópios estudam normalmente uma destas galáxias de cada vez, mas o campo do VST - duas vezes o tamanho da Lua Cheia - é suficientemente grande para capturar os três membros do grupo numa única imagem.

A imagem também revela mostra um grande número de galáxias tênues mais distantes, observadas como manchas difusas no campo de fundo da imagem.

Asteroides

A imagem mostra também traços de vários asteroides do Sistema Solar, que se moveram ao longo da imagem durante as exposições. Estes objetos aparecem como riscos coloridos curtos - nesta imagem podemos observar pelo menos dez.

Como Leão é uma constelação do zodíaco, situada no plano do Sistema Solar, o número de asteroides é particularmente elevado.

Esta é uma imagem composta, criada pela combinação de exposições obtidas através de três filtros diferentes. A radiação que passou através de um filtro infravermelho é mostrada em vermelho, a que corresponde à parte vermelha do espectro está em verde e a que corresponde à radiação verde está em magenta.

Corpos celestes muito tênues

Observam-se igualmente em primeiro plano muitas estrelas com diferentes brilhos, situadas na nossa própria Galáxia.

Um dos objetivos científicos do VST é a busca por objetos pouco brilhantes na Via Láctea, tais como estrelas anãs marrons, planetas, estrelas de nêutrons e buracos negros.

Acredita-se que estes objetos permeiam o halo da nossa Galáxia mas que são, muitas vezes, fracos demais para poderem ser detectados de forma direta, mesmo com grandes telescópios.

O VST procurará eventos sutis produzidos por um fenômeno chamado microlente gravitacional, de modo a detectar indiretamente estes objetos tão elusivos e estudar o halo galáctico.

Com base nestes estudos, espera-se que o VST faça avançar o nosso conhecimento da matéria escura, que se acredita ser o maior constituinte do halo galáctico. Os astrônomos esperam encontrar pistas sobre a natureza desta substância, assim como sobre a natureza da energia escura, a partir dos rastreios do Universo longínquo feitos pelo VST.

O telescópio deverá descobrir aglomerados de galáxias distantes e quasares com grande desvio para o vermelho, que ajudarão os astrônomos a compreender o Universo primordial e a encontrar respostas para questões em aberto há muito tempo na cosmologia.




 

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