23 de dez. de 2011

Programação do Tome Ciência

Jornal da Ciência

Confira a sinopse dos programas das próximas semanas. 
O quadro de debates pode ser visto pela TV e pela internet.

De 24 a 30 de dezembro: De onde viemos, para onde vamos

Completados 150 anos - em julho de 2008 - da teoria da evolução, de Charles Darwin, o ser humano ainda se interroga sobre suas origens. Basta lembrar os criacionistas, que defendem a existência de uma inteligência superior por trás de todos os eventos de criação da vida. Neste mesmo ano de 2008, cientistas do mundo inteiro se juntaram para colocar em funcionamento, um túnel subterrâneo de 27 quilômetros de circunferência, só para poder examinar as condições do Big Bang - para muitos a origem do universo. O que também é contestado. Afinal, do ponto de vista científico, como teria surgido a vida humana em nosso planeta? E o próprio planeta? E como anda a nossa evolução biológica? Superada pelas intervenções da medicina? Mais dependentes da cultura?

31 de dezembro a 6 de janeiro - Favelas sem preconceito

Quando se fala em favelas, a associação imediata é com violência, de traficantes ou milícias, e Rio de Janeiro. E mais: miséria, superpopulação, pobreza. Mas não é o que mostram as pesquisas. São Paulo, por exemplo, tem mais favelas que o Rio. Vigário Geral e Parada de Lucas, das mais conhecidas no noticiário policial, têm 100 % das casas com energia elétrica; 99 % com água encanada; 98 % com esgoto e 97 % com coleta de lixo. E o número médio de pessoas por residência - e vale dizer que 89 % são casas próprias - é bastante próximo da média da cidade. Números bem distantes da lógica que uniformiza o debate de políticas públicas para as favelas, embora elas sejam diferenciadas e exijam conhecimento cada vez mais especializado. É o que vem acontecendo no mundo acadêmico com o crescimento de pesquisas, teses e até organizações não governamentais criadas a partir da ação de cientistas sociais.

7 a 13 de janeiro - Na cena do crime, a vez dos peritos

O assassinato da menina Isabela Nardoni, que escandalizou o país por envolver o próprio pai e sua nova mulher, evidenciou a grande quantidade de recursos tecnológicos que envolvem os laudos técnicos. Atualmente, única gota de sangue pode trazer mais informações sobre a cena de um crime do que um eventual depoimento de testemunha. Cada vez mais a ciência fornece subsídios para as investigações. Física, química, microscopia eletrônica, são muitas as áreas de estudo, sem falar na já famosa psicologia, pois instiga buscar razões ou tentar compreender os motivos dos crimes. Para verificar o quanto a ciência já faz parte da criminalística, ao ponto de ter sido criado um Programa Nacional de Ciência e Tecnologia Aplicada na Segurança Pública, convidamos especialistas no assunto. Talvez seja até mais apropriado dizer, verdadeiros peritos.

Confira os canais que transmitem o Tome Ciência:

- RTV Unicamp, da Universidade Estadual de Campinas (canal 10 da Net Campinas), às 15h dos sábados, 21h dos domingos, às 15h das terças e às 24h das quintas-feiras, além da internet (www.rtv.unicamp.br).

- TV Alerj, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, às 20h dos domingos, com reprises às 20h30 das quintas, por satélite (Brasilsat - B4 at 84° W / taxa de símbolos = 3,0 MSps / frequência Banda-C = 3816,0 MHz / FEC = ¾ / frequência banda-L = 1334,0 MHz / polarização = horizontal), pela internet (www.tvalerj.tv) e pelos sistemas a cabo das seguintes cidades do estado: Angra dos Reis (14), Barra Mansa (96), Cabo Frio (96), Campos dos Goytacazes (15), Itaperuna (61), Macaé (15), Niterói (12), Nova Friburgo (97), Petrópolis (95), Resende (96), Rio de Janeiro (12), São Gonçalo (12), Teresópolis (39), Três Rios (96) e Volta Redonda (13)

- TV Ales, da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo (canal 12 da Net), às 12h30 das quintas-feiras, com reprises durante a programação.

- TV Assembleia, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (em Campo Grande pelo canal 9, em Dourados pelo canal 11, em Naviraí pelo canal 44 e internet - www.al.ms.gov.br/tvassembleia), às 20h dos sábados, com reprises durante a programação.

- TV Assembleia do Piauí, às 12h dos sábados e às 20h dos domingos, pelo canal aberto (16) em UHF, em Teresina, e nas reprodutoras de 22 municípios do Piauí e um do Maranhão, além do satélite (Free-to-Air FTA em modo aberto - Satélite NSS 10 (Starone C2) ou AMC-12 Banda C - Posição orbital dos 37,5º Oeste [W] - Frequência: 3831 - Polarização: Horizontal SR 2893 e FEC ¾).

- TV Câmara Angra dos Reis, da Câmara Municipal de Angra dos Reis (canal 14 da Net e internet), às 19h das quartas-feiras, com reprises durante a programação.

- TV Câmara, da Câmara Municipal de Bagé (canal 16 da Net) durante a programação e no horário fixo das 20h das quintas-feiras.

- TV Câmara Caxias do Sul, da Câmara Municipal de Caxias do Sul/RS(canal 16 da Net) e pela internet (www.camaracaxias.rs.gov.br), às 12h dos sábados, com reprises às 12h dos domingos, 16h das segundas, 16h das terças, 16h das quartas, 16h das quintas e 20h15 das sextas-feiras.

- TV Câmara de Lavras, da Câmara Municipal de Lavras/MG, transmitida pelo canal 15 da Mastercabo, às 18h dos sábados e domingos.

- TV Câmara Pouso Alegres, da Câmara Municipal de Pouso Alegre/MG, transmitida em sinal aberto de TV Digital (59) e pelo canal 21 da Mastercabo, sempre às 18h30 das sextas, com reprises durante a programação.

- TV Câmara de São Paulo, da Câmara Municipal de São Paulo (canal 13 da NET, 66 e 07 da TVA), às 13h dos domingos e 15h das segundas, com reprises durante a programação.

- TVE Alfenas, afiliada da Rede Minas, em canal aberto (2) e no cabo (8) em Alfenas e por UHF aberto nas cidades de Areado (54) Campos Gerais (23) e Machado (31), além do site www.tvalfenas.com.br, sempre às quintas, a partir das 17h.

- TV Feevale, da Universidade Feevale de Novo Hamburgo/RS (canal 15 da Net), às 9h das terças e quintas-feiras, com reprises durante a programação.

- TV Ufam, da Universidade Federal do Amazonas (canal 7 e 27 da Net), com estréia semanal às 16h dos sábados e reprises durante a programação.

- TV UFG, da Universidade Federal de Goiás, transmitida em canal aberto (14), aos sábados, às 15h.

- TV UFPR, da Universidade Federal do Paraná, pelos canais 15 da Net e 71 da TVA, às 17h dos sábados. Os programas ficam à disposição (on demand) em www.tv.ufpr.br.

- TV Unifev, do Centro Universitário de Votuporanga/SP, transmitida em canal aberto (55) UHF para mais 25 municípios da região, nos fins de semana, com estréias aos sábados, às 18h, e reprises às 12h dos domingos.

- TV Unifor, da Universidade de Fortaleza, transmitida pelo canal 4 da Net, nos dias ímpares dos meses ímpares e dias pares dos meses pares, sempre nos horários de 10h30, 15h30 e 22h30.

- TV Univap, da Universidade do Vale do Paraíba, com duas exibições diárias em horários rotativos, sempre nos canais a cabo 14 das cidades de São José dos Campos, Jacareí e Taubaté.

- UNOWEBTV, da Universidade Comunitária da Região de Chapecó(SC) - UNOCHAPECÓ, mantida pela Fundação Universitária do Desenvolvimento do Oeste - FUNDESTE, transmitida pelo canal 15 da Net local e pela internet (www.unochapeco.edu.br/unowebtv), com estréia às 21h dos sábados e reapresentações às terças e quintas-feiras às 21h.

Além disso, o programa pode ser visto a qualquer hora no site: http://www.tomeciencia.com.br

O programa, apresentado pelo jornalista André Motta Lima, tem o apoio de pauta das sociedades vinculadas à SBPC, além de um Conselho Editorial de cientistas.

(Informações do Tome Ciência)



Abertas as inscrições para a 64ª Reunião Anual da SBPC

Jornal da Ciência

Evento será realizado de 22 a 27 de julho, na UFMA, e traz novidades em sua organização com vistas à acessibilidade e sustentabilidade.

Já estão abertas, no site http://www.sbpcnet.org.br/saoluis/home/, as inscrições para a 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que será realizada de 22 a 27 de julho de 2012, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em São Luís (MA). O maior evento científico do Brasil traz, nesta edição, mais ações que favorecem a acessibilidade e a sustentabilidade, a começar pelo site da Reunião, que foi programado para ser 100% compatível com programas que irão auxiliar deficientes visuais a acessar seu conteúdo; e também pela diminuição drástica do uso de papel impresso.

Como nos anos anteriores, o evento contará com centenas de atividades, entre conferências, simpósios, mesas-redondas, encontros e sessões especiais, das quais participarão cientistas renomados de todo o País para discutir políticas públicas em ciência, tecnologia e inovação, educação, saúde e meio ambiente, além de difundir o conhecimento científico nas mais diversas áreas. Boa parte das atividades versará sobre o tema central do evento: "Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza".

Durante o evento, será realizada diariamente uma sessão de pôster para apresentação de trabalhos científicos ou de técnicas ou experiências de ensino e aprendizagem. Serão oferecidos ainda dezenas de minicursos, cujos temas são de interesse tanto de universitários e pesquisadores como de professores do ensino básico.

A ExpoT&C, uma das maiores mostras de ciência, tecnologia e inovação, também consta da programação. Mais de uma centena de expositores, como universidades, institutos de pesquisa e agências de fomento, estarão reunidos para apresentar ao público novas tecnologias, produtos e serviços. Haverá ainda uma programação voltada especialmente para estudantes do ensino básico, com oficinas, exposições, palestras e outras atividades que estimulem o interesse pela ciência. Tudo isso será permeado por apresentações de artísticas e culturais da região, que ocorrerão ao longo de todo o evento.

A Reunião Anual da SBPC é aberta ao público e gratuita. Qualquer pessoa pode participar, sem inscrição prévia, da maioria das atividades. A inscrição e o pagamento de taxa são necessários apenas para aqueles que pretendem apresentar trabalhos científicos, que queiram participar de um dos minicursos ou receber a programação impressa. Veja todas as regras no site do evento.

Inclusão e mais verde - Um dos principais avanços nesta Reunião são as ações de acessibilidade e sustentabilidade. Nesta edição, foi abolido o crachá, que será entregue apenas para a equipe envolvida na organização do evento e nos casos em que a identificação imediata é necessária. Os livros com informações sobre as atividades, como a programação científica, cultural, a ExpoT&C, mapas de localização e guias de serviços, estarão concentrados em um único volume, fornecendo somente informações essenciais.

Ao se inscrever na Reunião pelo site do evento, pessoas com alguma deficiência poderão solicitar, com antecedência, auxílio conforme suas necessidades. "A Universidade Federal do Maranhão está também em pleno movimento para disponibilizar ao público uma estrutura de acessibilidade bastante eficiente", afirma a secretária geral da SBPC, Rute Maria Gonçalves de Andrade, responsável pela organização do evento.

As comunidades tradicionais também estão sendo chamadas para participar do encontro, de forma a inseri-las em debates de assuntos de seu interesse. "A SBPC, sempre empreendendo ações para promover o progresso da educação e da ciência e, consequentemente, da sociedade brasileira, não poderia estar fora deste movimento pelo direito de todos ao acesso seja ao que for, onde, como e porque for", enfatiza.
(Ascom da SBPC)



21 de dez. de 2011

Galáxias formam desenho de rosa no espaço

Folha de São Paulo


Um par de galáxias espirais que interagem entre si e forma uma rosa no espaço é a imagem divulgada nesta terça-feira no site da Nasa (agência espacial americana).
A galáxia UGC 1810, que é a maior das duas, tem um disco central que se distorce pela atração da menor, a UGC 1813, fazendo com que o núcleo se pareça com o botão de uma flor.

Nasa
Disco da galáxia UGC 1810 é distorcido pela ação de uma galáxia menor; pontos azuis estrelas jovens

Disco da galáxia UGC 1810 é distorcido pela ação de uma galáxia menor; pontos azuis estrelas jovens
Dá ainda para ver pontos azuis na foto, que são luzes emitidas por um grupo de jovens estrelas brilhantes.

Outro indício da interatividade das duas galáxias são as linhas espirais incomuns.

O registro das duas galáxias, de autoria do telescópio espacial Hubble, é de 17 de dezembro de 2010 e foi divulgado pela primeira vez em abril, mês quando se comemorou o aniversário de 21 anos do Hubble.




Nasa encontra dois planetas do tamanho da Terra

Folha de São Paulo

GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO


Criado para caçar um planeta gêmeo da Terra, o telescópio espacial Kepler já encontrou, pelo menos, dois "primos". A Nasa (agência espacial americana) anunciou a descoberta de uma dupla que tem quase o mesmo tamanho do nosso planeta.

Os dois novatos orbitam uma estrela do mesmo tipo do Sol, localizada a quase 950 anos-luz da Terra e são, até agora, os dois menores planetas já registrados fora do Sistema Solar.

Um deles é ligeiramente menor do que a Terra. O Kepler-20e tem 0,86 vez o raio terrestre. Já seu companheiro, o Kepler-20f, tem praticamente o mesmo tamanho. Seu raio é só 0,03 vez maior.

Os cientistas acreditam que os dois planetas sejam rochosos, como a Terra, e tenham uma composição química parecida com a do nosso planeta.

Apesar das semelhanças, ambos são provavelmente quentes demais para abrigar vida. Eles estão bem próximos da sua estrela, a uma distância relativamente menor até a que a de Mercúrio com o Sol.

Por conta disso, em Kepler 20e a temperatura fica em torno de escaldantes 760°C. Já o Kelpler-20f, com 430°C, é um pouco mais ameno, mas ainda infernal.

"Essa descoberta é um marco, pois se trata de planetas muito pequenos. Os pesquisadores estão refinando cada vez mais sua capacidade de localização", diz Carolina Chavero, pesquisadora de astronomia e astrofísica do Observatório Nacional.

Além da dupla, a estrela Kepler-20 também têm outros três planetas ligeiramente maiores em sua órbita.

O trabalho foi publicado na versão on-line da revista "Nature".
Nature doi:10.1038/nature.2011.9688









Passeio virtual permite conhecer Observatório Nacional

Portal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

O Observatório Nacional (ON/MCTI) lançou um Passeio Virtual por suas dependências. A "visita" pode ser feita na página do ON na internet, no endereço www.on.br. Os principais espaços do campus – áreas externas e dependências internas – foram mapeados em fotos de alta resolução.

O objetivo é mostrar ao visitante virtual a riqueza e os detalhes não somente da arquitetura eclética de seus prédios quase centenários, como também dos seus instrumentos científicos. Mostrar a biblioteca, com seu acervo especializado nas áreas de astronomia, geofísica, tempo e frequência e ciências afins, e a natureza do espaço bucólico do Observatório Nacional, patrimônio histórico e cultural do país.

Além de permitir conhecer, resumidamente, a história do observatório, as imagens apresentam projetos científicos, tais como a Rede Brasileira de Observatórios e Padrões Geofísicos, que utiliza sismógrafos e gravímetros; o telescópio Heliômetro, instrumento de alta precisão que monitora diariamente as variações da forma e do volume do Sol; e o Serviço da Hora, do qual é disseminada a Hora Legal Brasileira, gerada a partir de um conjunto de relógios atômicos, além do seu acervo histórico de equipamentos de determinação de sinais horários.

O Passeio Virtual foi concebido por meio de programas desenvolvidos especificamente para a finalidade de montagens 3D, de forma a ser amigável e de fácil compreensão ao visitante. A iniciativa busca estabelecer uma conexão entre a pesquisa científica, produzida pelos pesquisadores do ON, e o público.




20 de dez. de 2011

Verão começa às 3h30 do dia 22 de dezembro

Observatório nacional
20/12/2011


A entrada do verão é marcada pelo solstício, quando ocorrem
o dia mais longo e a noite mais curta do ano


Este ano, o verão começa oficialmente no próximo dia 22 dezembro, às 3h30, e vai até as 2h14 do dia 20 de março de 2012, quando começa o outono. A definição do início das estações é dada pelo comprimento do dia e da noite, que varia conforme a latitude, a época do ano e a inclinação do eixo de rotação da Terra, explica a pesquisadora Josina Oliveira do Nascimento, da Coordenação de Astronomia e Astrofísica do Observatório Nacional.

Do início da primavera até o início do verão, o Sol nasce cada dia mais cedo e se põe cada dia mais tarde, até que a entrada do verão marca o maior dia e a menor noite. Daí até a entrada do outono, os dias se tornam cada vez menores e as noites cada vez maiores, até que no dia da entrada do outono o comprimento da noite é igual ao comprimento do dia. As noites, então, vão aumentando, até a chegada do inverno. A partir disso, as noites diminuem até a chegada da primavera, quando novamente o dia e a noite tem o mesmo comprimento. A entrada do verão e do inverno é marcada, então, pelo “solstício” – comprimento diferente do dia e da noite –, enquanto primavera e outono, pelo “equinócio” – dia e noite com comprimento igual.

É essa variação no comprimento dos dias e das noites que justifica a implantação do “horário de verão”. Josina explica que nos locais próximos à linha do Equador, onde esse efeito é muito pequeno ou nulo, não faz sentido implantar o horário diferenciado.

O horário oficial do início das estações também varia a cada ano. De acordo com a pesquisadora, essa diferença se deve ao período de translação da Terra – aproximadamente 365 dias e 6 horas, ou precisamente 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46,08 segundos. A cada quatro anos, ocorre o ano bissexto, com 366 dias para compensar essa defasagem. “Assim, se olharmos o início do verão dos anos anteriores, vamos ver que o horário de quatro anos atrás é mais próximo do horário deste ano”, explica Josina.

Por

Alba Lívia
Assessoria de Comunicação/ON








Buraco negro pode estar prestes a estraçalhar e consumir uma nuvem de gás e poeira do tamanho de um planeta

Scientific American Brasil

Via-Láctea

Todos nós, não só os astrônomos, temos um fascínio evidente pelo que acontece quando a matéria é sugada para as entranhas de um buraco negro. Até agora, assistimos de camarote como estes trituradores de lixo cósmico agem na Via Láctea e em galáxias distantes. Mas, pela primeira vez, parece que conseguimos assentos na primeira fila, atrás do buraco da orquestra.

Nos próximos anos, o enorme buraco negro no centro da nossa galáxia destroçará e consumirá uma nuvem de gás e poeira com a massa de um planeta pequeno.

Em cerca de 18 meses, o objeto recém-descoberto se aproximará do orifício cósmico no centro da nossa Via Láctea. Sua órbita irá transportá-lo para quase 36 horas-luz do buraco negro, cerca de duas vezes a distância que agora separa a nave Voyager 1, da NASA, do Sol.

É quando as coisas podem ficar interessantes. Um grupo de astrônomos relata, em estudo publicado on-line em 14 dezembro, pela Nature, que o buraco negro deve estraçalhar a nuvem de gás e puxá-la para dentro, produzindo um aumento detectável de emissões de raios-x conforme o gás se comprime e aquece. Dependendo de como a nuvem se desfaz, o buraco negro pode se alimentar dela pelos próximos anos, aumentando de forma significativa o brilho tênue que emana de sua borda, seu horizonte de eventos, e proporcionando uma visão única de sua digestão para os astrofísicos.

“Na verdade, nunca vimos antes algum buraco negro no universo se alimentando”, relata o coautor Stefan Gillessen, astrônomo do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre, em Garching, Alemanha. “Agora temos a chance de assistir algo caindo dentro.” Gillessen e seus colegas identificaram o objeto e determinaram sua trajetória usando o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul, no Chile.

Muitas estrelas orbitam o buraco negro central da Via Láctea, que contém a massa de quatro milhões de sóis. Mas um objeto com uma ligação tão fraca quanto uma nuvem de gás não sobreviveria à intensa atração gravitacional no centro galáctico. Gillessen e seus colegas estimam que a bolha recém-descoberta tenha três vezes a massa da Terra, e dizem que já está sendo distorcida pela irresistível força de atração do buraco negro, conforme se alonga em direção à sua maior aproximação, em 2013. Por vezes chamados “espaguetificação”, os efeitos gravitacionais extremos esticam objetos em queda em direção ao buraco negro em longos fios. “Vemos isso acontecendo com esta nuvem”, diz Gillessen. "Está sendo rompida, bem diante de nossos olhos. Observamos o efeito espaguete acontecendo”.

A queda, que deveria ser observável com telescópios de grande porte, como o VLT, e os telescópios Keck, na Terra, e o Chandra X-ray Observatory, da NASA, em órbita, poderia dar novas pistas sobre os arredores do buraco negro da Via Láctea. Seria capaz ainda de fornecer novas informações sobre o comportamento dos buracos negros supermaciços, encontrados nos centros de todas as grandes galáxias.

Mas a previsão de uma queda se baseia na conclusão que o objeto estirando para realizar um sobrevoo do supermaciço buraco negro no centro da Via Láctea é de fato uma bolha solta de gás e não algo muito mais resistente. Andrea Ghez, astrônoma da University of California, Los Angeles, que estuda a região circundante do buraco negro, suspeita que o objeto na entrada seja, na realidade, uma estrela. Se assim for, ela poderia sobreviver a essa passagem perto do buraco negro sem ser estraçalhada: astrônomos já viram estrelas passarem a 11 horas-luz do buraco negro da Via Láctea e sobreviverem para fazer outra órbita.

Já que o objeto apareceu em observações do VLT em alguns comprimentos específicos de ondas infravermelhas, os cientistas puderam estimar sua temperatura. A nuvem, dizem eles, tem apenas perto de 550 kelvins (275ºC), que equivaleria a aproximadamente um décimo da temperatura de superfície do Sol e, portanto, fria demais para ser uma estrela. Mas Ghez afirma que poderia ser uma estrela envolta em material interestelar.

“Eu não apostaria minha casa na interpretação deles”, argumenta Ghez. “É a diferença entre algo extraordinário e algo bastante comum.” Diferentemente da maioria dos mistérios astronômicos, este deve realmente ser resolvido em breve.



Buracos negros ressuscitam e espantam astrônomas

Site Inovação Tecnológica
Com informações da Universidade do Porto

O retorno do buraco negro
Uma equipe de investigadores do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, em Portugal, detectou um tipo raro de galáxias ativas (AGNs), simultaneamente com características de AGNs jovens e de antigas.

Acredita-se que esta aparente discrepância seja devida a uma espécie de "religação" da atividade do buraco negro central.

A descoberta ocorreu por acaso quando a equipe, composta essencialmente por astrônomas portuguesas, partiu de um catálogo de mais de 13 mil enxames de galáxias na banda de rádio, à procura de uma conexão entre as galáxias ativas e os respectivos enxames de galáxias.

"O nosso projeto inicial era estudar radiogaláxias em enxames. Por sorte, encontramos oito fontes de rádio com estruturas extensas (com jatos e lóbulos visíveis na banda rádio) que não apareciam na banda do visível, o que estranhamos," explica a coordenadora do estudo, Mercedes Filho. "Decidimos por isso alargar o projeto inicial e seguir o rastro dessas estranhas radiogaláxias."

Espectros

Para obter mais detalhes sobre as galáxias, estes oito objetos foram observados na banda do infravermelho pelo observatório VLT, do ESO.

Isto permitiu à equipe detectar as "galáxias-mãe", isto é, as galáxias que deram origem às extensas estruturas observadas na faixa de rádio.

Ao comparar os espectros destes objetos com modelos conhecidos de galáxias, a equipe concluiu que se trata de objetos muito raros - galáxias com características tanto de AGNs ativas (ainda emitindo jatos de matéria) como de AGNs inativas (onde essa emissão já terminou).

Esta aparente discrepância pode ser explicada, segundo as astrônomas, com uma "reativação relativa e recente da AGN", devido a uma maior disponibilidade de material para alimentar o buraco negro central.
Em geral, quando um buraco negro está ativo, ele produz um jato ao longo do eixo de rotação da galáxia. Este jato pode viajar grandes distâncias, produzindo lóbulos visíveis na banda de rádio.

Quando o buraco negro não está ativo, o jato cessa, mas os lóbulos podem persistir durante muito tempo.
Energia nova

No caso dos buracos negros "renascidos", a emissão original teria sido interrompida em algum ponto no passado, e o material emitido foi-se dissipando, dando origem aos lóbulos que emitem na banda de rádio.
Só que, segundo Mercedes, "os nossos objetos mostram lóbulos no rádio, sinal de um ciclo de atividade no passado, mas o espectro nos diz que o buraco negro e os jatos foram recentemente reativados."

Mais recentemente o buraco negro teria ficado com novo material à sua disposição (por exemplo, proveniente de instabilidades próprias do disco de matéria que o circunda, ou da interação com outras galáxias), dando origem à nova emissão, que começou antes dos lóbulos iniciais se desvanecerem.

A equipe vai agora efetuar novas observações, na banda dos raios gama e de rádio, procurando indícios diretos da presença de um jato jovem e do reacendimento recente do buraco negro central.


Bibliografia:

Optically Faint Radio Sources: Reborn AGN?
M. E. Filho, J. Brinchmann, C. Lobo, S. Antón
Astronomy & Astrophysics
December 2011
Vol.: 536, A35
DOI: 10.1051/0004-6361/201117834

A&A Volume 536, December 2011 (DOI: 10.1051/0004-6361/201117834)



Câmera mais rápida do mundo mostra luz em câmera lenta

Redação do Site Inovação Tecnológica




1 trilhão fps

Cientistas do MIT, nos Estados Unidos, criaram uma filmadora tão rápida que até a luz pode ser vista se movimentando em câmera lenta.

A câmera captura imagens a uma velocidade de 1 trilhão de quadros por segundo.

Isto é suficiente para filmar a luz atravessando uma garrafa de refrigerante, como que "enchendo a garrafa de luz", com alguns raios caminhando de volta para o fundo da garrafa depois de refletirem-se na tampinha .

A câmera mais rápida do mundo até agora atingia 6 milhões de quadros por segundo, usando raios lasers e sem usar um CCD.

A nova câmera também não tem quase nenhuma similaridade com as filmadoras tradicionais - ela é baseada em uma nova tecnologia chamada câmera de listras.

Câmera elétrica

A abertura da câmera super rápida, por onde os fótons entram, é uma fenda muito estreita.

Após a fenda, os fótons passam por um campo elétrico que os faz virar na direção perpendicular à fenda.
Como o campo elétrico varia muito rapidamente, ele deflete menos os fótons que chegam primeiro, e mais os fótons que chegam logo depois.

Assim, a câmera produz uma imagem que é bidimensional, mas apenas uma das dimensões é espacial - a dimensão correspondente à direção da fenda.

A outra dimensão, correspondente ao grau de deflexão dos fótons, corresponde ao tempo.

Assim, a imagem representa o tempo de chegada dos fótons passando através de uma fatia unidimensional do espaço.

O resultado é que a imagem capturada em cada exposição corresponde a apenas uma faixa da cena - ou uma linha vertical de pixels.

Câmera de listras

Essa estranha, mas rapidíssima câmera, será muito útil em química e biologia, em experimentos que observam a luz que atravessa ou que é emitida por uma amostra.

Como, nesses casos, os cientistas estão interessados nos comprimentos de onda da luz que a amostra absorve, ou como a intensidade da luz que a amostra emite varia ao longo do tempo, o fato de que a câmera registra apenas uma dimensão espacial é irrelevante.

Mas é possível também capturar imagens completas de uma cena, desde que seja uma cena estática.
Para isso, a captura de cada imagem deve ser repetida inúmeras vezes, deslocando ligeiramente a câmera para que ela capture uma linha vertical de pixels a cada exposição - é daí que vem o nome da tecnologia, câmera de listras.

Por exemplo, a luz entra e sai da garrafa de refrigerante em cerca de 1 nanossegundo, mas leva cerca de uma hora para coletar todos os dados necessários para fazer o filme.

Explosão de supernova é vista com detalhamento inédito

Site Inovação Tecnológica
Com informações da BBC

Flagrante de supernova

A explosão de uma estrela supernova em uma galáxia a 21 milhões de anos-luz deu a cientistas um raro vislumbre de como a explosão de estrelas pode "alimenta" o universo.

Astrônomos capturaram as imagens da explosão da supernova SN2011fe, na galáxia Cata-vento na constelação de Ursa Maior, apenas 11 horas depois do evento.

Três telescópios terrestres, além do telescópio espacial Swift, foram usados para estudar a explosão.

Produção de matéria
Os resultados da observação mostraram com detalhes nunca vistos como elementos mais pesados - como oxigênio e ferro - foram atirados para fora da bola de fogo em expansão, que resulta da explosão.

Com o tempo, estes elementos vão se transformar nos blocos de construção de novos sistemas solares e, possivelmente, de seus habitantes vivos.

"A compreensão de como estas explosões gigantes criam e misturam materiais é importante, pois é das supernovas que pegamos a maioria dos elementos que formam a Terra e até nossos corpos - por exemplo, estas supernovas são uma grande fonte de ferro", explicou Mark Sullivan, da Universidade de Oxford, que participou da pesquisa.

"Então somos todos feitos de pedaços de estrelas que explodiram", acrescentou.

Supernova tipo 1

A SN2011fe é uma supernova do tipo 1 e a observação da explosão deu aos cientistas informações valiosas sobre como as explosões ocorrem nesta classe de estrelas.

As supernovas do tipo 1 são importantes, pois sempre produzem a mesma quantidade de luz e isto permite que os astrônomos as usem como "faróis cósmicos" para determinar o tamanho e a taxa de expansão do universo.

Mas a forma precisa como estas explosões ocorriam era um mistério.

"O que causa estas explosões dividia profundamente a comunidade astronômica. A SN2011fe é como uma Pedra de Rosetta das supernovas do tipo 1", disse o professor Shri Kulkarni, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, um dos autores da pesquisa sobre a explosão.

Os cientistas conseguiram calcular o momento da explosão com uma diferença de 20 minutos.

Peter Nugent, do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos, localizou o sinal da supernova pela primeira vez em agosto, enquanto analisava dados coletados pelo telescópio no Monte Palomar, Califórnia.

"Nossas primeiras observações confirmaram algumas suposições a respeito das supernovas do tipo 1 (...). Mas este olhar mais aproximado também nos fez descobrir coisas que ninguém tinha sonhado antes", disse.


Bibliografia:
Supernova SN 2011fe from an exploding carbon-oxygen white dwarf star
Peter E. Nugent et al.
Nature
14 December 2011
Vol.: 480, 344-347
DOI: 10.1038/nature10644



14 de dez. de 2011

Chuva de meteoros é registrada em várias partes do mundo

Do G1, em São Paulo


Fenômeno ocorre quando a Terra cruza os destroços do cometa Swift-Tutle.
Norte e Nordeste do Brasil também teriam facilidade para ver os meteoros.


A chuva de meteoros Perseidas foi registrada em vários pontos do mundo ao longo da madrugada desta sexta-feira (13). Quem ficou acordado e contou com a sorte de céu claro e sem nuvens pôde ver o fenômeno.

Perseidas é registrada sobre Stonehenge, na planície de Salisbury, ao sul da Inglaterra. Foto de exposição longa.
(Foto: Doherty Kieran / Reuters)
No Brasil, o Norte e Nordeste teriam mais facilidade de observar o fenômeno, mas demais regiões do país também poderiam ver os meteoros mais brilhantes nas últimas horas de escuridão, antes do amanhecer.

Fenômeno também foi registrado em Grazalema, sul da na Espanha.
(Foto: Jorge Guerrero / AFP Photo)

O astrônomo Cássio Leandro Barbosa, colunista do G1, explica que essa chuva é associada ao cometa Swift-Tutle, que dá uma volta ao redor do Sol a cada 130 anos. Ela ocorre sempre que a Terra cruza a linha de destroços deixada pelo cometa.

Foto de longa exposição em uma estrada montanhosa ao sul de Skopje, capital da Macedônia, registra meteoro riscando o céu ao entrar na atmosfera da Terra. (Foto: Boris Grdanoski /AP Photo)

Quem mora fora do Brasil, no Hemisfério Norte, ganhou uma visão mais privilegiada e pôde chegar a ver até 142 meteoros por hora.




“Partícula de Deus” pode ter sido finalmente encontrada

NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL ONLINE

A partícula mais cobiçada pelos físicos pode ter sido finalmente encontrada
por Anderson Estevan.

Cern/Divulgação
Representação do bóson de Higgs, a "partícula de Deus"

O bóson de Higgs, ou "partícula de Deus", como vem sendo chamada, parece pode ter sido encontrada. Foi o que disseram cientistas do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern) em um seminário que ocorreu nesta terça-feira, em Genebra, na Suíça. Mesmo sem confirmar, eles afirmam ter indícios do que possa vir a ser a partícula tão procurada.

Acredita-se que o bóson de Higgs seja a primeira partícula com massa após o Big Bang e que ela tenha sido responsável pela existência de massa em todas as partículas do universo. Sem ele, não haveria massa nos objetos.

Após experimentos realizados com o Grande Colisor de Hádrons (LHC), dois grupos autônomos de pesquisa que trabalham nesta busca, o Atlas e o CMS, registraram padrões compatíveis com o modelo de Higgs, ou seja, estima-se que a partícula esteja na faixa de massa aproximada de 124-125 Giga elétron-volts (GeV).

Até agora, nenhum dos grupos havia tido acesso ao desempenho do outro e mesmo assim chegaram a resultados próximos. Embora ainda não haja dados suficientes para garantir a descoberta, se a partícula existe, os cientistas já sabem onde ela se encontra. O simples fato de que Atlas e CMS chegaram a um ponto de dados comum em seus estudos já foi suficiente para causar excitação na comunidade de física de partículas.


 



Aurora Boreal

National Geographic

Fenômeno ocorre quando partículas carregadas de fora da atmosfera da Terra colidem com átomos na atmosfera.

Foto do dia: Aurora Boreal

Foto: Michael Melford / National Geographic Image Sales

A aurora boreal inunda de cor de rosa a paisagem do Parque Nacional de Acadia, no Maine, nos Estados Unidos.

A aurora boreal banha o Parque Nacional de Acadia, nos Estados Unidos. A aurora boreal - e a auroral austral no hemisfério Sul – são formadas quando partículas carregadas de fora da atmosfera da Terra colidem com átomos na atmosfera. O resultado é uma espécie de cortina brilhante e colorida pelo céu.




13 de dez. de 2011

Bolsas para cursar o ensino superior em instituições estrangeiras

Jornal da Ciência

Ciência sem Fronteiras lança bolsas para estudo em seis países

Chamadas públicas somando 13 mil vagas para estudantes interessados em cursar o ensino superior em instituições estrangeiras serão lançadas pela presidente Dilma nesta terça-feira.

Estudantes brasileiros interessados em cursar o ensino superior em instituições estrangeiras poderão se candidatar a bolsas por meio das chamadas públicas do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF). Os editais, que selecionarão candidatos ao estudo em seis países, serão lançados nesta terça-feira (13) pela presidente da República, Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.

Também participam da solenidade os ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, e da Educação, Fernando Hadad, os presidentes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva, e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães, e embaixadores brasileiros e dos países participantes dos acordos.

A partir de seleções públicas, coordenadas pelo CNPq e pela Capes, serão selecionados estudantes para instituições de ensino superior dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália, França e Canadá. As oportunidades são em cursos de graduação na modalidade sanduíche e, no caso do Canadá, tecnólogo sanduíche. A previsão é que cada um dos países ofereça, até 2014, 10 mil bolsas de graduação (no caso dos EUA, 18 mil).

Para a seleção que começa em 13 de dezembro, os editais lançados totalizam 12.500 vagas em graduação. O período de inscrições irá de 13 de dezembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012. A previsão é que, a partir de março de 2012, os estudantes selecionados estejam nos países para os quais se candidataram. Durante os seis primeiros meses eles terão a possibilidade de frequentar cursos de idiomas no país de destino.

Primeiros selecionados - Também serão anunciados os 1.500 selecionados no primeiro edital do Programa Ciência sem Fronteiras, que cursarão graduação na modalidade sanduíche em universidades norte-americanas. A chamada pública, coordenada pela Capes, recebeu 7.007 inscrições. Dos selecionados, 841 embarcam em janeiro de 2012, e os demais, em julho de 2012.

Dois outros editais serão lançados com objetivo de trazer estrangeiros ou brasileiros que atuam no exterior. O primeiro, Atração de Jovens Talentos (BJT), é voltado a atrair e estimular a fixação, no Brasil, de jovens pesquisadores residentes no exterior, preferencialmente brasileiros, que tenham destacada produção científica e tecnológica. O segundo, Pesquisador Visitante Especial (PVE), busca fomentar o intercâmbio e a cooperação internacional visando o fortalecimento das pesquisas em temas prioritários por meio de parceria com lideranças internacionais.

Por sua vez, a chamada pública Curso Superior de Tecnologia Sanduíche no Canadá (Tecnólogo Sanduíche), voltada a estudantes de instituições da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, permitirá a realização de estudos e estágio em instituições de ensino do Canadá. A seleção dos alunos (são 500 vagas) será feita pelas instituições.

Decreto - Na cerimônia, a presidenta Dilma Rousseff assinará o decreto que regulamenta o programa. De acordo com o ato, o Ciência sem Fronteiras concederá bolsas de estudos em instituições de excelência no exterior nas modalidades graduação-sanduíche, educação profissional e tecnológica e pós-graduação (doutorado-sanduíche, doutorado pleno e pós-doutorado).

O CsF é uma iniciativa do governo federal que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileiras por meio do intercâmbio de alunos de graduação e pós-graduação e da mobilidade internacional. O projeto prevê a concessão de até 100 mil bolsas de estudo no exterior em quatro anos, das quais 75 mil apoiadas pelo governo e 25 mil pela iniciativa privada.

O programa é fruto de esforço conjunto dos ministérios da Ciência e Tecnologia (MCTI) e da Educação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de fomento - CNPq e Capes - e das secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.

(Ascom do MCTI e Ascom da Capes)



 



Faça um passeio virtual e conheça o Observatório Nacional

Observatório Nacional lança Passeio Virtual

O Observatório Nacional(ON) lançou um Passeio Virtual por suas dependências. A "visita" pode ser feita na página do ON na internet, no endereço http://www.on.br/. Os principais espaços do campus – áreas externas e dependências internas – foram mapeados em fotos de alta resolução.
Basta acessar o site e clicar no ícone

 O objetivo é mostrar ao visitante virtual a riqueza e os detalhes, não somente da arquitetura eclética de seus prédios quase centenários, como também dos seus instrumentos científicos. Mostrar a biblioteca, com seu acervo especializado nas áreas de Astronomia, Geofísica, Tempo e Freqüência e ciências afins, e a natureza do espaço bucólico do Observatório Nacional, patrimônio histórico e cultural do país.

Além de permitir conhecer, resumidamente, a história do Observatório Nacional, as imagens apresentam ainda projetos científicos, tais como a Rede Brasileira de Observatórios e Padrões Geofísicos, que utiliza sismógrafos e gravímetros; o telescópio Heliômetro, instrumento de alta precisão que monitora diariamente as variações da forma e do volume do Sol; o Serviço da Hora, de onde é disseminada a Hora Legal Brasileira, gerada a partir de um conjunto de relógios atômicos, além do seu acervo histórico de equipamentos de determinação de sinais horários.


O Passeio Virtual foi concebido por meio de programas desenvolvidos especificamente para a finalidade de montagens 3D, de forma a ser amigável e de fácil compreensão ao visitante. A iniciativa, inédita nos institutos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, busca estabelecer uma conexão entre a pesquisa científica, produzida pelos pesquisadores do Observatório Nacional, e o público.


Carlos Henrique Veiga
Divisão de Atividades Educacionais


9 de dez. de 2011

Vulcões são 'engolidos' por fenda tectônica no Pacífico

BBC Brasil

Imagens computadorizadas obtidas por ressonância mostram vulcões submarinos caindo em precipícios de quilômetros de profundidade.


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Novas imagens computadorizadas do fundo do mar obtidas através de sonar – através de ressonância – revelaram como vulcões submarinos são "engolidos" pela fenda entre duas placas tectônicas no Oceano Pacífico.

As imagens feitas pela equipe de pesquisadores das universidades de Oxford e Durham, na Grã-Bretanha, revelaram uma fila de vulcões de milhares de metros de altitude sendo engolida pela falha à medida que estes se deslocam em direção ao abismo.

A falha tem quase 11 quilômetros de profundidade e poderia facilmente acomodar em seu interior o Monte Everest.

Os pesquisadores afirmam que entender melhor esse fenômeno – sobretudo no chamado Círculo de Fogo do Pacífico, uma das áreas mais ativas da Terra – pode aperfeiçoar os sistemas de alerta de terremotos subaquáticos e tsunamis.




Fotos da Nasa mostram extremos climáticos vistos do alto

BBC Brasil



Furacão Irene – A imagem do satélite mostra o furacão Irene, em formato de redemoinho, apenas 28 minutos antes de a tormenta atingir Nova York, em agosto de 2011.



Enchente na Austrália – As imagens mostram vastas áreas de Rockhampton embaixo d’água em janeiro de 2011, em um das piores cheias da história do país.


Mississippi – O satélite mostra campos cultivados embaixo d’água ao longo do rio Mississippi, na divisa com o estado americano do Missouri, em um período de cheia.



Deslizamentos em Teresópolis – A Nasa capturou uma série de deslizamentos nas montanhas da região serrana do Rio de Janeiro, vistas nas imagens tom amarelo do início do ano.



Polo Norte – A foto tirada no início de outubro mostra a calota de gelo do Ártico em expansão, diante da aproximação do inverno no hemisfério norte.


 

Queimadas no Texas – As imagens mostram os principais ventos que espalharam as chamas e focos do incêndio que devastou milhares de hectares no Estado americano, em março de 2011.




Queimadas no Xingu – Altas nuvens de fumaça indicam focos de incêndio na Floresta Amazônica ao longo do rio Xingu, no Estado do Mato Grosso.



Tsunami – As imagens da Nasa mostram o antes e o depois da costa japonesa ser atingida por um severo tsunami no início deste ano. Na foto à direita é possível ver áreas alagadas.
 
 
 

Pólos magnéticos da Terra invertem o tempo todo - geologicamente falando

Redação do Site Inovação Tecnológica
A inversão do campo magnético da Terra é um fenômeno contínuo, e que não produziu catástrofes sobre a vida no planeta no passado.[Imagem: Peter Reid]


Aceleração da reversão

Os pólos magnéticos da Terra invertem-se o tempo todo - geologicamente falando.

Se você voltasse no tempo cerca de 800.000 anos, e levasse consigo uma bússola, descobriria que a ponta da agulha apontaria para o que hoje chamamos de sul.

Os geólogos sabem há muito tempo que os pólos magnéticos da Terra se invertem ao longo das eras.

O que eles não sabiam é que a inversão dos pólos é mais a regra do que a exceção, e que ela vem se acelerando.

No tempo dos dinossauros, os registros fósseis indicam que havia uma reversão dos pólos magnéticos a cada 1 milhão de anos. Nos tempos mais recentes, essa reversão tem ocorrido a cada 200.000 a 300.000 anos.

Por outro lado, já se passou mais do que o dobro desse tempo - 780.000 anos - desde a última reversão, sem que se saiba a razão para isso.


Inversão magnética contínua

Um grupo de cientistas da NASA agora descobriu também que o fenômeno da inversão nada tem de suave ou de rápido.

Ela ocorre ao longo de centenas ou milhares de anos.

Durante esse período, os campos magnéticos parecem se misturar, puxar e empurrar uns aos outros, com múltiplos "pólos" emergindo aqui e ali, nas mais diversas latitudes, até que a situação se equilibre novamente.



Diagrama do interior da Terra e o movimento do norte magnético de 1900 a 1996. [Imagem: Dixon Rohr]


O pólo magnético da Terra está-se deslocando continuamente. Ele já se moveu 1.100 quilômetros desde que foi medido com precisão pela primeira vez, no século 19.

Esse deslocamento vem-se acentuando nos últimos anos: os pólos magnéticos estão migrando rumo ao norte geográfico a uma razão de cerca de 65 km por ano, contra cerca de 15 quilômetros por ano no início do século 20.


Sem catástrofes

Os cientistas conhecem o processo analisando a magnetização da lava conforme ela escorre dos vulcões, sobretudo submarinos - conforme a lava se solidifica, ela "grava" a orientação do campo magnético naquele momento.

Felizmente, os registros geológicos não mostram qualquer alteração drástica na vida vegetal ou animal nesses períodos.

Os dados também indicam que a reversão dos pólos magnéticos não guarda qualquer correlação com a atividade glacial.

Isto, segundo os cientistas, é uma prova de que a reversão da polaridade não afeta a inclinação do eixo de rotação da Terra, já que a alteração do eixo tem influências significativas sobre o clima e a glaciação.

Há hipóteses que consideram que a reversão geomagnética deixaria a Terra sem o campo magnético que nos protege das ejeções de massa coronal e das tempestades solares.

Mas os dados indicam que esse campo nunca desapareceu completamente, não gerando nenhuma influência catastrófica sobre a vida do planeta na época de cada inversão.



Radiotelescópios farão estudos inéditos sobre explosões solares

Site Inovação Tecnológica
Com informações da Agência Fapesp


Únicos no mundo, os radiotelescópios funcionarão de forma praticamente autônoma, transmitindo os dados para os cientistas por meio da internet. [Imagem: P.Kaufmann]


Únicos no mundo

Um grupo brasileiro de cientistas liderou a instalação de um sistema de dois radiotelescópios polarimétricos solares na Argentina.

Os instrumentos são os únicos no mundo a operar em frequências entre 20 e 200 gigahertz, preenchendo uma grande lacuna que impedia o estudo de vários aspectos relacionados às explosões solares.

Os radiotelescópios serão operados por um convênio entre o Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (Craam) e do observatório do Complexo Astronômico El Leoncito (Casleo), localizado em San Juan, na Argentina - onde os radioteslescópios foram instalados, alinhados e já começaram a operar.

Os dois instrumentos para ondas milimétricas permitirão a realização de observações, respectivamente, em 45 e em 90 gigahertz.

"São os únicos radiotelescópios do gênero existentes em operação no mundo. Suas medições complementarão espectros de explosões solares observadas em frequências mais elevadas feitas no Casleo - entre 200 e 400 gigahertz - e em frequências mais baixas do que 20 gigahertz, obtidas em instrumentos instalados nos Estados Unidos", disse Pierre Kaufmann, coordenador do Craam.

Clima espacial

A lacuna na faixa de frequências de 20 a 200 gigahertz não apenas tem limitado os estudos sobre determinados parâmetros das explosões solares, como tem trazido grandes complicações para a interpretações dos resultados obtidos nos instrumentos existentes.

"Trata-se de uma faixa muito crítica sobre a qual a comunidade científica não dispõe de informações. Os novos instrumentos deverão trazer informações cruciais para a interpretação das explosões solares", disse.

Os radiotelescópios terão a função de estudar mecanismos de conversão e produção de energia por trás das explosões solares. "Embora atualmente seja possível assistir com riqueza de detalhes às espetaculares ejeções de massa das explosões solares, o fenômeno físico que dá origem a todas essas manifestações é desconhecido", explicou.

Além da relevância científica, o estudo do mecanismo energético das explosões solares, segundo Kaufmann, é importante também por causa de seus subprodutos que têm impacto no planeta Terra, alterando o chamado "clima espacial".

"Embora não tenhamos detalhes sobre a física das explosões solares, é certo que esses fenômenos têm forte impacto no clima terrestre. Essas explosões liberam imensas quantidades de energia, interagindo com o espaço interplanetário e com a Terra", disse.

Radiotelescópios pela internet

Segundo Adriana Válio, também da Universidade Mackenzie, os dois radiotelescópios terão papel complementar em relação aos outros instrumentos do Casleo - com frequências de 200 a 400 gigahertz -, instalados a 60 metros de distância em El Leoncito, e instrumentos nos Estados Unidos, operados em frequências abaixo dos 20 gigahertz.

O conjunto das medições oferecerá um quadro completo da atividade solar, do nível de micro-ondas até o submilimétrico.

"Os dois novos radiotelescópios observam todo o disco solar com elevada resolução temporal de 10 milissegundos, proporcionando grandes quantidades de dados em função do tempo. Quando terminarem todas as calibrações, os instrumentos irão operar praticamente de forma remota, observando o Sol diariamente e disponibilizando os dados na internet", explicou.

Energia polarizada

"Outro fator que torna esses instrumentos exclusivos, além das frequências em que operam, é a capacidade de medir polarização. A emissão de energia do Sol é térmica e não polarizada. Mas uma explosão envolve elétrons acelerados a altas energias que espiralam em torno de linhas magnéticas com uma direção preferencial - o que faz com que sua emissão acabe sendo polarizada", disse Válio.

Com a polarização, segundo ela, é possível distinguir as explosões solares - mesmo as que são muito pequenas - de efeitos atmosféricos. "Vamos poder investigar fenômenos que nos darão informações sobre como os elétrons são injetados no campo magnético da explosão", disse.

Os radiotelescópios custaram R$395 mil, e a instalação teve orçamento de R$45 mil. Embora o custo não seja alto para instrumentos desse tipo, eles não haviam sido construídos ainda porque a fabricação de seus receptores exigia um grande esforço de desenvolvimento tecnológico.




Nasa acha o planeta mais similar à Terra

Folha de São Paulo
Kepler-22b orbita estrela do tipo G, o mesmo do Sol, e fica em região onde pode existir água em estado líquido.

A composição química e a massa do novo planeta, que fica a 600 anos-luz de distância, ainda não foram estabelecidas.

GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

A Nasa acaba de confirmar a existência do que provavelmente é o planeta mais parecido com a Terra já descoberto. Batizado de Kepler-22b, ele fica na chamada zona habitável -onde pode haver água líquida- de uma estrela do mesmo tipo do Sol.

A descoberta é do Telescópio Espacial Kepler, projetado justamente para "caçar planetas" parecidos com a Terra e, quem sabe, com potencial de abrigar vida.

O Kepler-22b, por enquanto, preenche o primeiro requisito: a possibilidade de ter água. Ele orbita uma região "aconchegante" de uma estrela do tipo G, como o Sol, embora um pouco mais fria.

Essa posição -mais ou menos no meio da zona habitável da estrela- é bastante parecida com a que a Terra ocupa no Sistema Solar (veja infográfico acima).

"As características desse novo planeta fazem dele uma grande descoberta. Uma das maiores do Kepler até agora", disse Carolina Chavero, pesquisadora de astronomia e astrofísica no Observatório Nacional, no Rio de Janeiro.

PARECE, MAS NÃO É

O novo planeta fica a 600 anos-luz de distância da Terra e tem um raio 2,4 vezes maior que o terrestre.

O tempo que ele leva para completar uma volta em torno de sua estrela, porém, não é tão diferente: 290 dias, contra os 365 da Terra.

"O tempo da órbita é uma informação bem importante, porque ajuda a estimar as condições do planeta. Se um a órbita é muito curta, isso significa que ele está muito próximo à estrela, o que o torna muito mais quente", explica Carolina Chavero.

Para localizar o planeta, o Kepler usa o chamado método de trânsito. Ele observa a estrela a partir de um ponto. Se houver um planeta orbitando esse astro, quando ele passar em frente ao ponto de "visão" do telescópio, haverá um mudança (muito sutil) no brilho da estrela.

A partir da duração dessa "piscada" da estrela, e também pela intensidade do brilho, é possível estimar dados como o tamanho e a órbita do novo planeta.

Para saber com mais precisão detalhes como a massa do planeta -o que ajudaria a decifrar se ele é rochoso como a Terra ou gasoso-, os pesquisadores usam também outros métodos. No caso do Kepler-22b, essas outras informações ainda são desconhecidas dos cientistas.

Lançado em 2009, o Kepler inaugurou uma nova era na busca por planetas.

O telescópio de US$ 600 milhões encontrou 2.326 candidatos a planeta após analisar 16 meses de observação. Os últimos foram 1.094 anunciados ontem, no segundo grande "lote" de descobertas.

Até agora, o telescópio já encontrou 207 candidatos a planeta com tamanho mais ou menos como o da Terra.

Para serem confirmados, porém, eles precisam de observações suplementares.

Muitos especialistas estimam que cerca de 80% dos candidatos localizados pelo Kepler serão confirmados. Até agora, porém, foram somente pouco mais de 20.

"Estamos em uma era em que a astronomia produz um volume de dados enorme. Boa parte do que telescópios como o Kepler produzem ainda não pode ser analisada como deveria. Quem sabe o planeta gêmeo da Terra já foi observado e nós nem nos demos conta?", disse Chavero.