18 de mar. de 2014

Astrônomos descobrem primeira prova direta da expansão do Big Bang




Alguém vai ganhar um prêmio Nobel! Ao menos é o que a comunidade de físicos diz após um anúncio feito nesta segunda-feira de que uma equipe de pesquisadores de Harvard, nos EUA, encontrou a primeira evidência direta de inflação cósmica após o Big Bang. É mais uma prova de que o Big Bang foi realmente o início de tudo.

A descoberta em si é um pouco complicada de se entender – e deveria ser, considerando que ajuda a explicar o começo da existência. Astrônomos descobriram especificamente uma torção de luz chamada polarização modo-B primordial. Isso se refere ao efeito turbilhão que as enormes ondas gravitacionais tinham nos fótons que escaparam do Big Bang e serve de prova de que essas ondas gravitacionais de fato existem. Até onde chega o entendimento das origens do universo, isso é algo enorme. Alguns dizem que esta descoberta tem o mesmo impacto do bóson de Higgs, de 2012.

Einstein, sendo Einstein, previu tudo isso em 1916. Sua teoria geral da relatividade levantou a hipótese de que essas ondas gravitacionais existem como ondulações no tecido de espaço-tempo, e os cientistas desde então vêm tentando provar a sua existência. Se as ondas gravitacionais existem, isso significa que a rápida expansão do universo nos momentos pós-Big Bang de fato aconteceu. O efeito é mais ou menos como ondas que se formam na superfície quando você solta uma pedra grande em um lago. No entanto, você também precisa imaginar que o Big Bang formou o lago em si.

Independentemente de como você consegue imaginar isso, é algo bem grande. “Se for confirmado, então será a descoberta mais importante desde, eu acho, que a expansão do universo está acelerando”, explica o astrônomo de Harvard Avi Loeb, que não estava envolvido na pesquisa. Loeb continuou: “vale um Nobel.”




Claro, tudo precisa ser confirmado. Os cientistas de Harvard não revelam descobertas de forma imprudente, entretanto. Eles também usaram um dos telescópios mais avançados do mundo, o BICEP2, na Antártida, para coletar os dados. “São pessoas extremamente cuidadosas e conservadoras”, Marc Kamionowski, um teórico de Johns Hopkins que foi uma das poucas pessoas a ver os dados antes deles serem revelados ao público, explicou à Time. “Eles têm essas evidências há três anos, procuraram explicações alternativas para o que estavam vendo, e sistematicamente descartaram uma por uma.”

E não se esqueça: Einstein comentou isso há um século. E se sabemos algo sobre Einstein, é que ele era um cara muito inteligente.

Esta nova descoberta também é uma boa oportunidade de revisitar as origens da ideia origal da inflação na era pós-Big Bang de Alan Guth. Eis uma página do seu caderno de anotações de quando ele fez a descoberta. [New York Times]


Por: Adam Clark Estes
17 de março de 2014
Matéria Original [Gizmodo]

Nenhum comentário:

Postar um comentário