iG - 22/06/2011
Estudo que tem participação de brasileiros revelou que aglomerado de galáxias Pandora é resultado da colisão de quatro aglomerados.
Pandora: as galáxias, parte mais brilhante, correspondem a menos que 5% da massa do aglomerado. O restante é gás (20%) e matéria escura (75%) |
A análise de dados de telescópio do aglomerado de galáxias Abell 2744 revelou um fenômeno “estranhíssimo”, conforme relatou o Renato Dupke, pesquisador do Observatório Nacional. Ele participou do estudo internacional que reconstruiu a história de uma colisão cósmica que ocorreu durante um período de 350 milhões de anos.
O aglomerado fora do comum sofreu a colisão de quatro grandes aglomerados de galáxias, resultando em efeitos que nunca haviam sido observados antes. Colisões de aglomerados de galáxias já haviam sido observadas antes, mas apenas entre dois aglomerados. Os astrônomos acreditam que o estudo dos fenômenos incomuns resulta pode ajudar a revelar novidades sobre o espaço.
Um aglomerado é formado por galáxias, gás e matéria escura. “Em alguns pedaços do aglomerado Pandora tem só matéria escura, em outros não tem”, disse Dupke. A distribuição estranha do aglomerado pode revelar, no futuro, novas informações sobre como a matéria escura se comporta e como os vários ingredientes do Universo interagem entre si. Tanto que a Abell 2744 recebeu nome de Pandora, a deusa grega que revela os males da humanidade.
Para compreender o que estava a acontecer durante a colisão a equipe precisou mapear as posições dos três tipos de matéria no aglomerado. As galáxias, embora brilhantes, correspondem na realidade a menos que 5% da massa do aglomerado. O resto é gás (cerca de 20%) e matéria escura (cerca de 75%), que é completamente invisível.
O aglomerado de Pandora pode ser estudado com mais detalhe do que nunca graças a combinação de dados de telescópios como o Very Large Telescope do Observatório Europeu do SUL (ESO), o telescópio japonês Subaru, o Hubble e o Observatório de Raios X Chandra, da NASA.
Os aglomerados de galáxias são as maiores estruturas no cosmos, contendo bilhões de estrelas. O modo como se formam e se desenvolvem através de colisões repetidas tem profundas implicações no conhecimento do Universo.
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