Missão custou menos do que muitos filmes de Hollywood e fez da agência espacial indiana a quarta a conseguir o feito
Houve muita comemoração no centro de comando da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO, na sigla em inglês) em Bangalore, na Índia. Os cientistas receberam a confirmação de que o satélite chamado de Mars Orbiter conseguiu entrar na órbita de Marte. É a segunda sonda a chegar ao planeta vermelho em menos de uma semana, pouco depois de a MAVEN da NASA ter entrado na órbita marciana no domingo. Com o sucesso da missão, o programa espacial do país asiático se tornou o quarto da história a realizar o feito, se equiparando aos Estados Unidos, União Europeia e Rússia.
A conquista da Mars Orbiter Mission (MOM) é ainda mais digna de nota se levarmos em conta o orçamento apertado com o qual foi desenvolvida – cerca de 75 milhões de dólares, um custo baixíssimo para uma missão interplanetária. O filme Avatar, por exemplo, custou mais de 200 milhões de dólares, e a NASA investiu quase dez vezes mais na MAVEN, que consumiu 671 milhões de dólares. A ISRO também foi a única agência a conseguir chegar a Marte logo na primeira tentativa.
"Eles são agora uma força de capacidade que pode ser levada muito a sério”, disse a ABC News Roger Franzen, especialista em espaço da Universidade Nacional da Austrália. Ele não descarta a possibilidade de, em um futuro breve, a NASA e a agência espacial europeia (ESA) estabelecerem parcerias com a ISRO em missões colaborativas. “Toda a Índia deve celebrar os nossos cientistas – escolas e faculdades devem aplaudir isso”, disse o primeiro-ministro do país Narendra Modi.
Lançada em 5 de novembro do ano passado, a MOM se juntou a outras quatro sondas que atualmente orbitam Marte: MAVEN (EUA), Mars Odissey (EUA), Mars Reconaissance Orbiter (EUA) e Mars Express (União Europeia). Ao longo dos próximos seis meses, ela deve coletar informações sobre a atmosfera e o clima de Marte por meio de cinco equipamentos movidos à energia solar, ampliando ainda mais nossos conhecimentos sobre o planeta vermelho e outros aspectos do espaço. O principal objetivo é entender melhor o clima marciano, bem como descobrir o que aconteceu com a água que se acredita ter havido ali em tempos passados e também procurar por traços de metano na atmosfera, que pode indicar a presença de atividade biológica ou geológica. A órbita do satélite tem um período médio de três dias para dar uma volta completa no planeta.
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