Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/05/2012
O maior vulcão do Sistema Solar, o Monte Olimpo marciano, com sua altitude codificada em cores, do branco (mais alto) até o azul (mais baixo).[Imagem: ESA/DLR/FU Berlin/G. Neukum]
Vulcões de Marte
A análise de dados da sonda Mars Express, da ESA, adquiridos ao longo de cinco anos, resultou na revelação de alguns mistérios escondidos por baixo dos maiores vulcões de Marte e dessa parte da galáxia.
O estudo inclui o Monte Olimpo, o vulcão mais alto do Sistema Solar, com 21 quilômetros de altitude.
O vulcão mais alto da Terra é o Ojos del Salado, entre o Chile e a Argentina, com 6,8 km. O Monte Everest, que não é um vulcão, mas é a montanha mais alta da Terra, mede 8,8 km.
Ao lado do Monte Olimpio segue-se uma fila com os três vulcões menores da região conhecida como Tharsis, a mesma onde os cientistas acreditam que crateras possam abrigar vida microbiana.
As últimas atividades vulcânicas da região devem ter ocorrido entre 100 e 250 milhões de anos atrás, o que é bastante recente numa escala de tempo geológico.
Vulcão influencia órbita da sonda espacial
A grande massa dos vulcões marcianos causou pequenas oscilações na trajetória da Mars Express quando esta sobrevoou a região, a cerca de 300 km de altitude.
Estas oscilações foram medidas através de radiolocalização e traduzidas em medidas de variação da densidade abaixo da superfície de Marte.
Geralmente, a alta densidade dos vulcões corresponde a uma composição basáltica que está de acordo com os muitos meteoritos "marcianos" que caíram na Terra.
Os dados mostram que a lava se adensou ao longo do tempo, e que a espessura das camadas rígidas exteriores do planeta varia ao longo da região.
A grande massa dos vulcões de Marte afetaram a órbita da sonda Mars Express em uma magnitude que pôde ser monitorada pelo seu altímetro. [Imagem: NASA]
Ela começou como uma lava andesítica leve, que pode formar-se na presença de água, e foi mais tarde revestida com lava basáltica, mais pesada, a que se vê hoje na superfície de Marte.
"Combinando estes dados com a variação de alturas dos vulcões, podemos dizer que o Monte Arsia é o mais antigo, seguido do Monte Pavonis e por fim o Monte Ascraeus," disse Mikael Beuthe, do Observatório Real da Bélgica e o primeiro autor do estudo.
Contrário da Terra
A variação da composição da lava pode ser resultado de alterações no aquecimento subterrâneo, sob a forma de uma única pluma mantélica - uma ascensão de rocha anormalmente quente das profundezas do manto viscoso.
Essa ocorrência pode ter se deslocado lateralmente ao longo de milhões de anos, formando cada um dos três montes de Tharsis.
Este processo é exatamente oposto ao da Terra, onde as placas da crosta se movem em cima de uma pluma estacionária para formar cadeias de vulcões.
Os dados também descrevem a espessura da litosfera - a camada mais externa do planeta, incluindo a região superior do manto - e permitiram encontrar variações surpreendentes entre o Monte Olimpo e os montes de Tharsis, com os três vulcões menores revelando "raízes" com densidades muito mais elevadas do que o Monte Olimpo.
Estas raízes podem ser bolsas de lava densa solidificada ou uma antiga rede de câmaras magmáticas subterrâneas.
"Estes resultados mostram que os dados sobre o interior de Marte são a chave para compreender a evolução do planeta vermelho", diz Olivier Witasse, cientista do projeto Mars Express. "Uma opção para futuras missões a Marte seria criar uma rede de pequenas sondas que medissem simultaneamente a atividade sísmica de forma a explorar o interior do planeta."
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