A NASA lançou o primeiro voo teste de uma nave que, no futuro, poderá ajudar humanos a chegar a Marte.
O lançamento da cápsula não-tripulada foi adiado por problemas técnicos e meteorológicos. Na contagem regressiva, a missão foi interrompida por causa de ventos fortes e de problemas nas válvulas de combustível dos propulsores do foguete Delta, ao qual estava acoplada.
O voo decolou nesta sexta-feira (5) da base de Cabo Canaveral, no Estado americano da Flórida, com o objetivo de testar algumas das tecnologias da nave durante uma viagem curta.
Cápsula e foguete
A cápsula é uma versão não-tripulada da Orion, que está sendo desenvolvida junto com um novo foguete que só deverá fazer seu primeiro voo em 2017 ou 2018. Junto, eles teriam capacidade de levar seres humanos para a Estação Espacial Internacional e até para Marte.
Para o voo de teste, está sendo usado o foguete Delta IV-Heavy, atualmente o mais poderoso foguete de lançamento do mundo. O Delta vai enviar a Orion em duas voltas em torno da Terra, arremessando a cápsula a uma altitude de quase 6 mil quilômetros.
Depois, a Orion cairá novamente na Terra com uma velocidade de reentrada de cerca de 30 mil quilômetros por hora, próximo da velocidade esperada de uma cápsula retornando de uma viagem à Lua.
A cápsula tem formato cônico, lembrando as naves Apollo, que levaram o homem à Lua nas décadas de 1960 e 1970.
Os testes deverão dar aos engenheiros da NASA a oportunidade de checar o desempenho do escudo de calor da Orion, que deve enfrentar uma temperatura de 2 mil graus.
Os engenheiros também vão observar os testes dos paraquedas da cápsula, que devem desacelerar a queda nas águas do Oceano Pacífico. A Orion deve cair na costa da península da Baja Califórnia, México.
Radiação
O projeto é da NASA, mas o desenvolvimento da cápsula foi feito pela gigante americana do setor aeroespacial Lockheed Martin.
A agência espacial americana vai aproveitar o lançamento para verificar se o projeto da Lockheed Martin atendeu às especificações.
Uma delas envolve a proteção contra a radiação, considerada uma grande ameaça nesse tipo de missão.
Pequeno passo, grande programa
A Orion é um pequeno passo em um programa maior de desenvolvimento, que reflete a nova realidade da NASA.
Sem conseguir os recursos financeiros da era das missões Apollo, a NASA recorre a parcerias para viabilizar suas missões.
Mesmo se hoje a NASA já tivesse a cápsula Orion funcionando totalmente com seu foguete, a agência não conseguiria enviar uma missão para outro planeta, pois a tecnologia para fazer esse tipo de operação ainda não foi totalmente desenvolvida.
Historiadores espaciais, como John Logsdon, lançam dúvidas sobre se as missões atuais são sustentáveis.
"O primeiro lançamento com uma tripulação a bordo é em 2020/21, e então nada está totalmente definido depois, apesar de, é claro, a NASA ter planos. Mas isto é muito lento para manter a prática das equipes de lançamento, manter todos envolvidos. E isto ocorre pela falta de dinheiro, não pelas barreiras técnicas", disse.
"Uma solução é buscar parceiros internacionais. A Europa, por exemplo, fará a parte traseira de todas as cápsulas Orion no futuro", assegurou Dan Collins, da United Launch Alliance, empresa responsável pelo foguete Delta.
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