De acordo com um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (WMO), este ano provavelmente será o mais quente já registrado no planeta, com temperaturas globais 0,57 grau Celsius mais altas que a média de 1961 a 1990.
Isso tornaria 2014 o 38º ano consecutivo com uma temperatura global anormalmente elevada.
A estimativa vem do compêndio da WMO sobre “Estado do Clima Global”. O relatório deste ano foi divulgado durante a reunião sobre o clima em Lima, no Peru, onde diplomatas estão negociando um novo acordo climático que deverá ser assinado no ano que vem, em Paris.
O relatório usa dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, da NASA e do Escritório de Meteorologia do Reino Unido. Para posicionar as descobertas em um contexto histórico, cientistas normalmente comparam temperaturas medidas com valores “normais” obtidos em uma média de 30 anos, geralmente de 1961 a 1990.
Os oceanos conduziram o aumento de temperatura em 2014 – o Pacífico, o Atlântico Norte polar e subtropical, o Oceano Índico e partes do Atlântico Sul tiveram as maiores temperaturas já registradas. Temperaturas marítimas globais ficaram 0,45ºC acima dá média normal de 1961-1990.
Em terra, as temperaturas ficaram 0,86ºC acima do normal.
Um ano de extremos
Pesquisadores não sabem o que está acontecendo com os oceanos este ano. Em geral, oceanos absorvem a maior parte do calor do aquecimento global, mas cientistas não têm uma boa compreensão do fenômeno. Pesquisadores estão começando a estudar esse parâmetro nos oceanos profundos, e dados de 2014 estão disponíveis para uma profundidade de dois mil metros. Cientistas descobriram que o conteúdo de calor oceânico em 2014 foi semelhante ao de 2013, que estabeleceu um recorde de calor desde que as medidas começaram em 1955.
Conforme os oceanos absorvem calor, as moléculas de água se expandem e o nível do mar sobe. No início de 2014, níveis marítimos chegaram a uma altura recorde. A elevação média do nível do mar nas últimas duas décadas foi de 3,2 milímetros por ano.
Em 2014, o Ártico viu a sexta menor camada de gelo em setembro, cobrindo 1,24 milhão de quilômetros quadrados a menos que o normal de 1981 a 2010.
Enquanto isso, a Antártica estabeleceu um nível recorde de cobertura de gelo, com 560 mil quilômetros quadrados a mais que o recorde anterior, estabelecido em 2013. Cientistas estão estudando a Antártica para entender por que a extensão de seu gelo marítimo vem crescendo desde 1979.
Ondas de calor foram registradas na África do Sul e na Tunísia. Temperaturas altas foram registradas em regiões árticas da Rússia, particularmente na primavera boreal.
“Em abril, a quebra de gelo começou duas semanas mais cedo que o normal no Rio Ob, na Sibéria, a primeira vez que isso ocorreu nos últimos 100 anos”, afirma o relatório.
Temperaturas acima da média foram registradas em partes da América do Sul, da Ásia, da Europa e da Austrália. De fato, os Estados Unidos foram o único lugar fresco em um mundo sufocante.
Secas foram registradas em partes da África do Sul, China e Brasil. Já nos Estados Unidos, Califórnia, Nevada e Texas passaram por uma seca excepcional, recebendo apenas 40% da chuva normalmente esperada.
A Índia recebeu 12% menos chuva que a média durante sua temporada de monções. Déficits de chuva também foram registrados na Nova Zelândia e na Europa Ocidental.
Inundações aumentam, tempestades tropicais diminuem
Inundações afetaram partes da África do Sul em março e tiveram impacto sobre mais de quatro mil famílias. No Quênia, inundações repentinas devidas à chuva mataram 10 pessoas em fevereiro. Inundações foram registradas no norte do Paquistão e da Índia em setembro, matando 250 pessoas e desalojando 100 mil.
Chuvas extremamente pesadas foram registradas em partes da Rússia, Japão, Estados Unidos, Argentina, Sérvia e França.
Cerca de 72 tempestades tropicais já ocorreram em 2014 até o momento, um número menor que a média de 1981-2010.
Níveis de CO2 na atmosfera subiram para 396 partes por milhão em 2013, o último ano com dados disponíveis. Esse número é 142% maior que os níveis atmosféricos de gás carbônico no início da Revolução Industrial no século 19.
Cerca de 45% do CO2 emitido por humanos desde 2003 foi para a atmosfera; o resto foi absorvido pelos oceanos e pela terra.
Os oceanos conduziram o aumento de temperatura em 2014 – o Pacífico, o Atlântico Norte polar e subtropical, o Oceano Índico e partes do Atlântico Sul tiveram as maiores temperaturas já registradas.
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