16 de jul. de 2010

O tempo está acabando para a SETI?

Blog do Carlos Orsi - 15/07/2010

Ao contrário do que muita gente pensa, os programas de busca por inteligência extraterrestre (SETI) que se valem de radiotelescópios não estão tentando “bisbilhotar” as transmissões ordinárias de rádio, TV ou radar de outras civilizações.

A razão é bem simples: esses sinais, se existirem, chegariam até nós muito atenuados e, ainda por cima, acabariam misturados à interferência gerada pelosnossos sinais de rádio, TV e radar. O que a SETI normal busca é um “farol” — uma fonte de rádio extremamente poderosa, montada por uma civilização avançada com o objetivo explícito de estabelecer comunicação interplanetária.

O problema da busca por faróis é, evidentemente, o fato de que a própria existência desse tipo de mecanismo é ainda mais duvidosa que a existência de civilizações extraterrestres. O simples investimento em energia para manter um sinal desses ligado de forma contínua é assustador, ao menos para os nossos padrões.

Mas tudo isso pode mudar. Os planos de criação do SKA — um conjunto de milhares antenas de radiotelescópio com uma área combinada de 1 quilômetro quadrado, a ser construído na Austrália ou na África do Sul — finalmente põem a possibilidade de encontrar telenovelas alienígenas vagando pelo espaço ou, se não a programação regular, ao menos sinais com força comparável ao dos atuais radares militares terrestres.

O problema, de acordo com artigo a ser publicado no International Journal of Astrobiology, é que o SKA pode estar chegando tarde demais. Motivo: se o desenvolvimento das telecomunicações na Terra servir de modelo para o que ocorre no resto da galáxia (mesmo não servindo, é o único modelo que temos), civilizações têm um período furioso, mas curto, de emissão de rádio.

Depois, vem o silêncio — ou, ao menos, uma redução brutal no vazamento de sinais de rádio para o espaço, trazido pela adoção de tecnologias mais eficientes, como a transmissão digital.

Os autores do artigo estimam que uma civilização deve se manter “bisbilhotável” por cerca de 100 anos, e calculam que um equipamento como o SKA seria capaz de captar vazamentos de rádio gerados a até 100 parsecs, ou 326 anos-luz. Mais algumas contas e simulações e a probabilidade encontrada de duas civilizações se acharem por meio de vazamento de rádio fica em 0,00005%. Isso é menos que a chance de a civilização ser destruída por um impacto de asteroide.

Um comentário:

  1. Eu Francisco Ferreira Pires sou presidente do Clube de Astronomia de Baturité e quero dizer quer o observatório Nacional está de Parabens de proporcionar o conhecimento pois é no conhecimento na exploração Cietifica e Ana´lítica que se fundamenta a educação e a cultura de um povo.
    Gostaria que nosso blogs fosse adicionado pelo o do observat´rio Nacional www.clubeastronomiabaturite.blogspot.com

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