9 de jul. de 2010

Pesquisadores do ON acompanham eclipse na Ilha de Páscoa

MCT - 08/07/2010


Astrônomos de vários países estão atentos a um raro fenômeno que ocorre no próximo domingo (11). Será um eclipse solar sobre o Oceano Pacífico e que só poderá ser observado de um ponto em terra firme: a Ilha de Páscoa, a 3600 quilômetros da costa chilena. Por isso, astrônomos de todo o planeta que observam e pesquisam o Sol já se deslocam para a região. Quatro pesquisadores e um técnico do Observatório Nacional (ON/MCT) chegam hoje (8) à Ilha de Páscoa, só retornando ao Brasil na terça-feira (13).
Como os eclipses normalmente são observados de vários pontos da Terra, às vezes distantes e mesmo com horas distintas, esta será uma oportunidade única de os mais renomados cientistas da área poderem comparar métodos e resultados de seus trabalhos.

Para o Grupo de Instrumentação e Referência em Astronomia Solar (Girasol), do Observatório Nacional (ON/MCT), esta será a ocasião perfeita para testar o novo heliômetro que é inovador e foi desenvolvido dentro da própria instituição, com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT). Desde que passou a ser usado, em 2009, ele já produziu mais de 72 mil imagens de alta precisão do diâmetro solar, a fotosfera.

Existem outros grupos de pesquisa, inclusive no Brasil, que observam o Sol a partir de outros focos, como observações em radiofrequências que o astro emite. Contudo, a fotosfera é a principal responsável por quase todas – cerca de 100% – as informações que coletamos do astro. É lá, por exemplo, que ocorrem as variações locais de brilho conhecidas como manchas solares.

Mudanças climáticas

“O projeto tem um lado bastante prático, no que diz respeito ao estudo do clima espacial, ou seja, do sistema Sol-Terra. Implicações do clima espacial são verificadas nas telecomunicações, na transmissão de energia, na vazão de rios e até, como fator chave, em mudanças climáticas em grande escala”, explica Victor D’Ávila, integrante do Girasol.

O Sol é hoje uma área de estudo tão grande quanto todas as demais áreas da astronomia juntas, e a quantidade de pesquisas desenvolvidas sobre o assunto não para de crescer. O ON tem uma das séries históricas mais antigas do mundo de observação do Sol, desde 1977.

Quando a série começou, boa parte da comunidade científica ainda duvidava da variação do diâmetro do astro. Já em 2002, um quarto de século depois, a instituição foi convidada para ser co-fundadora da Rede Internacional de Monitoramento do Diâmetro Solar, formada por pesquisadores da França, Espanha, Turquia e da Argélia. Uma curiosidade é que as observações do Sol são as únicas ainda feitas no campus do ON, em São Cristóvão, zona norte do Rio de Janeiro.

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