Jornal da Ciência
Institutos de pesquisa e universidades ofereceram experiências no LNCC, em Petrópolis, segunda cidade fluminense com maior número de atividades na 8ª SNCT.
Nem a forte chuva que caiu sobre o estado do Rio de Janeiro nos últimos dias desanimou as centenas de pessoas que visitaram a Tenda da Ciência, montada no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis, como parte das atividades da 8ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), cujo tema este ano é “Mudanças climáticas, desastres naturais e prevenção de riscos”. A cidade serrana fluminense foi a segunda do estado com mais atividades no evento: 306. Perdeu apenas para a capital, que realizou por volta de 370.
“Petrópolis já é conhecida como um APL (arranjo produtivo local) de tecnologia no estado do Rio, e essa grande quantidade de atividades demonstra a força que ela tem nesse segmento. Nosso objetivo é possibilitar o contato das crianças com o que está acontecendo de mais moderno na área de ciência e tecnologia”, afirma Robson Cardinelli, secretário de Ciência e Tecnologia de Petrópolis. Cardinelli destacou o investimento da cidade em laboratórios do Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo) nas escolas públicas municipais e a compra de 15 mil netbooks para os estudantes. “Em 2012, todas as escolas municipais terão um netbook por aluno. Petrópolis está investindo na base para se transformar em uma tecnópolis”, ressalta.
Algumas das principais instituições científicas do País, com sede no Rio de Janeiro, marcaram presença na cidade, como o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), que levou para seu estande o Mural Eletrônico Braille, desenvolvido pela área de Gestão da Produção do INT e voltado para a inclusão social de deficientes visuais e auditivos. O aparelho integra o projeto Escola Inclusiva, que desenvolve tecnologias de acessibilidade na rede pública de ensino do município de Niterói. Além disso, no mesmo estande, fez sucesso entre os estudantes o Quiz Tecnológico, um jogo interativo de perguntas e respostas com três níveis de dificuldade, contendo informações históricas e atuais sobre Ciência, Tecnologia e Inovação, com foco na atuação do Instituto.
O Observatório Nacional(ON) apostou em uma abordagem lúdica de algumas experiências, levando jogos tradicionais e eletrônicos, quebra-cabeças e até ciência em literatura de cordel. "Da energia escura à luz que vem da sacada", livrinho de 16 páginas, explica a origem do Universo usando recursos dessa linguagem popular.
No estande ao lado, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas CBPF) brincou com a ilusão de ótica criada por espelhos e exibiu uma cadeira de pregos, alinhados no mesmo nível, que despertou a curiosidade das crianças. “Elas não acreditam que não machuca, mas o truque é que o peso fica distribuído”, revela Grasiele Santos, monitora do espaço.
Maior foto do mundo - O Instituto de Matemática Pura e Aplicada Impa)levou uma imagem que entrou em 2010 para o Guiness,o livro dos recordes, como a maior foto do mundo. Trata-se de uma panorâmica tirada de um tripé automatizado localizado no alto do Pão de Açúcar e que, à primeira vista, não parece tão grande. Mas a imagem guarda detalhes que permitem uma resolução extraordinária. “Ela tem 152.4 Gigapixels e é o resultado da união de 12.238 fotos de uma câmera de 12 Megapixels”, detalha Sérgio Vaz, designer do Impa. O processo de captação durou quase cinco horas e o objetivo da experiência era manipular uma quantidade massiva de dados. O tamanho do arquivo da imagem, chamada de “Gigapan”, é de 538 Gigabytes, “que encheriam quase mil CDs”, como ressalta Vaz.
Dando destaque para o Ano Internacional da Química, o Centro de Tecnologia Mineral propôs a observação de diamantes e gemas preciosas e semipreciosas, além de uma exposição sobre as aplicações de diversos minerais, que vão de cosméticos a latas de sardinha. E o LNCC, anfitrião da Tenda, apresentou uma sala de realidade virtual (onde se podia fazer um passeio por uma plataforma de petróleo) e um software que ajuda no treinamento de médicos para a reanimação de pacientes.
Também estiveram presentes em Petrópolis o Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), coordenador da SNCT no Rio de Janeiro; a Universidade Estácio de Sá (criadora de uma sala sensorial); e a Faculdade de Medicina de Petrópolis (que chamou a atenção dos estudantes ao levar órgãos humanos dissecados), entre outras instituições. A previsão dos organizadores é de que cerca de 20 mil pessoas passassem pela Tenda da Ciência durante semana.
(Clarissa Vasconcellos - Jornal da Ciência)
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