27 de jan. de 2011

Galáxia de 13 bilhões de anos

Agência FAPESP - 27/1/2011

Com a ajuda do Hubble, astrônomos identificam possível galáxia que se formou quando o Universo tinha apenas 4% da idade atual. (divulgação)

Um grupo de astrônomos identificou, com a ajuda do Hubble, uma possível galáxia que, se for confirmada, é a mais antiga de que se tem notícia. A descoberta está em artigo publicado nesta quinta-feira (27/1) na revista Nature.
A galáxia está a cerca de 13,2 bilhões de anos-luz da Terra, o que implica que foi formada em um momento em que o Universo tinha apenas 480 milhões de anos, ou 4% de sua idade atual.
Mesmo em fim de carreira – com o seu sucessor, o James Webb previsto para entrar em operação em 2015 –, o Hubble, que entrou em operação em 1980, continua fornecendo contribuições extremamente valiosas para o estudo do espaço.A instalação em 2009 de novos equipamentos no telescópio espacial deu nova vida ao equipamento. A nova descoberta foi possível graças a um desses novos dispositivos, a Câmera de Campo Amplo 3 (WFC3).
“Estamos chegando cada vez mais próximo das primeiras galáxias, que estimamos tenham sido formadas entre 200 milhões e 300 milhões de anos após o Big Bang”, disse Garth Illingworth, professor de astronomia e astrofísica na Universidade da Califórnia em Santa Cruz, um dos líderes do estudo.
Os cientistas conseguiram analisar uma faixa de tempo entre 480 milhões e 650 milhões de anos após a grande explosão que deu origem ao Universo. Segundo a pesquisa, a taxa de nascimento de estrelas aumentou dez vezes no período.
“Foi um aumento impressionante em um período curto, de apenas 1% da idade atual do Universo”, disse Illingworth.
Outra novidade está na relação do número de galáxias identificado. “Em estudo anterior, de quando o Universo tinha 650 milhões de anos, observamos 47 galáxias. Desta vez, ao observamos 170 milhões de anos antes, encontramos apenas um único candidato de galáxia. O Universo estava mudando muito rapidamente”, disse.
A idade de um objeto astronômico é calculada por meio de seu desvio para o vermelho (redshift), medida do quanto a expansão do espaço “esticou” a luz do objeto para frequências de ondas mais elevadas. A galáxia identificada tem um redshift de 10,3, o que corresponde a um objeto cuja luz foi emitida há 13,2 bilhões de anos.

A confirmação poderá ser feita com o James Webb, capaz de identificar redshift acima de 10.

O artigo A candidate redshift z~10 galaxy and rapid changes in that population at an age of 500Myr (doi:10.1038/nature09717), de R. J. Bouwens e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.





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