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Com informações da BBC - 23/12/2010
O artigo científico infantil foi ilustrado com tabelas desenhadas com lápis de cor.[Imagem: Blackawton et al./Bioloty Letters] |
O artigo científico infantil foi ilustrado com tabelas desenhadas com lápis de cor.[Imagem: Blackawton et al./Bioloty Letters]
Ciência infantil
Uma pesquisa sobre abelhas, realizada por um grupo de crianças de uma escola primária em Devon, na Inglaterra, tornou-se a primeira a ser publicada por uma revista científica acadêmica.
Os alunos da Escola Primária Blackawton, que têm entre 8 e 10 anos, descobriram que as abelhas podem ser treinadas para reconhecer cores em busca de alimento.
As crianças tiveram a consultoria do neurocientista Beau Lotto, da Universidade College London, que garantiu que o trabalho foi "inteiramente concebido e escrito" por elas.
O estudo foi publicado na revista especializada Biology Letters, publicada pela Royal Society, uma das associações científicas mais tradicionais do mundo.
Abelhas aprendem cores
Os alunos queriam saber se as abelhas seriam capazes de aprender a usar padrões de cores para encontrar o caminho até as flores mais doces e mais nutritivas.
Eles descreveram a conclusão das experiências no trabalho: "Descobrimos que as abelhas podem usar as combinações de cores para orientar-se no espaço ao decidir qual é a cor da flor para onde irão". "Também descobrimos que ciência é legal e divertida, porque você pode fazer coisas que ninguém fez antes."
A Royal Society disse que faltava compreensão sobre o objeto de estudo das crianças, e que as descobertas eram um "verdadeiro avanço" no campo.
O editor da revista Biology Letters, Brian Charlesworth, disse que o estudo é o primeiro caso do tipo no mundo: "Espero que isso inspire outros grupos a perceber que a ciência não é um clube fechado, mas algo que está disponível para todos."
Incertezas desafiadoras
O projeto nasceu de uma palestra do neurocientista Beau Lotto na escola Blackawton, onde seu filho estuda, sobre o ensino de ciência. A partir daí, Lotto e o diretor Dave Strudwick ajudaram as crianças a desenvolver as experiências.
Segundo o neurocientista, a pesquisa começou com "um dia de abelha", em que os alunos tentavam se comportar como os animais.
"O verdadeiro trabalho científico é cheio de incertezas - e é por isso que é tão excitante - mas acho que é isso o que falta na educação, onde os assuntos são apresentados como uma série de certezas chatas", disse Lotto.
Sem bibliografia
O trabalho, editado pelo cientista, manteve os textos das crianças sobre o tema. As tabelas, por exemplo, foram pintadas com lápis de cor.
Para ser publicado, o artigo teve que ser comentado por dois pesquisadores especialistas no tema, já que o texto não tinha referências bibliográficas.
Laurence Mahoney, da Universidade de Nova York e Natalie Hempel de Ibarra, da Universidade de Exeter, disseram que as experiências foram "modestas, mas inteligentemente e corretamente organizadas, além de conduzidas de maneira controlada".
Bibliografia:
Blackawton bees
P. S. Blackawton, S. Airzee, A. Allen, S. Baker, A. Berrow, C. Blair, M. Churchill, J. Coles, R. F.-J. Cumming, L. Fraquelli, C. Hackford, A. Hinton Mellor, M. Hutchcroft, B. Ireland, D. Jewsbury, A. Littlejohns, G. M. Littlejohns, M. Lotto, J. McKeown, A. O'Toole, H. Richards, L. Robbins-Davey, S. Roblyn, H. Rodwell-Lynn, D. Schenck, J. Springer, A. Wishy, T. Rodwell-Lynn, D. Strudwick, R. B. Lotto
Biology Letters
December 22, 2010
DOI: 10.1098/rsbl.2010.1056
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